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Mostrando postagens de setembro, 2006

Papai me empresta o carro

Até que ponto a herança influencia na compra de um carro? Evidentemente, herança não no sentido de bens herdados, mas a percepção automobilística que seu pai, avô ou tio tem ou tinha. Será que um pai bem sucedido, que desfilava de Opala Diplomata nos anos 80 e sabia que aquele era o supra-sumo da época, pode influenciar o filho de tal maneira que ele só compre Chevrolet? Ou um avô que só pôde mesmo confiar no carro ao ter um Fusca e, portanto é Volksmaníaco? Será que algum dos compradores do Fusion o fez por ser viúvo do Galaxie? O que vejo da minha parca experiência é que gerações novas não são dadas a fidelidade. Ora, se não são fiéis nem no relacionamento, por que deveriam ser com uma marca? Aliás, conheço sim os que não gostam de repetir de marca, mesmo que o carro atual seja ótimo. Ainda assim, estereótipos ditam o mercado. Carros e marcas com fama de duráveis costumam ter melhor valor de revenda. Mas pensar no valor de revenda ao comprar o carro é complicado – nenhum carro vale m

Olha, quem tá fora quer entrar

Quem é leigo é leigo, quem é especialista é especialista. Normalmente é o marketing que se encarrega de apresentar uma determinada marca aos leigos, ou “público geral”. Marketing, como bem se sabe nessa época de horário político, adere ao produto, não às qualidades dele. É aí que entra o especialista. É quem diferencia o joio do trigo, mesmo se for um joio incensado e um trigo desconhecido. Lotus Cars sempre aparece em relatos de entusiastas. O pequeno Elise: dois lugares, 190 cv, 900 kg. Mais rápido na pista que um Mustang com o dobro da potência. E eu que achava que a Lotus havia falido após mais ou menos 4 mil anos produzindo o Esprit, descubro que os ingleses malucos estão é muito bem. Lista de espera forte para conseguir um Elise nos EUA e críticas muito boas ao carrinho vindas da Europa, da boca de Jeremy Clarkson himself. É o típico caso de engenharia fazendo o mito. Já foi assim com os carros revolucionários do Colin Chapman na F1 dos anos 70, e agora com essa pequena belezura.

O que é bom, vende

Entre os dez primeiros no ranking de vendas de maio, o carro da Honda surpreende mais uma vez e sobe para o sétimo lugar no ranking de vendas da primeira quinzena útil de junho. Foram 2.056 unidades vendidas do Civic novo no período. Nessa categoria de sedãs médios, o Vectra continua perdendo terreno. O carro da Chevrolet não consegue manter o bom desempenho da época do lançamento, quando foi o líder do segmento e agora segue atrás também do Corolla que está na 12a. posição do ranking com 1.383 unidades vendidas. O Vectra vendeu 1.017 e está em 17o. No topo do ranking, poucas novidades. O Gol segue firme na liderança com o Palio em segundo e Celta em terceiro. O Mille ocupa a quarta colocação e o Corsa sedã está em quinto e o Fox em sexto. Outro modelo que vem tendo ótimo desempenho é o C3 da Citroën. Na prévia do mês, o modelo vendeu 1.020 unidades e está em 16o. no ranking. Entre os carros novos do mercado, o Fusion é o grande destaque. O carro da Ford somou 546 unidades na primeira

Vende mais porque é fresquinho

Fui brincar de ver carros no domingo passado. Duas novidades para mim – 307 sedan e Mégane – e um conhecido de sucesso, o novo Civic. A primeira parada foi justamente a Honda, por volta de três da tarde. Concessionária cheia, todos os vendedores ocupados. Entrei num dos carros expostos, fucei bastante, e então um vendedor veio falar comigo. Bastante didático e atencioso, o vendedor chegou a até vasculhar o pátio de usados comigo. Prestou todas as explicações necessárias e não foi chato em nenhum momento. Na Peugeot, parada seguinte, absolutamente ninguém na concessionária. Após começar a fuçar num 307 exposto, chega um rapaz. Explica bem, mostra o carro e, no caminho para a oficina da concessionária, entra num Celta e desliga o som do carro, até então irritantemente alto na transmissão de um jogo de futebol. Na Renault, que fica ao lado, todos os vendedores estavam aglomerados ao redor de uma TV passando presumivelmente o mesmo jogo de futebol. Todos os carros estavam trancados, com ex

Lebensraum (ou Harder to Breathe)

Navegando a esmo pelo site da TIME, entrei num ensaio fotográfico que busca mostrar ao Homer Simpson médio como é a vida nesse país tão estranho que é o Irã. Enquanto alguns fatos ainda soam esquisitos, como uma modelo desfilando uma roupa tradicional – burqa -, ou seja, coberta da cabeça aos pés, ou um ônibus no qual as mulheres são confinadas à traseira, outros foram propositadamente clicados com o objetivo de aproximar a vida destes iranianos com o que é considerado vida normal no mundo ocidental. Uma das fotos mostrava um jovem iraniano vestido como absolutamente qualquer colega seu do mundo ocidental – calça jeans, camiseta justa com estampas, cabelo cuidadosamente bagunçado – conversando com uma jovem iraniana dentro de... um jipe Toyota. E não era um Bandeirante, não. A foto mostrava apenas um pouco do interior, mas o acabamento em couro caramelo e a maçaneta cromada denotavam ser um carro razoavelmente luxuoso, bem comparável à nossa Hilux SW4. Paralelamente a isso, participei

Minhas 4 rodas no Technorati!

Technorati Profile

Também, com aquele interior de plástico...

É, a Volks vai mal das pernas. Está pagando um preço, em parte, de algo que não tem culpa: o fato de ter um produto que vendeu muito nos anos 60 e 70, época na qual aumentar a produção tinha ligação direta com fábricas maiores e mais pessoas. Paga o preço de ter criado a indústria automobilística do ABC, e com isso ter de lidar com um dos sindicatos mais atuantes do país (já falei dessa crise aqui antes). Um dos sindicalistas disse, de maneira muito interessante, que a culpada é a própria Volks. “Há anos eles não vendem um produto decente. Se fossem líderes em vendas, não precisariam das demissões”. De fato, fosse o EcoSport um Volkswagen, poderíamos estar falando em outros termos. Há anos que a VW não apresenta um carro digno de nota. Os bons vêm da Alemanha; os desenvolvidos aqui deixam muito a desejar e podemos creditar boa parte de suas vendas a uma fidelidade irracional de uma boa parcela de compradores. Erros mercadológicos à parte, me parece óbvio que é chegada a hora de uma re