Selos de consumo

Eu não sei se eu concordo com esse novo “selo Procel” dos carros, que vai mostrar o consumo de cada automóvel de acordo com a sua categoria (que, no caso dos sedãs, abrange Voyage e Civic, para se ter uma ideia da exatidão). As montadoras incluíram os veículos que quiseram na análise (a VW mandou apenas o Polo BlueMotion) e o ciclo utilizado como referência é o adotado pela ABNT hoje, que é super brando – é nesse ciclo que o Mille faz mais de 20 km/l de gasolina na estrada, algo bem difícil de replicar no mundo real.

Muito mais útil seria o governo aplicar uma taxa, já que ele adora impostos, semelhante à que temos nos Estados Unidos, penalizando os carros mais beberrões. Os motores poderiam ser envoltos numa categoria de cilindrada (até 1.0; 1.1 a 1.4; 1.5 a 1.7; 1.8 a 2.0; 2.0 a 2.9; 3.0 a 3.9 e assim por diante) e comparados contra o mais econômico. Assim, o Corolla, que é provavelmente o mais econômico da sua categoria, seria submetido a um teste mais rigoroso que o da ABNT agora e suas médias de consumo (separada por gasolina e álcool, e separadas novamente por manual e automático), seriam os benchmarks da categoria. Vamos supor que nesse ciclo, usando gasolina, o Corolla manual fizesse 10 km/l e o automático, 8 km/l, considerando o uso apenas em cidade. Se o Vectra automático, no mesmo ciclo com gasolina, fizesse 6,5 km/l, ele teria um multiplicador de 1,5 pontos (a diferença entre 8 e 6,5) negativo, que seria a taxa. Se fosse padronizada uma taxa de 1000 reais, por exemplo, cada Vectra que a GM vendesse, ela precisaria pagar uma taxa de 1500 reais ao governo. Isso desestimularia as vendas do Vectra – o que por si só já merece elogios – e forçaria a GM ou a encarecer o carro (diminuindo as vendas), ou a colocar um motor e/ou câmbio eficientes no mesmo.

Mas fazer direito não é uma característica do nosso governo...

Comentários

Anônimo disse…
De fato, fazer direito nunca foi caracteristica desse e de outros governantes desse lindo país...
E eu preferiria que vc nem tivesse mencionado essa história de multiplicador, pois aí mais de dois terços de todos os carros desse país pagariam a tal taxa... Se essa moda pega, um verdadeiro desastre (veja o que ocorre na cidade de SP: querem examinar carros com 01 ano de uso: nem a Alemanha e nem a Suécia -que examinam há 50 anos aprox. fazem isso)... Sou a favor sim, de um ciclo que reproduza fielmente as condições reais com partida a motor frio e tudo mais. Como é alias na Europa há uns 25 anos, e vem se aperfeiçoando cada vez mais para reproduzir o mais real possível. Assim, nós saberiamos realmente quanto gasta esse ou aquele carro, como vc colocou: só com alcool, só com gasolina, com AT e com MT. Um abraço.

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