Custo Brasil
Há algum tempo, li no site de uma revista especializada americana sobre uma iniciativa da Mercedes para popularizar seus sedãs a diesel. O mercado americano está se abrindo para este tipo de combustível; a maioria das empresas européias se associou a um padrão comum, chamado de Bluetec, para entrar no mercado respeitando as rígidas leis de emissões do país, em especial na Califórnia.
Para promover seus sedãs, a Mercedes organizou uma carreata de Paris até Pequim, utilizando exclusivamente carros a diesel Bluetec, convidando jornalistas americanos para discorrerem sobre as qualidades do carro.
Não vale aqui ficar recordando as qualidades de um sedã Mercedes; isso é bem óbvio. O que chamou minha atenção foi como o repórter se referiu às alterações efetuadas na suspensão dos carros, para agüentarem as estradas russas, cazaques e chinesas, algumas em péssimo estado de conservação: “Brazilian suspension spec”. Muito provavelmente, uma fonte na Mercedes afirmou que os carros foram levantados e tiveram os componentes da suspensão reforçados como se fossem rodar no Brasil. O repórter mandou ver no texto.
Isso faz lembrar o quão desprazeroso é curtir carros no Brasil. Não vou entrar no mérito da velocidade imprimida nas auto estradas alemãs, o que é uma exceção. Posso ficar na péssima qualidade do asfalto usado em nossas ruas, abrasivo e pouco resistente. Pior ainda é a absoluta incapacidade de efetuar remendos. Outro dia passei por uma operação “tapa-buracos” e preferia que tivessem deixado o buraco no lugar, de fácil desvio, ao invés de colocar mais uma irregularidade na rua. Aí não tem suspensão que agüente mesmo.
Outro problema é a frota. Quantos carros, ônibus e caminhões na encontramos por aí sem a menor condição de rodagem? Motoristas cometem infrações impunemente, pois não vêem necessidade de pagar os altos tributos que o Estado impõe à manutenção de um automóvel. O principal motivo pelo qual eu prefiro que o acionamento da recirculação do ar do carro seja feito por um botão (como em Golf, Focus, Astra, Polo, Corsa) e não por alavanca (Palio, Fiesta, 206, Celta) é o acionamento instantâneo para o caso do veículo à sua frente emitir, de repente, aquela nuvem de fumaça. São incontáveis as vezes que vejo caminhões e ônibus poluindo impunemente o ar da cidade, que já não é dos mais limpos. A fiscalização nem passa perto.
Motos são outro óbvio problema. Além de também serem fonte poluidora, seus motoristas sentem-se donos da razão pelo simples fato de estarem no veículo mais frágil – coisa que, evidentemente, não vale para pedestres e ciclistas. A convivência é muito difícil. Resultado, claro, da impunidade.
É por tudo isso que admiro muito as pessoas que têm coragem de fazer valer sua paixão por automóveis neste país inóspito, seja investindo num belo carro, ou cuidando do próprio. É difícil, mas se fosse fácil não seria amor de verdade.
Para promover seus sedãs, a Mercedes organizou uma carreata de Paris até Pequim, utilizando exclusivamente carros a diesel Bluetec, convidando jornalistas americanos para discorrerem sobre as qualidades do carro.
Não vale aqui ficar recordando as qualidades de um sedã Mercedes; isso é bem óbvio. O que chamou minha atenção foi como o repórter se referiu às alterações efetuadas na suspensão dos carros, para agüentarem as estradas russas, cazaques e chinesas, algumas em péssimo estado de conservação: “Brazilian suspension spec”. Muito provavelmente, uma fonte na Mercedes afirmou que os carros foram levantados e tiveram os componentes da suspensão reforçados como se fossem rodar no Brasil. O repórter mandou ver no texto.
Isso faz lembrar o quão desprazeroso é curtir carros no Brasil. Não vou entrar no mérito da velocidade imprimida nas auto estradas alemãs, o que é uma exceção. Posso ficar na péssima qualidade do asfalto usado em nossas ruas, abrasivo e pouco resistente. Pior ainda é a absoluta incapacidade de efetuar remendos. Outro dia passei por uma operação “tapa-buracos” e preferia que tivessem deixado o buraco no lugar, de fácil desvio, ao invés de colocar mais uma irregularidade na rua. Aí não tem suspensão que agüente mesmo.
Outro problema é a frota. Quantos carros, ônibus e caminhões na encontramos por aí sem a menor condição de rodagem? Motoristas cometem infrações impunemente, pois não vêem necessidade de pagar os altos tributos que o Estado impõe à manutenção de um automóvel. O principal motivo pelo qual eu prefiro que o acionamento da recirculação do ar do carro seja feito por um botão (como em Golf, Focus, Astra, Polo, Corsa) e não por alavanca (Palio, Fiesta, 206, Celta) é o acionamento instantâneo para o caso do veículo à sua frente emitir, de repente, aquela nuvem de fumaça. São incontáveis as vezes que vejo caminhões e ônibus poluindo impunemente o ar da cidade, que já não é dos mais limpos. A fiscalização nem passa perto.
Motos são outro óbvio problema. Além de também serem fonte poluidora, seus motoristas sentem-se donos da razão pelo simples fato de estarem no veículo mais frágil – coisa que, evidentemente, não vale para pedestres e ciclistas. A convivência é muito difícil. Resultado, claro, da impunidade.
É por tudo isso que admiro muito as pessoas que têm coragem de fazer valer sua paixão por automóveis neste país inóspito, seja investindo num belo carro, ou cuidando do próprio. É difícil, mas se fosse fácil não seria amor de verdade.
Comentários