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Mostrando postagens de janeiro, 2008

Ranking de vendas 2007

Joel Leite soltou no Webmotors a tabela comparativa do desempenho das montadoras em 2007, um ano em que o mercado como um todo cresceu estonteantes 27,8%. Entre as grandes, Fiat foi solidamente acima da média, com 30,51% de crescimento e 607.552 carros (e utilitários) vendidos. Em marquetês claro, quem draivou (do verbo drive, em inglês conduzir) as vendas? Palio e Siena Fire; Mille; Strada. Muitas vendas de frotistas. Os volumes da Fiat são bons, mas a margem de lucro tem cara de ser baixa. Não se pode negar a ajuda do Punto, que vende como pão quente (embora os volumes totais não sejam muito altos), e a remodelação do Palio, o que sempre ajuda um campeão de vendas. Neste ano, o Palio vendeu mais que o Gol por dois meses consecutivos – julho e agosto -, o que mostra mais cansaço do líder do que qualquer outra coisa. Verdade é que a Fiat é muito forte no segmento de entrada, quase sinônimo de carro compacto. O Mille surpreendeu e fechou o ano como o terceiro mais vendido, seguido surp

Reflejos

Um executivo da Ford deu entrevista à Folha um tempo atrás, comentando que o Brasil verá quatro grandes ações da montadora este ano. Uma todo mundo já sabe: a importação do Crossover Edge. É um carro bonito, espaçoso, com interior de Fusion (é impressionante o compartilhamento de peças, pareceria um Fusion com outra casca, não fosse o teto bem mais alto) e que será vendido ou com prejuízo, ou muito caro. Mas é um excelente carro. As outras três ações ainda deixam dúvidas no ar, mas que começam a ser sanadas pelo Fernando Calmon, em sua coluna no Webmotors, e por uma fonte que tenho na Ford. O soberbo motor Duratec, de 2 litros, 16 válvulas e 147 cv (se não me engano, o motor nacional aspirado mais potente hoje, fora o Civic Si e o Stilo Abarth – lembrando que o 2.4 GM gira 146 cv com gasolina), ganhará versão Flex. A Ford tem sido demorada, porém soberba ao converter seus motores à dualidade de combustíveis. Tem o melhor 1.6 do mercado (ao lado do Peugeot / Citroën) e provavelmente o m

NBSR: Stilo Dualogic

Quero estrear um novo colaborador aqui do blog, um rapaz muito sensato, apaixonado pelo mundo do automóvel mas infelizmente farto das bobagens divulgadas pela imprensa tentando maximizar seus lançamentos, enrolando os repórteres com seus textos promocionais e mirabolantes. Então ele será nosso “No Bullshit Reporter” ou, mais educadamente, repórter sem papas na língua. Como gosto de siglas, ele doravante será o NBSR. NBSR escreve o release sobre o novo Stilo Dualogic. Como sabemos que nosso carro não vende nada e foi o maior furo n’água, ao tentarmos fazer um Golf melhor que a Volkswagen, agora vamos fazer uma leve remodelação para ver se alguém se incomoda a comprar nosso produto e nos dar algum dinheiro, enquanto o Brava não vem. Afinal, vendemos todas as versões do Stilo acima dos 51 mil reais, preço de Peugeot 307, que é muito mais carro. O novo Stilo vem com umas modificações que deixaram a dianteira mais feia, e ainda por cima não melhoraram a traseira, que nunca foi grandes coisa

Fiat Idea ELX 1.4

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Confesso que o segmento das minivans para mim é um mistério. Não na origem; quando elas surgiram, com a Renault Espace e a Chrysler Grand Caravan, O propósito era óbvio: carros grandes que podiam acomodar uma quantidade maior de passageiros e de bagagem sem, com isso, se tornarem microônibus ou vans de carga adaptadas. Por isso MINIvans, e não vans completas como, por exemplo, uma Sprinter. Até aí, tudo bem. Existe um segmento da população com necessidade de carregar uma parcela maior da mesma população dentro do carro de uma vez só: marido, mulher, três filhos ou mais, sogros e sogras, tios e tias, papagaio e aí por diante. O Top gear chama as minivans de “people carriers”, carregadores de pessoas, o que explica tudo. Muito bem. Mas aí encolheram as minivans (mini-minivans?) e elas passaram a levar cinco passageiros e bagagem (em algumas, pouca bagagem, como na Meriva). Ora, vamos combinar que se é pra levar cinco pessoas apenas, e bagagem, por que não uma perua? Os marqueteiros conve

No enKalço (que horrível)

Fui ver o Ka novo, duas vezes já. Gostei bastante do que vi. O desenho ficou muito bem resolvido, em especial na frente e na traseira, os melhores ângulos. Achei os arcos das rodas saltados demais, embor entenda que eles contribuem para o aspecto geral do carro. Espaço atrás é surpreendente; pessoas com até 1,85m viajam sem problemas. Já o espaço para as pernas não é o forte, embora seja bem aceitável diante do porte do carro. Bancos um tanto curtos demais para as pernas, embora isso não chegue a incomodar (pelo menos em trajetos curtos). O porta-malas não é nenhum prodígio, mas está dentro do contexto e o acesso é extremamente fácil. O posicionamento dos pedais, volante e alavanca do câmbio é perfeito, alinhado como em todo Ford à venda aqui, e com a maciez e precisão que a marca já nos tem acostumado. Alguns detalhes, evidentemente, destoam. No entanto, são todos relacionados ao acabamento, um item do qual não se pode exigir muito em carros de entrada. O tecido é um tanto pobre e a p

Thank you for your time

Queria aproveitar e agradecer os comentários recebidos. De fato, não comentei sobre o GPS do Vectra GT-X pois a unidade avaluiada não o possuía. No entanto, acho que a GM errou em considerar o GPS argumento de vendas. É, de uma certa maneira, a mesma iniciativa copiada da Toyota, de oferecer outros produtos de alto valor na compra do carro, ao invés de dar descontos, que influenciam na revenda. Acho a iniciativa eficaz em termos de marketing, mas como amante de carros, sou contra. Preferia ver um Corolla com teto solar, ar digital, motor mais potente, enfim, novos equipamentos do que comprar o velho Corolla de sempre e levar uma TV LCD pra casa. O GPS ao menos é relacionado ao automóvel, mas eu repito que preferia ver outros features no carro do que esse – ainda mais no caso do GT, que vem com o GPS desde o lançamento, ou seja, esta foi uma estratégia pensada desde o berço. Se é assim, por que então não equipar o carro com teto solar? Bancos elétricos? GPS é novidade, eis o por quê. In

Chevrolet Vectra GT-X

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Tenho reclamado bastante da GM – como já foi notado inclusive nos comentários. Não acho injusto; a Ford está numa situação muito pior mundialmente em termos financeiros e ainda consegue aparecer com bons carros tanto na Europa quanto aqui, enquanto a GM parece estar totalmente focada no mercado norte-americano – as críticas européias aos lançamentos da Opel e da Vauxhall inglesa têm aumentado. Para verificar se eu estou certo nas minhas críticas, vamos pegar o que de melhor a GM tem a oferecer para o meu paladar; qual o carro mais top da GM com câmbio manual (não só por eu preferir torcar as marchas, mas também porque conhecendo o câmbio automático GM, eu teria mais um motivo pra reclamar). É ele mesmo; estou falando do Vectra GT-X. Quem acompanha o blog ou a imprensa especializada sabe: o nosso Vectra é na verdade o Astra europeu, só que montado na plataforma da Zafira, que temos aqui desde o século passado. O Vectra sedã tem uma traseira desenhada no Brasil, enquanto o Vectra GT é a

Fuel galore

Me assusta às vezes a falta de tato da indústria automobilística norte-americana para falar de economia de combustível. Vejam este post , por exemplo, no blog oficial da GM. O sujeito defende o fato da GM ter em seu protfólio 15 carros que, NA ESTRADA, atingem a incrível marca de 12 km/l. De gasolina. Uau, que impressionante. No mercado brasileiro provavelmente temos 15 carros que NÃO atingem essa marca, e olhe que nossa gasolina tem 25% de álcool. E depois ele compara três sedãs da mesma categoria (o Cobalt, concorrente do Focus, menor sedã produzido pela Chevrolet americana) e diz como os motores evoluíram em 20 anos. Ele fica todo feliz dizendo que o Cavalier 1988 consumia A MESMA quantidade de combustível que o Cobalt hoje, que é mais pesado e mais potente. Mas ninguém pergunta: por que ele é mais potente? Por que é mais pesado? Aliás, por que um sedã precisa pesar mais de 1,5 tonelada? Por que se vende e se compra SUVs que levam oito pessoas para rodar sozinho? Essa bullshitagem a

2007

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A pedidos, queria fazer um levantamento de como foi 2007 em termos automobilísticos. De uma maneira geral, foi um ano muito decepcionante. Sei que sou uma das poucas vozes falando assim, pois os números de crescimento estão aí, com a indústria batendo o recorde de produção e as cidades e estradas batendo recordes de congestionamentos. Eu não me ligo à quantidade, e sim qualidade. E nesse ponto ainda precisamos evoluir muito, muito mesmo. Os lançamentos que tivemos foram, em sua maioria, face lifts de modelos já existentes, sem no entanto nenhuma melhora significativa em termos de acabamentos, opcionais, porte, motorização. Golf 4,5, Polo, Fox, Bora, Ka, Fiesta, EcoSport, Palio, Siena. Muito melhor que qualquer uma dessas modificações foi, por exemplo, a Peugeot passar a oferecer teto solar no 206, aí sim agregando ao carro e ao prazer de dirigir. Dentre os lançamentos, destaque sem dúvida alguma para o Punto. Um carro bonito, vendido em toda a Europa, recheado de equipamentos e opciona