Jetta Santana
Hoje a linha de automóveis oferecida pela
VW no Brasil pode ser dividida claramente entre produtos top, de classe
mundial, e produtos já defasados com necessidade de retrabalho.
Os top são na maioria os importados, como
Passat, Touareg, Tiguan e Golf. Nesta linha também incluímos o up!.
Os que deixam a desejar são os outros, como
Gol, Voyage, Fox, SpaceFox, Saveiro. Por uma combinação de motores antigos,
acabamento fraco, pouca adoção de tecnologia e motorização antiga (com exceção
do 1.0 3 cilindros e o novo 1.6 de 120 cv). Basta comparar um HB20 com central
multimídia que inclui TV digital, câmbio automático de verdade, com um Voyage
I-motion cuja atração tecnológica é o sensor de estacionamento.
Deixamos o Jetta de fora de propósito, pois
é a única linha de automóveis que tem representante dos dois hemisférios. Um
pouco como Macapá, que tem cada metade da cidade de um lado do Equador.
No lado da classe mundial está a versão
Highline, com o 2.0 turbo de 211 cv e câmbio DSG de dupla embreagem. É um
desempenho quase de Golf GTI (pouco mais de 0,5s de diferença no 0 a 100 km/h),
aliado a uma suspensão moderna e bem calibrada, amplo espaço interno, bom
porta-malas, acabamento superior (embora não excelente) e pacote de
equipamentos coerente.
No lado prejudicado estão as versões
Trendline e Comfortline, principalmente pelo que talvez seja o motor mais
defasado da indústria automotiva brasileira, o 2.0 de 8v com 120 cv e origens
no Golf de 1998. Já reclamamos dele no teste
do Bora em março de 2009! Mesmo com o ótimo trabalho do câmbio Aisin epicíclico
de seus marchas, não tem como. Some-se a isso a simplificação no acabamento e a
ausência de alguns equipamentos (a versão de entrada sem Bluetooth, a
intermediária com ar digital opcional), bem como o preço elevado, e o Jetta 2.0
flex, em qualquer versão, é da linha de carros VW que queremos esquecer. Mesmo
as poucas vitórias, como a adoção da suspensão traseira multilink – que nem foi
comunicada pela Volks, talvez com medo que as pessoas se perguntassem “ainda é
eixo de torção então”? – não revertem esse cenário.
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