Marketing de verdade
Da coluna do Joel Leite no WebMotors:
“Pesquisa feita pelo Ibope Mídia revela que o consumo de combustível ainda é o principal fator de escolha do carro na hora de comprar. Mais de seis em cada dez potenciais compradores de carros, novos e usados, apontaram o baixo consumo como item fundamental na decisão de compra.O segundo fator mais importante da decisão é o custo da manutenção. Metade dos entrevistados revelaram que o preço das peças e da mão de obra de oficina influenciam na sua decisão de compra.Os itens mais valorizados pela mídia especializada – tanto a propaganda quanto a imprensa – não aparecem como prioridade para a maioria dos compradores de carros.Apenas 37% têm como prioridade a segurança do veículo; 36% observam os itens de conforto e 29% preocupam-se com a garantia de fábrica.Nem mesmo a facilidade de pagamento e a confiança na marca estimulam o consumidor mais do que o custo com combustível e manutenção. Apenas três em cada dez entrevistados revelaram que esses são fatores relevantes na compra do carro.E o mais curioso é que o design - o estilo do carro - item em que fábricas investem pesado na mídia e na comunicação com a imprensa e clientes. O estilo ficou em último lugar na avaliação da pesquisa Ibope Mídia.Ou a pesquisa está errada ou as montadoras precisam rever a estratégia de comunicação.”
Carros de baixo consumo e manutenção barata: Gol, Palio, Mille, Celta, Prisma. Líderes de vendas e de preços acessíveis. Se o Mille e o Gol provam que design não importa, o sucesso do Celta diz o contrário.
A dificuldade da Ford em ganhar mercado, em que pese a sua linha de produtos coerente e de boa qualidade, pode talvez ser explicada pela falta de ênfase do consumidor no design (EcoSport, Fiesta e Focus eram carros lindos na época de seu lançamento) e na suposta falta de confiabilidade mecânica (hoje em dia uma mentira).
Agora, some-se a busca pela confiabilidade com o fato do Brasil usar uma gasolina única no mundo, e temos um forte incentivo para não se produzirem no País motores mais eficientes. A tecnlogia flex veio amenizar um problema de motores antigos, o alto consumo de combustível – enquanto 8 km/l de gasolina é desastroso, 5 km/l de álcool no mesmo motor passa a ser aceitável.
É interessante notar que a busca pelo carro econômico e durável mostra o quanto ter um carro ainda é um sonho distante e complicado. Há tempos que carro não é bem; é um luxo, uma opção de transporte mais ágil e mais confortável do que as oferecidas pelo Estado, com a versatilidade de te levar tanto na cidade quanto na estrada. Logo, possuir um repercute em despesas, que o brasileiro quer minimizar pois o carro, para ele, é um bem pouco acessível – e nisso o governo não ajuda com o excesso de tributos.
“Pesquisa feita pelo Ibope Mídia revela que o consumo de combustível ainda é o principal fator de escolha do carro na hora de comprar. Mais de seis em cada dez potenciais compradores de carros, novos e usados, apontaram o baixo consumo como item fundamental na decisão de compra.O segundo fator mais importante da decisão é o custo da manutenção. Metade dos entrevistados revelaram que o preço das peças e da mão de obra de oficina influenciam na sua decisão de compra.Os itens mais valorizados pela mídia especializada – tanto a propaganda quanto a imprensa – não aparecem como prioridade para a maioria dos compradores de carros.Apenas 37% têm como prioridade a segurança do veículo; 36% observam os itens de conforto e 29% preocupam-se com a garantia de fábrica.Nem mesmo a facilidade de pagamento e a confiança na marca estimulam o consumidor mais do que o custo com combustível e manutenção. Apenas três em cada dez entrevistados revelaram que esses são fatores relevantes na compra do carro.E o mais curioso é que o design - o estilo do carro - item em que fábricas investem pesado na mídia e na comunicação com a imprensa e clientes. O estilo ficou em último lugar na avaliação da pesquisa Ibope Mídia.Ou a pesquisa está errada ou as montadoras precisam rever a estratégia de comunicação.”
Carros de baixo consumo e manutenção barata: Gol, Palio, Mille, Celta, Prisma. Líderes de vendas e de preços acessíveis. Se o Mille e o Gol provam que design não importa, o sucesso do Celta diz o contrário.
A dificuldade da Ford em ganhar mercado, em que pese a sua linha de produtos coerente e de boa qualidade, pode talvez ser explicada pela falta de ênfase do consumidor no design (EcoSport, Fiesta e Focus eram carros lindos na época de seu lançamento) e na suposta falta de confiabilidade mecânica (hoje em dia uma mentira).
Agora, some-se a busca pela confiabilidade com o fato do Brasil usar uma gasolina única no mundo, e temos um forte incentivo para não se produzirem no País motores mais eficientes. A tecnlogia flex veio amenizar um problema de motores antigos, o alto consumo de combustível – enquanto 8 km/l de gasolina é desastroso, 5 km/l de álcool no mesmo motor passa a ser aceitável.
É interessante notar que a busca pelo carro econômico e durável mostra o quanto ter um carro ainda é um sonho distante e complicado. Há tempos que carro não é bem; é um luxo, uma opção de transporte mais ágil e mais confortável do que as oferecidas pelo Estado, com a versatilidade de te levar tanto na cidade quanto na estrada. Logo, possuir um repercute em despesas, que o brasileiro quer minimizar pois o carro, para ele, é um bem pouco acessível – e nisso o governo não ajuda com o excesso de tributos.
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