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Mostrando postagens de fevereiro, 2008

Motorzão

Fim de linha para o Marea. A Fiat tirou definitivamente seu sedã médio-grande de produção, abrindo espaço para o Linea. É uma partida triste para os que gostam de carros. Existe uma expressão em marketing chamada “me too”, aplicada quando uma empresa resolve entrar num segmento de mercado oferecendo um produto no mesmo nível dos concorrentes. É o que acontece, por exemplo, quando a Coca investe na Coca-Cola Light Lemon para competir com a Pepsi Twist Light – são produtos muito parecidos, e nem poderiam deixar de ser, dado que é difícil agregar valor a refrigerantes. Neste caso, a Coca precisava oferecer uma alternativa ao consumidor que lhe é fiel e quer beber refrigerante de cola light com um toque de limão. Situação idem aconteceu com o lançamento da Aquarius após a H20H!. Em 1992, a Fiat decidiu entrar num segmento novo de mercado, o de sedãs médio-grandes, então habitado por Santana, Versailles – primos da Autolatina – e Monza. E, ao invés de oferecer um produto “me too”, ou seja,

Dupla dinâmica

Tá quente a briga entre Gol NF (o novo Gol, ou Gol 5) e o Palio. Aparentemente, o Palio ganhará a frente nova, que já temos no Siena, enquanto o Gol vem com um novo desenho corporativo VW, inspirado no utilitário esportivo Tiguan - e que só mostra que a balela utilizada pela VW na apresentação do Golf 4,5, quando disse que o carro antecipava a nova frente da marca, era mesmo bullshitagem da grossa. Parece claro que a VW entendeu o recado do mercado que colocou o Palio muito próximo do Gol em termos de vendas e que obrigou a mesma VW a manter o interior do Gol G3 nos países vizinhos, ao menos em alguns modelos. O interior não será ultra-simples como o do Gol hoje, embora não possa melhorar muito. A VW embolou o meio de campo com seus compactos, e agora Gol, Fox e Polo dividem a faixa de 25 a 50 mil – é muito carro para pouco preço. O Polo não pode encarecer, visto que o Punto é no mínimo uma compra tão interessante quanto, e trabalha na mesma faixa de preço. O Fox é o queridinho dos cen

E se fosse com ele?

Bob Sharp acaba de soltar a sua coluna quinzenal no BCWS. Ele comenta sobre alguns recalls: Porsche Cayenne e Renault Logan, nos quais concordo totalmente com a sua opinião. No entanto, ele é favorável à Volkswagen na questão do banco do Fox. Aí, não há como discordar. Bob faz uma análise fria dos fatos, exatamente como os alemães da VW devem ter feito. Ora, desta maneira, argumentos por argumentos, de fato a montadora está certa: as pessoas que se machucaram na operação o fizeram por mexer no equipamento de forma errada. Se eu abro uma champanhe com a rolha virada para mim, e me machuco, a culpa é da champanhe? Pois é. Mas as coisas não são assim, preto no branco, modo racional ligado o tempo todo. Imagine se fossem. “Oi garota, tudo bem? Olhe só, você possui nariz afilado, olhos claros, cabelos ondulados e é proprietária de uma polpuda herança, bem como dotada de sagaz inteligência. Portanto, deve ser minha namorada, pois atende a todos os requisitos.”. Ora, façam-me o favor. Queria

Punta del coche viejo

Confesso que é muito difícil, para mim, ver carros como um mero meio de transporte. Carros são paixão, liberdade, um verdadeiro fruto da engenharia e da tecnologia para melhorar a vida das pessoas (embora nem tanto nestes tempos de cidades poluídas e congestionadas). Mas é assim com muita gente, e essa é a mentalidade do país que visitei recentemente – o Uruguai. País pequeno, de altos níveis de desenvolvimento social, mas uma economia bastante pequena. E a frota é assombrosamente velha. Algumas preciosidades que vi por lá, rodando, muitas vezes em auto-estradas: Fiat 500; Renault 12; Peugeot 505; e mesmo os mais recentes (digamos, fabricados há menos de 20 anos) estavam em sua maioria em estado decrépito, lamentável mesmo: amassados, sem faróis e lanternas, pára-choques caídos, cheios de ferrugem, portas presas com arame, muita massa epóxi. Tomei um táxi vergonhoso: era um Gol G3 1.9 a diesel com 120 mil km rodados. Batido na frente, a maçaneta da porta do passageiro esquerda estava q

Alfa cars

A Alfa Romeo 8C competizione tem dado o que falar. Aparentemente. É o carro que fará a redenção da Alfa Romeo, uma marca altamente respeitável que adorna de igual para igual com Lancia e Maserati o impressionante portfólio Fiat de marcas automobilísticas – sim, a Ferrari está num degrau à parte. No entanto, os executivos da Alfa sabem que sucesso mesmo, só dando certo nos EUA, onde não estão presentes desde 1995. E daí vem o choque cultural. Embora uma marca de prestígio, a Alfa precisa apresentar índices de vendas minimamente razoáveis, até porque, a rigor, o 8C é uma distorção na linha de produtos: a Alfa faz carros médios e médio-grandes, na linha dos 147, 156, 166, e não supercarros, território de Maserati e Ferrari. Então o 8C será, nos EUA, o “flagship”, que demonstra a capacidade da marca – mais ou menos como o Omega é para a GM no Brasil, e o Passat para a VW. E como fazer um carro que agrade os americanos? A má fama da Fiat não é só aqui; lá, a sigla significa “Fix it again, T

Momento off-topic

Desculpem o assunto nada a ver. A revista Veja de ontem traz uma reportagem dizendo que educar um filho hoje custa 1,6 milhão de reais (pouco mais que uma Ferrari 430). É caro, muito caro. Mas poderia ser mais barato se os pais não terceirizassem a educação dos filhos. Convenhamos, babá em tempo integral, um tutor para aproveitar as matérias na escola, aulas de natação E tênis E balé e mais uma série de outros fatores só indicam que os pais, a rigor, não dedicam tempo aos filhos e pagam para que eles ocupem seu tempo com outras atividades. Carinho e atenção são de graça.

Perdem-se os dedos, fica a estupidez

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Oito pessoas tiveram os dedos mutilados graças à solução encontrada pela VW para rebater o banco traseiro do Fox sem banco bipartido. Isso tem aparecido bastante na mídia, e talvez por isso a gravidade da situação possa ter passado despercebida. Vamos de novo? OITO PESSOAS TIVERAM OS DEDOS MUTILADOS. Segundo um depoimento dado à revista Época, um proprietário de Fox foi rebater o banco quando este caiu violentamente sobre seu dedo médio. A dor foi lancinante, e ao levantar o banco, (cuidado leitores de estômago mais fraco), viu um pedaço do seu dedo no porta-malas do veículo. A desculpa oficial da Volkswagen do Brasil é que o procedimento de rebater o banco é totalmente seguro, desde que feito de acordo com as instruções do manual. Engraçado; cinqüenta anos de Brasil não ensinaram à VW que o consumidor brasileiro, por definição, não lê manuais. E vou além: o processo deveria ser intuitivo, fácil de fazer, e não com uma argola confusa que, ao ser puxada, decepa dedos. Mas o que me impre

Vastra

Vem aí o Vectra Elite com o mesmo motor 2.0 das versões Expression e Elegance. Tática de vendas? Ampliação das versões? Não. O motor 2.4 não atende às normas de emissões que entrarão em vigor no Brasil em 2009 – para automóveis. S10 e Blazer seguem com o propulsor. É uma solução tosca, adequada a um carro que nasceu morto. -------------------- Desculpem a demora, o carnaval foi brabo. Voltei.