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Mostrando postagens de fevereiro, 2015

Jetta Santana

Hoje a linha de automóveis oferecida pela VW no Brasil pode ser dividida claramente entre produtos top, de classe mundial, e produtos já defasados com necessidade de retrabalho. Os top são na maioria os importados, como Passat, Touareg, Tiguan e Golf. Nesta linha também incluímos o up!. Os que deixam a desejar são os outros, como Gol, Voyage, Fox, SpaceFox, Saveiro. Por uma combinação de motores antigos, acabamento fraco, pouca adoção de tecnologia e motorização antiga (com exceção do 1.0 3 cilindros e o novo 1.6 de 120 cv). Basta comparar um HB20 com central multimídia que inclui TV digital, câmbio automático de verdade, com um Voyage I-motion cuja atração tecnológica é o sensor de estacionamento. Deixamos o Jetta de fora de propósito, pois é a única linha de automóveis que tem representante dos dois hemisférios. Um pouco como Macapá, que tem cada metade da cidade de um lado do Equador. No lado da classe mundial está a versão Highline, com o 2.0 turbo de 211 cv e câmb

Os honestos

Foi notícia hoje um grande acidente na Avenida Paulista, em São Paulo, envolvendo diversos ônibus e carros. Aparentemente tudo começou quando um ônibus ficou sem freios e, para evitar maiores consequências, o motorista bateu propositalmente em um poste. Parabéns ao motorista. Mas não é sobre isso que vamos falar. Outra notícia recente é a de que um grupo de quatro carros do Eike Batista, que seriam leiloados, têm entre si nove multas vencidas e não pagas. O que vamos falar é sobre desigualdade no trânsito. Desigualdade que joga contra os honestos que pagam com muito suor a compra de seu carro, que pagam com mais suor ainda a sua manutenção, que pagam as multas adiantado para aproveitar o desconto, e que parcelam o IPVA em três vezes (típico absurdo do Brasil, no qual o governo ao invés de baixar o imposto, parcela em três vezes). Aí você está na rua dirigindo, usufruindo do conforto e mobilidade pagos com seu suor, e vem um estúpido num carro velho totalmente remen

Comparação: DSG x Powershift

Pudemos dirigir com certa assiduidade recentemente três carros equipados com câmbios de dupla embreagem e assim conseguimos compilar material para comparar as filosofias diferentes destas caixas. Os carros foram um Jetta Highline 2.0 TSI, com o DSG de seis marchas lubrificado a óleo, um Golf Highline 1.4 TSI, com o DSG de sete marchas e embreagem a seco, e um Focus Sedan Titanium 2.0 com o Powershift de seis marchas e embreagem a seco. Os DSGs são muito parecidos em comportamento e não negam a origem em comum. São câmbios assumidamente de dupla embreagem e seu funcionamento exemplifica claramente os prós e contras destes mecanismos. Quem quiser entender um câmbio de dupla embreagem em sua essência, deve partir para um DSG. Tanto no Golf como no Jetta, chama a atenção a rapidez e absoluta suavidade na troca das marchas. Nota-se que a troca ocorreu somente pelo movimento do conta-giros, pois na condução normal é quase como se fosse um CVT, sem o inconceniente da chatice. As troc

Os SUVzinhos

Atendendo aos pedidos do Cassiano: Jeep Renegade Gostamos do design, gostamos do interior, e achamos que tem tudo para ser um sucesso. Temos duas preocupações: 1.    Motorização. O 1.8 16v da Fiat não tem fôlego para competir com os 2.0 da concorrência. Pode fazer sentido se for precificado para concorrer com Eco e Duster 1.6, mas a postura da Jeep vem sendo como “premium”, e se o Renegade alcançar o preço das versões 2.0 destes outros SUVs, ou pior ainda, alcançar o preço de RAV4 e CR-V, aí não terá chance. Brasileiro não tem essa paixão por Jeep como existe nos Estados Unidos. Já o com motor a diesel pretende navegar num segmento de SUVs “sérias” em termos de aptidões de fora-de-estrada. Só que deve ser muito cara e de pouca participação nas vendas.Um Renegade diesel de 130 mil com padrão de montagem Fiat está longe de ser uma proposta atraente. O que nos leva a... 2.    Qualidade de montagem. A Fiat está longe de ser referência nesse aspecto e isso mesmo se cons

Mais etanol na gasolina: culpa das urnas

Causou muita celeuma o aumento do percentual de etanol na gasolina, de 25 para 27%, conforme recentemente anunciado pelo governo. Segundo a Anfavea, os testes não foram concluídos, e portanto a gasolina Premium - vendida com esse nome pela Ipiranga e que imagina-se incluir a Podium da Petrobras - permanecerá com o percentual antigo. É de se imaginar que as distribuidoras se manifestem, dizendo se suas gasolinas aditivadas terão 25 ou 27% de etanol. Muita gente aproveitou a medida para descer a lenha no etanol, combustível que não presta, e por aí vai. Já dissemos aqui e diremos quantas vezes for preciso. O etanol talvez seja a única idiossincrasia brasileira que o mundo deveria seguir. E já o faz de alguma forma, com percentuais relevantes de etanol na gasolina dos EUA e de vários países europeus. Etanol é de fonte renovável, polui muito menos pois captura carbono com o crescimento da cana, e gera empregos longe dos grandes centros no Brasil. Esse papo de "usineiro sem vergonha&qu

O diferencial dos carros antigos

Visitamos, no final de janeiro, a exposição de carros antigos que aconteceu na Hípica de Santo Amaro, em São Paulo. E já de cara precisamos dividir antigomobilismo de aproveitadores. Uma coisa é um carro clássico, desejado, restaurado e/ou conservado, ícone da indústria automotiva – especialmente brasileira. Existem ainda carros mais recentes mas que se tornarão em breve objetos de desejo: Escorts e Kadetts conversíveis, Gol e Parati GTI. E outra coisa é gente querendo convencer os outros que Santanas e Quantums do final da década de 90 já são “clássicos” e comandam preços de R$ 30 mil. Desculpem, mas isso é cara-de-pau da grossa, chega a ser ridículo. Gostamos de ver o antigomobilismo em geral se fortalecendo no Brasil. É algo que há bem pouco tempo atrás simplesmente não existia. Carros antigos não eram antigos, eram velhos, e não valiam nada. Mesmo exemplares em ótimo estado de conservação tinham baixíssimo valor de revenda. Assim como acontece na Bolsa de Valores, quem e

Infelizmente, os campeões de vendas

A primeira conclusão a que se pode chegar sobre o primeiro lugar em vendas obtido no Brasil pelo Fiat Palio e globalmente pelo Toyota Corolla é que a grande maioria dos motoristas não está interessada em prazer ao dirigir. O Toyota suplanta o Focus como carro mais vendido do mundo. Realmente o Focus não é mais a máquina de dirigir do entusiasta como era na primeira geração, mas ainda assim é um carro gostoso e bem superior ao Corolla neste aspecto. São carros vendidos em diversas configurações ao redor do mundo, e por isso a comparação é difícil, mas alguns elementos ajudam neste raciocínio: o Focus aposta em câmbio de dupla embreagem, o Corolla vai de CVT (conhecido por matar as pessoas de tédio); o Focus mostra a precisão da suspensão traseira multibraço, o Corolla fica na conformidade e baixo custo do eixo de torção; e o Focus tem versões apimentadas que são desejo de entusiastas, algo que o Corolla não tem desde que perdeu a tração traseira no início dos anos 80. No Bras