Postagens

Mostrando postagens de setembro, 2009

FrAgile

Aí você, uma montadora multinacional, uma das cinco maiores do mundo e uma verdadeira gigante, decide lançar um carro novo no mercado brasileiro, que vem crescendo a números expressivos e é uma das apostas para tentar virar o jogo e trazer bons resultados para a empresa. E será um carro extremamente competitivo, de alto volume de vendas e crucial para o sucesso das suas vendas no país, que não vêm muito bem. Desse carro depois virão vários outros, que comporão uma família de vários produtos. Você desenvolve este carro há bastante tempo e deseja que ele se diferencie dos produtos atuais que você tem no segmento, embora utilizando uma plataforma e alguns componentes antigos. Essa era a VW em 2007, ao lançar o novo Gol. Hoje, sucesso absoluto de vendas e uma verdadeira referência em dirigibilidade na categoria. Foi o carro escolhido pela Toyota para balizar como deverá ser o futuro carro de entrada que os japoneses pretendem vender aqui. Essa é a GM em 2009 com o Agile. A expectativa é

Pneuzinhos a mais

O editorial do BCWS trouxe à memória uma cena da qual lembro muito bem até hoje. Andando no estacionamento do shopping, vejo um Gol quadrado andando numa rua interna. Vidros abaixados, o sujeito dirigindo e uma moça ao lado, presumivelmente a namorada. O carro coladíssimo ao chão, rodas enormes, pneus bem finos. E eis que o cidadão se aproxima de uma fileira de tartarugas, aqueles obstáculos amarelos com faixa reflexiva. Pois bem: o rapaz para o carro, esterça totalmente o volante – sem direção hidráulica, óbvio – passa com uma roda de cada vez sobre o carro, e repete a operação com as rodas traseiras. Tão devagar, mas tão devagar que causou uma fila de carros vindo atrás. E a cara de saco cheio da moça, que não devia mais aguentar aquilo em todo obstáculo ou valeta, foi inesquecível.   Hoje os carros estão vindo de série com pneus e rodas desnecessariamente maiores. Os Vectras com rodas 17" são o maior dos absurdos: dentro da roda o disco de freio fica mínimo, parece um pires.

É proibido fumar

O Ibama e o Ministério do Meio Ambiente divulgaram ontem uma lista qua classifica todos os carros à venda no país por uma das montadoras instaladas aqui pelo grau de poluição emitido. Iniciativa extremamente louvável.   Emissões na Europa são papo sério. Na Inglaterra, fazem parte dos guias de compra e os carros são taxados de acordo com a quantidade de combustível que consomem e de partículas que emitem. Via de regra, motores maiores poluem mais.   No Brasil, no entanto, a existência dos motores flex bagunçou bastante a tabela. O quinto carro menos poluente da lista é o Ford Edge, um SUV mamute de 1588 kg (quase três Milles) e impulsionado por um V6 de 3.5 litros e 265 cv. O menos poluente é o Focus, 2.0 e 145 cv.   Os carros flex foram testados usando álcool e gasolina. O menos poluente usando álcool é o Mille, em oitavo lugar no geral. Depois dele vem o Fiesta 1.6, num distante 15º. lugar. No meio, todos os carros usam gasolina.   Tirar a conclusão que o álcool polui mai

IPI: a volta dos que não foram

Quem aí lembra da loucura de preços que foi a conversão do Cruzeiro para a URV e, por fim, ao Real? Os produtos em cruzeiros deveriam ser convertidos para URV, com seu preço dividido por 2.750 (corrijam-me, escrevo de memória), e depois essa URV se tornaria o Real. O que teve de gente inflacionando preços nessa época não foi brincadeira. Fosse por medo da volta da inflação ou simples má-fe, era impressionante a quantidade de produtos que custavam 27.500 cruzeiros e não eram vendidos a 10 URVs, mas sim a 12 ou até 15 URVs. E eles continuaram caros por algum tempo, até que a queda da demanda ou a confiança na moeda neutralizaram a maioria dos abusos - mas não todos. E eu acho que vai acontecer o mesmo com a volta do IPI. Um Punto ELX 1.4 que hoje é vendido a 39.990 vai voltar custando 45 mil, ante os 42 mil que custava antes da redução de imposto. E não estou pegando no pé da Fiat, a mesma coisa provavelmente veremos com GM, VW, Ford, todo mundo. Espero que a imprensa especializada adote

Teste: Palio Fire Economy

Provavelmente o Palio foi o carro mais testado neste blog. É a sua quarta aparição, após os modelos ELX 1.4, HLX 1.8, e Fire. É também um bom carro-síntese da indústria automobilística brasileira nos últimos anos: após uma era de ouro, no final dos anos 90, com carros modernos, novos e atualizados, rolamos ladeira abaixo.   O Palio era um projeto da Fiat brasileira com a chancela da matriz na Itália, de código 178, para uma nova plataforma global de carros compactos. Era bem avançada para a época, característica marcada pelo pára-brisa bastante inclinado.   Após sucessivas plásticas, o Palio se tornou aquela senhora que não quer envelhecer: por baixo da plástica que deixa o carro ainda relativamente atual, esconde-se um conjunto antigo, apertado, desconfortável, em especialmente no que se trata do "chão" do produto.   Tive a oportunidade, há uns quatro anos, de guiar um Fiesta 1.0 2001, com motor Zetec – o modelo "gatinho", com a última frente antes do mode