Perdem-se os dedos, fica a estupidez
Oito pessoas tiveram os dedos mutilados graças à solução encontrada pela VW para rebater o banco traseiro do Fox sem banco bipartido. Isso tem aparecido bastante na mídia, e talvez por isso a gravidade da situação possa ter passado despercebida. Vamos de novo?
OITO PESSOAS TIVERAM OS DEDOS MUTILADOS.
Segundo um depoimento dado à revista Época, um proprietário de Fox foi rebater o banco quando este caiu violentamente sobre seu dedo médio. A dor foi lancinante, e ao levantar o banco, (cuidado leitores de estômago mais fraco), viu um pedaço do seu dedo no porta-malas do veículo.
A desculpa oficial da Volkswagen do Brasil é que o procedimento de rebater o banco é totalmente seguro, desde que feito de acordo com as instruções do manual. Engraçado; cinqüenta anos de Brasil não ensinaram à VW que o consumidor brasileiro, por definição, não lê manuais. E vou além: o processo deveria ser intuitivo, fácil de fazer, e não com uma argola confusa que, ao ser puxada, decepa dedos.
Mas o que me impressiona não é o projeto mal-feito do banco, mas a absoluta falta de preparo da Volkswagen para lidar com a situação. Agora, ela oferece gratuitamente nas concessionárias um anel de borracha que resolve o problema, embora não admita que esse seja um defeito de fabricação. Dois pontos:
1. O problema pode ser resolvido com a adição de uma única peça, um anel de borracha ridículo. Onde estava o pessoal da qualidade e da usabilidade que não pensou nisso? O custo dessa peça vale mais do que o dano à imagem da Volkswagen?
2. Recall hoje é coisa rotineira, banal. Já existem até seções chamadas “recalls do mês” nas revistas especializadas. Qual o problema de convocar os donos de Fox? Às vezes vemos recalls de coisas ridículas, que nunca chegam a acontecer. Mas quando oito pessoas PERDEM OS DEDOS operando um sistema mal-feito, aí não é o caso de recall. Façam o favor, aí deixou de ser uma questão de conceito e passou a ser dxe bom-senso, de preocupação com os conumidores. Agir assim é típico da marca que mantém a Kombi em produção, sem nenhuma preocupação com a segurança de quem a dirige.
Mais do que o sistema porco, me impressiona a reação cínica e ridícula da Volkswagen, ignorando sem problemas os clientes que perderam um dedo operando um sistema mal projetado por ela mesma. Em época de sustentabilidade e preocupação com o planeta, essa é uma atitude de empresa mesquinha do século 19. Desculpem, mas não é porque somos brasileiros que merecemos tratamento de quinta categoria.
OITO PESSOAS TIVERAM OS DEDOS MUTILADOS.
Segundo um depoimento dado à revista Época, um proprietário de Fox foi rebater o banco quando este caiu violentamente sobre seu dedo médio. A dor foi lancinante, e ao levantar o banco, (cuidado leitores de estômago mais fraco), viu um pedaço do seu dedo no porta-malas do veículo.
A desculpa oficial da Volkswagen do Brasil é que o procedimento de rebater o banco é totalmente seguro, desde que feito de acordo com as instruções do manual. Engraçado; cinqüenta anos de Brasil não ensinaram à VW que o consumidor brasileiro, por definição, não lê manuais. E vou além: o processo deveria ser intuitivo, fácil de fazer, e não com uma argola confusa que, ao ser puxada, decepa dedos.
Mas o que me impressiona não é o projeto mal-feito do banco, mas a absoluta falta de preparo da Volkswagen para lidar com a situação. Agora, ela oferece gratuitamente nas concessionárias um anel de borracha que resolve o problema, embora não admita que esse seja um defeito de fabricação. Dois pontos:
1. O problema pode ser resolvido com a adição de uma única peça, um anel de borracha ridículo. Onde estava o pessoal da qualidade e da usabilidade que não pensou nisso? O custo dessa peça vale mais do que o dano à imagem da Volkswagen?
2. Recall hoje é coisa rotineira, banal. Já existem até seções chamadas “recalls do mês” nas revistas especializadas. Qual o problema de convocar os donos de Fox? Às vezes vemos recalls de coisas ridículas, que nunca chegam a acontecer. Mas quando oito pessoas PERDEM OS DEDOS operando um sistema mal-feito, aí não é o caso de recall. Façam o favor, aí deixou de ser uma questão de conceito e passou a ser dxe bom-senso, de preocupação com os conumidores. Agir assim é típico da marca que mantém a Kombi em produção, sem nenhuma preocupação com a segurança de quem a dirige.
Mais do que o sistema porco, me impressiona a reação cínica e ridícula da Volkswagen, ignorando sem problemas os clientes que perderam um dedo operando um sistema mal projetado por ela mesma. Em época de sustentabilidade e preocupação com o planeta, essa é uma atitude de empresa mesquinha do século 19. Desculpem, mas não é porque somos brasileiros que merecemos tratamento de quinta categoria.
Comentários
Qual será o prejuízo da VW com essas ações? Pequeno, bem pequeno, se comparado aos danos que sua imagem sofreu com o episódio. Mas brasileiro tem memória curta, e a VW não está muito preocupada com um povo que se informa pouco, bem pouco...