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Mostrando postagens de 2013

Promiscuidade

É cedo para afirmar com certeza, mas aparentemente a saída do dublê de fotógrafo da chefia de Quatro Rodas fez um bem danado à publicação. Agora comandada por jornalista de brio, a revista reprovou o EcoSport após o teste de 60 mil km e colocou o fato em destaque na capa.  Nenhuma outra revista poderia fazer isso. Primeiro, por não possuírem dinheiro em caixa para comprar carros e fazer uma seção como o teste de 60 mil km da QR. Segundo, por não possuírem dinheiro em caixa para bancar uma seca de anúncios da Ford (que poderia vir após publicação de tal matéria). A maioria das revistas de automóveis por aí não se justifica editorialmente, não fossem os religiosos anúncios de montadoras que bancam a estrutura muitas vezes não só da revista como também de outras publicações deficitárias da editora. E aí a independência editorial vai totalmente pra vala. O que leva a pensar no mundinho dos assessores de imprensa das montadoras e dos jornalistas especializados. A ida de profissionais das mí

Teste: Ferrari 458 Italia

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O melhor esportivo de todos os tempos.  E quem fala não é o M4R, mas sim diversas revistas e programas especializados, a começar pelo próprio Top Gear (antes do Jeremy Clarkson ficar maluco pelo Lexus LFA). A 458 é a mais recente numa linhagem de Ferraris que ficam bem na porta dos restaurantes badalados e também nas pistas. Diz a lenda que Luca di Montezemolo, atual presidente da Ferrari, possuía uma 348 antes de ocupar o cargo. Aí foi apostar uma corrida num sinal contra um esportivo japonês de ¼ do preço e perdeu vergonhosamente. Então, ao ser chamado para presidir a empresa, foi cuidar para que isto nunca mais acontecesse. E, dizem, nunca mais aconteceu após a 355. Fato é que a 355 de 1995 iniciou uma grande evolução dos Ferraris de 8 cilindros, dando saltos quânticos em melhorias de acabamento e comportamento. Dali para a 360 Modena, depois para a 430 e culminando na atual 458, tão boa que homenageia o país. E as Ferraris que homenageiam gente grande (como a Enzo de 20

Enquanto isso, no Brasil...

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O vídeo acima mostra um Mercedes S que foi contruído nas horas extras pelos trabalhadores de uma fábrica na Àfrica do Sul e dado a Nelson Mandela quando ele saiu da prisão. Algumas conclusões. A África do Sul, país mais pobre que o Brasil, com menos população que o Brasil, tem uma fábrica da Mercedes que faz carros para o mercado local – inclusive os topos de linha. A fábrica que o Brasil vai receber, 30 anos depois, vai fazer os modelos de entrada da Mercedes. É de cortar os pulsos. Uma ideia dessas, numa fábrica do Brasil, teria sido contestada tando pelos sindicatos, que não enxergam um palmo na frente do nariz, e iriam proibir os empregados de trabalhar as horas adicionais de graça, como principalmente teria sido veementemente negada pela direção da empresa, afinal de contas como eles iriam justificar o custo daquele carro? Iria fazer falta nos gordos bônus dos executivos ou nas remessas milionárias de lucro para o exterior. Vide a situação atual de revolta com o preço do

Discordando

Caros, Perdoem a demora nas atualizações. A vida real está acelerada e demandando mais tempo do que de costume. Prometemos para compensar um super teste até o final do ano. Enquanto isso, algumas opiniões sendo escritas por aí das quais discordamos fortemente. Vamos a elas: http://autoentusiastas.blogspot.com.br/2013/12/dez-ferraris-que-nao-gosto.html Concordamos completamente com o autor em afirmar que a Ferrari é uma empresa automotiva como outras e que tem seus altos e baixos. Existem muitas Ferraris bastante esquecíveis, especialmente no final dos anos 70 ao começo dos 90. Agora, encabeçar uma lista de Ferraris que não aprecia com a 458 Italia é um pouco demais. Claro que gosto é gosto e ainda bem que existem opiniões diferentes – o mundo seria muito chato se todos pensassem igual -, mas a 458 é um dos melhores esportivos já desenvolvidos, de desempenho equivalente ao dos supercarros da Ferrari, aliado a precisão cirúrgica na direção e um ronco inesquecível do motor. A 4

Vendidos

Como deveria ser: - Fulano, assessoria da fabricante ABC, bom dia. - Olá, aqui é Beltrano, da publicação XPTO. - Oi Beltrano. - Fulano, temos interesse em testar a picape 123, que foi recém-lançada. Não testamos picapes há algum tempo e esta novidade está alinhada com o que nosso público quer ler, de acordo com as pesquisas que fazemos com frequência. - Claro Beltrano. Vou providenciar uma picape 123 da frota de imprensa e podemos agendar a retirada em dois dias, tudo bem? - Perfeito Fulano, obrigado. Como é: - Fulano, assessoria da fabricante ABC, bom dia. - Fulano! Eu sei que é você, liguei para o seu ramal seu safado. - Oi Beltrano! Tudo bem? E aí como está a pequena? - Ah tá bem Fulano. Fiquei preocupado esses dias pois ela pegou um resfriado, mas já está melhor. - Ah bom saber. E o que manda? - Fulano, queria testar a picape 123. Tem na frota? - Tem, mas vocês já testaram a picape nessa versão, lembra? - Lembro. - E você sabe que a picape não

Teste: Chevrolet Spin LTZ

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Um amigo interessado em carros, que já escreveu testes para este blog e que trabalhou durante algum tempo na GM, não tinha rodeios ao afirmar que “a Zafira é o melhor carro feito pela GMB hoje”, na época em que a linha tinha ainda Meriva, Corsa, Astra e quetais. Fácil concordar. Mesmo cinco anos após o lançamento, os pontos fortes da Zafira não haviam sido igualados pela concorrência. Amplo espaço interno numa embalagem compacta, desempenho satisfatório, conforto e um sistema inteligente de mudanças de bancos, conhecido como Flex-7, que permitia ocultar a terceira fileira de forma inteligente e prática. A Zafira podia levar sete pessoas ou então muita bagagem, com o simples acionamento de algumas alavancas. Projeto de origem Opel, alemão, coisa bem pensada. Também era bem pensada a Meriva, carro com as mesmas origens, mas proposta diferente. Sempre com cinco lugares, amplo espaço interno, bom porta-malas em embalagem compacta. Os anos foram passando e a GM foi empobrece

Teste: Hyundai Santa Fe 3.3 V6

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Notem que é o teste da versão que acaba de sair de linha. Não gostamos de publicar testes de carros defasados, mas também não gostaríamos de perder a oportunidade de contar nossa impressão sobre o SUV, especialmente considerando que testes de carros Hyundai são raros – e o teste do Azera publicado aqui é um dos posts campeões de leitura mesmo hoje. O Santa Fe existe na linha Hyundai desde 2000, sendo o SUV desenvolvido a partir da plataforma do Sonata, que é o médio-grande da empresa. Parece um SUV de grande porte, mas é até compacto para os padrões que os americanos estão acostumados. No Brasil ocupa um nicho interessante, entre o relativamente compacto Tucson e a grande e feia Veracruz. Era o ápice do design da Hyundai antes dessa onda de escultura fluida. Em nossa opinião, muito mais bonito do que esse exagero de linhas e curvas que se vê nos novos Sonata, Elantra e Azera. O novo Santa Fe, redesenhado, até que é moderado na escultura e obteve um resultado agradável. O an

Esquenta a briga

E vai ficando cada vez mais quente o embate Golf x Focus, conforme as primeiras unidades chegam ao Brasil e passam pelos testes de imprensa. E o primeiro sinal vermelho para o Focus apareceu na Quatro Rodas deste mês, no qual o sedã Titanium ficou em terceiro lugar num comparativo cujo vencedor foi o C4 THP, seguido pelo Civic EXS e com o Cruze ao final. Note que em breve teremos o Corolla novo tornando este embate ainda mais difícil. Era uma tradição do Focus sempre vencer os comparativos após o lançamento de uma nova geração. O Mk1 e o Mk2,5 que tivemos no Brasil sempre foram “papa-comparativos”, deixando inclusive os japoneses para trás, ao aliarem comportamento com equipamentos e bom preço. Mas pelo visto o bom chão do Focus, vindo de sua suspensão traseira multilink com excelente calibração, está ficando para trás se comparado com os motores turbo da concorrência. E aparentemente a qualidade de montagem do Focus argentino está deplorável, com as peças todas fora do lugar ao

Leitura importante

http://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2013/09/18/brasileiro-paga-preco-de-carro-de-luxo-por-carro-que-e-popular-no-exterior.htm Brasileiro paga preço de luxo por carro considerado popular no exterior O brasileiro paga o preço de um carro de luxo por um carro que, no exterior, é considerado popular. O levantamento foi feito pelo jornal "Valor Econômico". Mesmo sendo produzido em São Caetano do Sul (SP), o Cruze na versão sedã, por exemplo, custa no mercado brasileiro o equivalente a US$ 28,9 mil. Nos Estados Unidos, tem preço bem inferior: um pouco acima de US$ 17 mil. O modelo produzido no Brasil também é cerca de US$ 10 mil mais caro do que na China. O Focus, líder global de vendas fabricado pela Ford, parte de US$ 22,1 mil no Brasil, quase US$ 3 mil a mais do que o preço mínimo no mercado americano. Segundo o "Valor", os críticos acrescentam a esses fatores o protecionismo comercial - que tira a competitividade dos veículos importados - e a alt

Para pensar

"Qual carro da Fiat você sonha em ter na sua garagem?" Boa pergunta. Por exemplo: Da Volks, Golf 7. Da Ford, novo Fusion. Da GM, Cruze hatch. Se fosse a Fiat, eu tratava de trazer a Alfa logo.

Esquentou

Tanto a Quatro Rodas quanto a Car and Driver dedicaram suas capas ao Golf 7. Interessante perceber a expectativa pelo médio da VW, sendo que o Focus (mais vendido globalmente) também está chegando, inclusive com unidades expostas no Parque do Ibirapuera, em São Paulo. As informações você já deve ter lido. Nesta primeira onda de veículos importados da Alemanha, teremos a versão civil equipada com um 1.4 turbo de 140 cv e 25,5 m.kgf de troque a partir de 1500 rpm, número digno de motores acima de 2.0. O desempenho é claramente superior a tudo que se entende como hatch médio hoje, com a aceleração de 0 a 100 km/h em menos de 9 segundos - tá cheio de suposto esportivo por aí que não chega nem aos pés.  Além disso, o Golf promete um nível de refinamento diferenciado, tanto no comportamento da suspensão, com multilink na traseira, quanto no acabamento, que deixa pra trás a pobreza nos painéis de porta que acomete tanto o Focus atual quanto o primo Jetta. O pacote de equipamentos é muito inte

Quando dirigir se torna um sacrifício

Pedimos licença aos leitores de outros lugares (embora os de grandes cidades possam se identificar). O paulistano desaprendeu a dirigir. Não que soubesse muita coisa, cortesia do exame ridículo para tirar CNH e do esquema de compra de cartas. Mas, após passar dias e noites preso em engarrafamentos, o paulistano esqueceu de como fazer as coisas depois de engatar a quarta marcha. O resultado disso é que dirigir nos horários e dias nos quais o trânsito alivia um pouco tornou-se um martírio. Começa pelos que não andam acima de 60 por hora em hipótese alguma, não importa a avenida e nem a faixa. Costumam ser os mesmos que precisam dobrar as esquinas a 5 km/h e que levam dez minutos com o pisca ligado para mudar de faixa. Depois vêm os caminhoneiros, esta praga que foi banida da cidade em determinados dias e horários e que, por conta disso, se considera rei das ruas quando podem trafegar. E tome caminhão na faixa da esquerda, caminhoneiro que acha que está disputando corrida, os que não resp

O pau vai comer

E começou o auê com o Golf 7 batendo à porta. Depois de seis anos convivendo com essa aberração chamada Golf 4,5, finalmente será dado aos brasileiros comprarem um dos hatches médios mais vendidos do mundo – e, melhor ainda, lado a lado com o Focus Mk3. A VW soltou as informações das versões inicias a serem importadas da Alemanha – Highline 1.4 TSI manual ou automática com o DSG de sete marchas, e a GTI 2.0 com o DSG de seis marchas. Highline é o nome da linha de topo da Volks e é de se imaginar portanto que estas serão as versões mais caras dos Golfs não esportivos – portanto com preços que deveriam ficar na casa dos R$ 70 mil. E é complicado custar mais caro, já que com pouco mais já é possível comprar Fusca e Jetta TSI, com 200 cv. O pacote escolhido para importação é o que a Hyundai chamaria de “este aqui é o completo-eto-eto-completaço de verdade, aquele ali é só o completo-eto e o outro é somente completo”. Sete airbags, sopa de letrinhas, tudo elétrico, aquela coisa tod

A voz da Chevrolet

Eis que um argentino teve a ótima ideia de passar a responder no Facebook da Chevrolet Argentina as diversas mensagens críticas a respeito da nota zero que o Agile levou no teste do Latin NCAP. O que ele escreveu explicitamente é o que a GM pensa de verdade, atrás dos muros. Leia o post do autoblog Argentina aqui. http://autoblog.com.ar/2013/07/latinncap-un-falso-community-manager-provoca-confusion-en-el-facebook-de-chevrolet-argentina/

Um acerto

Hoje a Editora Abril anunciou o fim de quatro revistas e uma extensa reorganização interna. Informações extra-oficiais indicam que 150 pessoas foram demitidas e muitas outras estão a perigo. Que a imprensa escrita tradicional está sofrendo não é novidade. Revistas de calibre mundial, como a Newsweek, já acabaram. Os jornais brasileiros agonizam, capitaneados pelo Estadão e pela Folha, que hoje são pálidas sombras do que já foram. E alguém precisa avisar para a turma do financeiro que não é com um monte de estagiários trabalhando de graça que essas publicações terão a relevância editorial de que tanto precisam. Pois informação existe instantaneamente na internet; boas análises por quem entende, isso já é mais difícil. Nossos pensamentos estão neste momento com os profissionais demitidos e suas famílias. Muitos são gente de bem que só procura um lugar ao sol. Com a exceção de um, da 4R. Esse já vai tarde. Foi sob essa gestão que a revista perdeu seus melhores profissionais e se

Carro simples?

Durante a visita do papa Francisco ao Brasil, a imprensa ressaltou a utilização de um carro diferente durante os trajetos do pontífice no Rio de Janeiro, no caso um Fiat Idea. Qualificaram-no de "muito simples", "barato", "humilde". Um Fiat Idea 0km custa no Brasil cerca de 40 mil reais, a versão mais barata. Cerca de SESSENTA E UM salários mínimos. Longe, muito longe da realidade da maioria dos brasileiros. No Brasil, pelos preços que pagamos, nenhum carro é humilde. Fiat Idea, aqui, tem preço de papamóvel.

Teste: Lamborghini Gallardo LP560-4

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Oi? Então o M4R testou um Lamborghini Gallardo? Pois é. Tava na hora de saber a real desses supercarros mesmo. O Gallardo é a versão reduzida do Murciélago, o primeiro Lamborghini civilizado. Até o início do século 21, a Lamborghini foi uma excelente fabricante de superesportivos malucos, pouco confiáveis, propensos a quebras e muito ariscos de se dirigir na cidade. Entre vários fracassos (Urraco, LM-001), alguns modelos povoaram os sonhos e os pôsteres nos quartos de gerações de entusiastas, começando com o Miura dos anos 60, passando para o espetacular Countach (palavra que, num dialeto italiano, significa “que gostosa” e é isso mesmo que você está pensando) e o maravilhoso Diablo. Estes dois últimos ficaram mais de dez anos em produção, o que mostra a dificuldade da empresa em substituir seus modelos e projetar novos. Até que o Grupo Volkswagen incorporou a Lamborghini ao seu portfólio de marcas e mandou uns alemães da Audi até Sant’Agata Bolognese ajudar num projeto n