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Mostrando postagens de março, 2007

"Erraram"

E a imprensa, que vergonha. O BCWS ainda não publicou a sua avaliação do carro, que deve ser a mais isenta e interessante de todas – o site prometia a matéria para esta terça, mas mudou para quarta sem explicações. A Quatro Rodas chamou o seu repórter mais tacanho para escrever a matéria. Gente, alguns pilotos são ótimos repórteres e alguns repórteres são ótimos pilotos. Não é o caso desse rapaz. Nunca vi alguém com um texto tão grotesco, ruim de ler, sem abordar os aspectos realmente interessantes do carro. Se você tem a revista, compare o texto do comparativo entre Golf e Civic com o texto do Sentra. Viu como este é muito melhor e mais interessante? Enquanto eu me sinto como se tivesse guiado o Nissan após ler a matéria, no texto de Golf e Civic (e na avaliação do Golf 1.6) a sensação é que podiam ter deixado só as fotos. Que coisa horrível e medonha. Um outro site que vem tentando se estabelecer simplesmente copiou o release da VW, ou quase. Dizer que o Golf é produzido em trocentas

Menos marketing e mais engenharia

Imagem
O Golf foi devidamente apresentado. E a impressão que ficou na minha cabeça é a de que “Meu Deus, como o marketing da Volks funciona bem”. Com as fotos revela/esconde, eles criaram uma expectativa que, infelizmente, o produto meia-boca não consegue cumprir. A frente não tem identidade com nenhum modelo da marca. O marketing defende, dizendo que as linhas vieram do conceito Tiguan e que, por isso, estão mais adiantadas que o resto da linha. Balela pura. Que adianta você investir um conceito mundial (como a VW fez com as dianteiras que integram grade e pára-choques) se uma filial terceiro-mundista decide “se antecipar” às coisas? Volks, fala a verdade: vocês não adotaram a frente mundial porque o carro ia ficar a cara do Gol. Também não podiam fazer a frente direito, a la Golf V, pois podia atrapalhar o Jetta. Então chegaram numa solução nada a ver. A traseira segue o discutível conceito VW de círculos nas lanternas. Como já disse, fica bom em alguns carros, ruim em outros. Está ok no Go

Melhor idade

Vinhos, na sua maioria, são melhores quando envelhecem. O gosto da fruta é mais exposto, assim como seu repouso favorece o aroma. Dois carros vêm envelhecendo muito bem no mercado brasileiro. O EcoSport é um que não perde a majestade. Já se vão bons anos desde seu lançamento e até hoje a concorrência não respondeu à altura. O carro reina sozinho como um mini-SUV de tração dianteira e motor 1.6, pouco melhor que um sedã na terra mas com boa dinâmica e conforto na cidade, assim como um design muito atraente e uma dirigibilidade bastante boa, com a posição alta que tanto agrada às mulheres. Hoje ele é um carro muito mais coerente do que era no seu lançamento. A versão supercharger, de motor caro, consumo alto e desempenho aquém das expectativas, saiu de linha. O 1.6 é hoje flexível em combustível e um dos melhores motores do mercado. A versão 2.0 16v, de nicho, não tem concorrentes em desempenho na faixa de preço e ganhou câmbio automático, e só agora a versão 4WD pode ser assombrada pelo

Marcas de plástico

Andei num Gol G4 esses dias. Gente, o que fizeram com aquele carro? Eu preciso admitir que o design não me incomoda mais; não é o mais bonito dos Gols, mas até que vai bem. Agora, por dentro... lastimável. Absolutamente tudo é de plástico, e a única coisa ainda de tecido – os bancos – vêm com um revestimento muito do vagabundo. O painel grita economia de custos, assim como o console central. Tudo é ainda mais assustador ao pensarmos na qualidade empregada na geração anterior. Será que é tão difícil assim termos carros de qualidade? Foi a queda na qualidade e o desapego com seus produtos que marcou a derrocada das três grandes americanas. Imagine um mercado brasileiro inundado por bons carros pequenos japoneses e o cenário será o mesmo. Até quando teremos de conviver com aberrações como uma “nova geração” pior que a anterior, ou seguidas reformulações estéticas de uma mesma plataforma antiquada, ou motores beberrões e de concepção antiga, ou verdadeiros absurdos como um carro totalmente

Custo Brasil

Há algum tempo, li no site de uma revista especializada americana sobre uma iniciativa da Mercedes para popularizar seus sedãs a diesel. O mercado americano está se abrindo para este tipo de combustível; a maioria das empresas européias se associou a um padrão comum, chamado de Bluetec, para entrar no mercado respeitando as rígidas leis de emissões do país, em especial na Califórnia. Para promover seus sedãs, a Mercedes organizou uma carreata de Paris até Pequim, utilizando exclusivamente carros a diesel Bluetec, convidando jornalistas americanos para discorrerem sobre as qualidades do carro. Não vale aqui ficar recordando as qualidades de um sedã Mercedes; isso é bem óbvio. O que chamou minha atenção foi como o repórter se referiu às alterações efetuadas na suspensão dos carros, para agüentarem as estradas russas, cazaques e chinesas, algumas em péssimo estado de conservação: “Brazilian suspension spec”. Muito provavelmente, uma fonte na Mercedes afirmou que os carros foram levantados

De ladinho

Carros têm perfil? Teoricamente, sim. Um carro luxuoso, com amplo porta-malas e espaço para cinco (ou mais) passageiros, é imediatamente identificado com um pai de família, pessoa bem sucedida na vida, com uma certa idade. As Mercedes foram longamente associadas com pessoas mais velhas justamente por esse perfil; na época em que eram (ainda mais) inacessíveis, apenas senhores tinham interesse (ou posses) em comprá-las. O mesmo se diz da Buick e da Lincoln nos EUA; com o perdão dos mais experientes, são chamados de “carros de velho”. Muito se especula a respeito de um carro “all-arounder”, um que agrade a todos os perfis. Não dá, gente. Para ficar nos estereótipos, pais de família preferem sedãs, mães ficam com as minivans e jipes compactos, jovens preferem pequenos e médios esportivos, enquanto as meninas preferem um compacto premium. Enquanto os mercados maiores oferecem modelos para todos os gostos, aqui no Brasil alguns modelos ficam perenemente associados a um público que, aos olho