Despedida: Chevrolet Corsa Classic
Antes de começarmos a escrever esta
nota, fomos pesquisar nos alfarrábios do M4R o que já publicamos sobre o Chevrolet
Classic. Coitado. Que dó. Batemos de com força, como se diz lá no Goiás.
Algumas vezes até apareceu positivamente – dissemos que o compraríamos ao invés
de um Gol G4, o que convenhamos não é muito elogio. No entanto, na maior parte
das vezes foi bastante criticado, especialmente a má dirigibilidade e o parco
espaço interno.
Foi um carro que começou a vida até
meio chique, como a versão sedã do Corsa ovinho, um fenômeno de vendas. Era
vendido em versões GL e GLS e inclusive por alguns anos com opcional de câmbio
automático. Em 2010 tivemos a oportunidade dedar uma volta num GLS e foi muito
interessante ver um Corsa com acabamento de veludo nas portas e nos bancos,
todo chique.
Depois com os anos ele abandonou esse
segmento, dando espaço ao Corsa 4300, e foi brigar nos sedãs pequenos já com
motor 1.0. E ali ficou até o final da carreira. Sua longevitade foi tanta que
ele viu nascer e morrer o Vectra B, o Vectra C, o Astra, o Sonic, os Corsas
4300, o Agile, o Cruze A, e deve ter mais por aí. A GM extraiu o que pôde e o
que não pôde do carro, mas ao menos ele estava no segmento certo, brigando por
preço.
Quem o derrubou a nosso ver foi o
Logan. Mesma proposta de baixo preço, só que muito mais moderno e
principalmente muito mais espaçoso. Foi difícil no começo vencer a resistência
do brasileiro àquele carro feio e ainda por cima “francês”, mas hoje está
consolidado como sedã relativamente barato.
O Classic sai de cena tendo cumprido
seu papel de sedã para as massas. Chegou a rivalizar como carro mais barato do
Brasil e nunca escondeu seu propósito. Motorização confiável e barata de
manter, para levar uma família de A para B. Nunca foi bom de dirigir, nunca foi
para entusiastas, mas levou sustento a milhares de taxistas e conduziu várias
famílias a momentos especiais. Nunca gostamos, mas sempre respeitamos os
carros, seja quais forem. Descanse em paz.
Nota do editor Dubstyle: quase tive um Classic. Lá em 2006
estava em busca de um carro extremamente econômico, flex, de baixa manutenção e
zero km, para encarar uma rotina de trabalho que envolveria muita estrada. Fechei
negócio numa loja multimarca, comprando um Classic versão “Super”, a topo de uma
linha que incluía ainda as versões “Joy” – pelada total – e “Spirit”, um pouco
menos pelada. Acontece que a Super só existia no catálogo, a GM só fabricava as
outras duas. A loja chegou a me oferecer um Spirit com os equipamentos
opcionais todos (leia-se ar-condicionado, DH, vidros e travas elétricas e
alarme), porém não fechei pois a Super tinha aviso sonoro de luzes acesas,
coisa que a Spirit não tinha. Veja o lado ruim de ser entusiasta e saber até os
pormenores mínimos do carro que vai comprar... Após dois meses de idas e
vindas, acabei comprando um carro usado na mesma loja. Gastei ainda mais
dinheiro e ao final das contas a rotina de muita estrada não chegou a um ano.
Fica a dica: trocar de carro nunca é economizar; para fazer valer seu dinheiro,
vale muito mais manter o carro atual em ordem do que partir para outro.
Cheguei a comentar sobre esse episódio aqui. Felizmente a
loja fechou, virou uma concessionária Ford.
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