Polo Bluemotion

O movimento azul ganhou bastante destaque na imprensa especializada. Na Europa, quem empurra o carrinho é um 1.4 turbodiesel de 80 cv e consumo de combustível ridículo: 20,4 km/l na cidade e 31,3 km/l na estrada. No Brasil, por conta da lei boçal que impede o uso de diesel em carros de passeio, mas permite o uso do combustível subsidiado por donos de carros baratos como Land Rovers, não podemos ter este excelente motorzinho. No entanto, a VW tomou algumas medidas para tornar o já veterano EA-111 1.6 mais econômico.

A medida acertada, e que deveria ser estendida a todos os Polos, foi o novo alongamento do câmbio. É sabido que o brasileiro não gosta de reduzir marcha, mas também é verdade que cada vez mais e mais pessoas se incomodam com as altas rotações de diversos motores na estrada. O Polo já passou por três alongamentos sucessivos: o primeiro envolveu apenas 4ª e 5ª marchas e foi feito ainda no ano de lançamento, para se ter uma idéia de quão curtas não eram essas velocidades. Depois, com o face lift, o câmbio todo foi alongado e passou a ficar na média do que temos aqui (3 mil rpm a 100km/h em última marcha, que em minha opinião ainda é excessivo). Com a entrada do motor VHT na linha 2009, o câmbio foi discretamente alongado (5% na quinta marcha, por exemplo), e o Bluemotion traz o alongamento final, agora sim girando a agradáveis 2200 rpm a 100 km/h. O Polo não é o carro mais potente e torcudo do mundo, o que pode obrigar a reduções de marcha na estrada, mas é um pequeno preço a se pagar (e, em se tratando do excelente câmbio do Polo, trocar as marchas é na verdade um prazer) pelo silêncio e economia.

As outras medidas para economia são mais polêmicas: pneus menores, mais finos e de um composto especial que favorece a rolagem; grade dianteira feiosa e aerodinâmica; spoiler traseiro. No final, o Bluemotion promete uma redução substancial de 15% no consumo de combustível, o que de jeito nenhum compensa os 3 mil reais que se paga a mais por ele em relação a um Polo similarmente equipado. Ainda mais usando álcool, um combustível menos poluente e cujo plantio rouba carbono da atmosfera.

Como carro não vale a pena, mas como posicionamento individual e de marca, sim. O Bluemotion coloca a VW na vanguarda dos carros com preocupação de economia de combustível e redução de poluentes. Faz muito mais pela imagem da montadora do que a campanha ecológica ridícula e imbecil que a GM divulgou há algum tempo.

Por fim, as pessoas que comprarem o carro terão um objeto a todo momento dizendo aos outros que ali está um motorista preocupado com o consumo de combustível e emissão de poluentes. Claro, se o motorista fosse realmente esperto ele teria um Mille Economy, que é mais econômico e ponto, ou andaria de transporte público. É por isso que o Bluemotion difere tanto de um Polo normal: para que seja facilmente identificado nas ruas e colabore com a simpatia em relação ao seu dono. É uma derivação da estratégia aplicada à perfeição pela Toyota com o Prius.

Comentários

Anônimo disse…
Só um comentário sobre os cambios super curtos....

brasileiro nao gosta de trocar marcha certo? ok. Mas com os cambios tao curtos como o que temos em alguns (ou quase todos) 1.0 é necessario trocar muito de marcha, quando estamos no transito pesado, por exemplo.

Nao dá pra andar em primeira marcha. A primeira é só para virar a roda, virou vc já tem que colocar segunda. Nao há nada mais irritante que isso.

É muito melhor passar de terceira pra segunda ao passar num obstaculo, do que trocar 1²-2²,1²-2²,1²-2²,1²-2²,1²-2² toda vez que estiver no transito.

Carloto.

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