Promiscuidade
É cedo para afirmar com certeza, mas aparentemente a saída do dublê de fotógrafo da chefia de Quatro Rodas fez um bem danado à publicação. Agora comandada por jornalista de brio, a revista reprovou o EcoSport após o teste de 60 mil km e colocou o fato em destaque na capa.
Nenhuma outra revista poderia fazer isso. Primeiro, por não possuírem dinheiro em caixa para comprar carros e fazer uma seção como o teste de 60 mil km da QR. Segundo, por não possuírem dinheiro em caixa para bancar uma seca de anúncios da Ford (que poderia vir após publicação de tal matéria).
A maioria das revistas de automóveis por aí não se justifica editorialmente, não fossem os religiosos anúncios de montadoras que bancam a estrutura muitas vezes não só da revista como também de outras publicações deficitárias da editora. E aí a independência editorial vai totalmente pra vala.
O que leva a pensar no mundinho dos assessores de imprensa das montadoras e dos jornalistas especializados. A ida de profissionais das mídias para as empresas é constante: do G1 para a Citroen, da Autoesporte para a Chrysler, para citar dois recentes. Isso significa a continuidade do jabá, das matérias chapa-branca, da informação inútil para o leitor que acredita que o que está escrito é isento. Vai um profissional de sucesso em comunicação corporativa tentar vaga em montadora. Impossível. Se gostar de carro é pior ainda, afinal como quem gosta de carro vai defender o Agile?. A pessoa lá precisa cuidar do jabá e não querer subir na carreira para não dar dor de cabeça para a empresa. E levar os jornalistas que ganham 2 mil por mês para lugares que eles obviamente conseguiriam ir com o próprio salário, como Paris, Frankfurt, Tóquio e assim por diante. Tudo no mesmo ano, claro.
É difícil, ficamos semanas sem postar, mas no M4R temos orgulho de nossa independência.
Boas festas e até 2014!
Comentários
Feliz ano novo!
E, seja independente, mas demore menos por favor!
ISM