Teste: Hyundai Santa Fe 3.3 V6




Notem que é o teste da versão que acaba de sair de linha. Não gostamos de publicar testes de carros defasados, mas também não gostaríamos de perder a oportunidade de contar nossa impressão sobre o SUV, especialmente considerando que testes de carros Hyundai são raros – e o teste do Azera publicado aqui é um dos posts campeões de leitura mesmo hoje.

O Santa Fe existe na linha Hyundai desde 2000, sendo o SUV desenvolvido a partir da plataforma do Sonata, que é o médio-grande da empresa. Parece um SUV de grande porte, mas é até compacto para os padrões que os americanos estão acostumados. No Brasil ocupa um nicho interessante, entre o relativamente compacto Tucson e a grande e feia Veracruz.

Era o ápice do design da Hyundai antes dessa onda de escultura fluida. Em nossa opinião, muito mais bonito do que esse exagero de linhas e curvas que se vê nos novos Sonata, Elantra e Azera. O novo Santa Fe, redesenhado, até que é moderado na escultura e obteve um resultado agradável. O antigo ainda não faz feio, embora o desenho cheio de curvas entregue que esta geração foi lançada em 2007.

Por dentro é muito espaçoso e a montagem das peças causa ótima impressão, mas não o acabamento. Acima de 100 mil reais a briga por materiais nobres na cabine é intensa, e os apliques em madeira escura nas portas e no painel não compensam os plásticos duros do painel e das portas. O couro de volante e bancos é bom, mas não excelente. O cluster é comum e traz os mostradores tradicionais, com bela iluminação em branco. Já o console central merecia um trabalho melhor, especialmente o display do ar-condicionado com iluminação de fundo azul. As alavancas de seta e para-brisa estão mais para HB20 do que SUV de luxo.



A conformação do banco do motorista é boa, assim como a posição de dirigir: alta, como de praxe em SUVs. Existe regulagem elétrica para distância, altura e lombar, mas não memórias (idem no passageiro). O volante, grande e de aro fino, é regulável em altura e distância; contém os comandos do cruise control e do som.

O espaço interno é destaque, com amplidão na frente e atrás (a versão testada era cinco lugares). O porta-malas é cavernoso com 969 litros e pode levar tudo o que se quiser. O acabamento é bom.

A lista de equipamentos é farta, como praxe nos Hyundai mais caros: ar bi-zona com saída para a segunda fileira de bancos (cujo encosto é reclinável), sensor de luminosidade, câmera de ré, seis airbags, ABS, EBD, controle de estabilidade, retrovisor interno fotocrômico, sensor de estacionamento traseiro, sistema de partida por botão, trio elétrico, e direção tradicional hidráulica que quem está acostumado com sistemas elétricos acha pesada.

A tração é 4x4 permamente com distribuição automática de força entre os eixos e opção de bloqueio do diferencial central. Não testamos fora do asfalto, mas não precisa ser piloto de rali para entender que os pneus de asfalto, mais o peso, os ângulos de entrada e saída, não contribuem para o Santa Fe desbravar Roraima.

Empurrando está um V6 3.3 de 285 cv e 34,1 m.kgf de torque (não encontramos as rotações em lugar nenhum). É um motor poderoso, que ronca gostoso como um V6 deve ser e empurra como se o carro fosse feito de isopor. É uma calibração bem americana de torque instantâneo desde a marcha lenta e muita força, para uma sugestão de desempenho de impressionar, ainda que os números de desempenho não sejam lá tudo isso. Com este motor aliado a um câmbio automático de seis marchas com opção de trocas manuais na alavanca, o motorista tem à sua disposição um conjunto forte, de bom desempenho em qualquer situação e inclusive prazeroso para acelerar. Na condução sossegada, as trocas são imperceptíveis e reina o silêncio a bordo.

A suspensão é independente nas quatro rodas e quem espera a maciez de um carro feito para o mercado americano vai se surpreender com a rigidez. Assim como no antigo i30, mesmo com conceitos modernos a Hyundai errou na calibração e fez um SUV excessivamente duro, que sente as oscilações do piso. Definitivamente não combina com o perfil sossegado do resto do carro. Uma calibração melhor permitiria mais conforto com as mesmas boas respostas em curvas.

O Santa Fe é representante de uma Hyundai que não existe mais no Brasil, o que oferecia bons produtos por preços extremamente competitivos. Infelizmente a marca acha que adquiriu status “premium” e agora cobra caro pelos seus modelos. Resultado é o encalhe de antigos campeões de venda, como o i30. O Santa Fe da geração testada era uma das melhores compras do mercado, pelo conjunto oferecido entre 100 e 120 mil reais. Um usado em boas condições, que ainda desfrute da garantia de cinco anos, é um ótimo negócio. Potente, espaçoso, bem equipado – só fica devendo em tecnologia.

Já como 0km o único Hyundai que podemos recomendar é o HB20.


Estilo 8 – É bonita até hoje com seu desenho sóbrio sem muitas marcas. Estes escultura fluida ficam horríveis em 2 anos.

Imagem – Soccer mom.

Acabamento 6 – Deixa a desejar pelo preço e porte. A montagem é boa e a madeira causa boa impressão para quem gosta, mas plásticos e couros poderiam ser melhores. A cor cinza ajuda.

Posição de dirigir 8 – Falta memória, mas as amplas regulagens satisfazem. A posição de guiar é alta, óbvio sendo um SUV.

Instrumentos 8 – Sem criatividade, mas com bela iluminação. Computador de bordo traz o que se espera.

Itens de conveniência 8 – Nota-se a defasagem do carro pela falta de itens de tecnologia. Mas os equipamentos que importam estão lá.

Espaço interno 10 – Amplo em todos os lugares com porta-malas gigante.

Porta-malas 10 – Em breve apartamentos menos espaçosos serão lançados perto de você.

Motor 10 – Moderno, leve, 6 cilindros, potente e torcudo.

Desempenho 8 – Não é a proposta, mas agrada, naquela forma americana de muita força nas retas.

Câmbio 9 – Seis marchas, trocas bastante suaves e possibilidade de mudanças manuais na alavanca.

Freios 3 – Não vamos discutir a potência dos discos nas quatro rodas com ABS, mas o curso do pedal é muito longo. A impressão é que não vai parar.

Suspensão 5 – Surpreendentemente dura, mesmo com a estrutura moderna. É o preço que se paga pela pseudo capacidade off road.

Estabilidade 7 – Boa para um SUV, mas o centro de gravidade é alto. Se abusar, tomba.

Segurança passiva 8 – É da época que os Hyundais vinham com todos os airbags disponíveis, portanto os ocupantes estão bem protegidos.

Custo-benefício 10 – Nos preços pelos quais era vendida, cerca de R$ 100 mil, uma bela compra. A nova já ficou muito cara, como todos os Hyundais novos. Alguém vai lá explicar que para BMW ainda falta muito.



Comentários

Anônimo disse…
santa fé, sorento, tiguan, rav4, crv, vera cruz.. seria difícil escolher qq um desses SUV!
Anônimo disse…
concordo...todos são uma boa pedida

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