Economia é a mãe da porcaria



O Luis Alberto Veiga, ex-designer da Chrysler e VW, está publicando em seu Instagram imagens históricas de seu trabalho (vale a pena conferir).

Hoje ele publicou uma imagem da SpaceFox com a legenda: “Logo após a aprovação do Fox atacamos possíveis derivados. O mais adequado seria um SW. Como o Fox era um carro alto, a space ficou com cara de van compacta (...). Os financeiros queriam que a gente usasse a porta traseira “carry over”, igual do Fox, mas a caída do teto ficou muito pronunciada e o Dr. Demel, nosso presidente da época, pagou a porta nova. O modelo ficou muito bonito”.

Imediatamente pensamos no SUV fastback que a Fiat acaba de anunciar. As fotos disfarçam um pouco, mas aparentemente usaram a porta traseira do Cronos numa tentativa de reduzir custo e... ficou horrível. Tentaram ajustar ali na coluna C, mas notem como ela destoa da fluidez restante do carro.

Não é de foder que quando a empresa vai lançar um carro cujo apelo principal é o design, vão os filhos da puta do financeiro e estragam até isso?

Comentários

Alessandro disse…
Financeiro e marketing são os maiores inimigos do design e engenharia. Ter as ideias confrontadas é sempre legal, mas quando se insiste em burrice aí é desesperador.

Uma historinha legal sobre o Veiga pra vc. Quando eu estava no final do curso de Engenharia Mec-Aut na FEI, em São Bernardo do Campo, arrumaram uma palestra com ele. Isso foi em meados dos anos 90, Logus e Pointer eram as bolas da vez com seu design inovador, e foi justamente sobre eles que o Veiga pautou sua palestra.

Poupando eufemismos, ele é um cara bastante arrogante. Já chegou dizendo que não tinha tempo a perder e que se o pessoal não se comportasse sairia pela porta no meio da palestra. Falou em alto e bom som pra todos ouvirem que jamais havia apagado um desenho. Bem, a palestra em si transcorreu muito bem com explicações sobre aerodinâmica e estilo usando Logus e Pointer como modelos. Chegando ao final, o pessoal do departamento de Mecânica pediu a ele que desenhasse algo numa lousa branca com aquelas canetinhas permanentes, com o que ele prontamente concordou. Fez uma linha do capô, outra do para-brisa e dessa puxou uma leve curva na linha do teto. Parou, olhou, não gostou e com a lateral da mão mesmo, apagou a linha do teto.

Eis que algum (quem teria sido?) aluno com boa memória recente se lembra da pomposa declaração do início da palestra sobre nunca ter apagado um desenho e grita do fundo da sala "Ô, não pode apagar não hein!".

Reza a lenda que o Sr. Veiga refez a linha exatamente como estava antes de apagá-la e terminou às pressas o desenho, saindo inclusive sem se despedir.

Quanto ao tal aluno, provavelmente se formou e se encontra desenvolvendo alguma outra atividade não correlacionada com engenharia por aí ;-)
Alessandro disse…
PS: onde se lê "canetinha permanente", faltou um "não" entre as palavras.
Anônimo disse…
Kkkkkk toooop!!!!

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