Foi EmBora
Eu já confessei aqui que gosto do Bora. Era algo irracional, sem sentido, uma atração pelo veículo totalmente sem vínculo com os argumentos que provam serem os concorrentes as melhores opções. Pois bem; vim aqui dizer que isso é passado. Não gosto mais dele. Terminamos tudo.
Quando chegou ao país, em 2001, o Bora se propôs a ser um sedã relativamente compacto, discreto porém com um design atual e moderno, gostoso de dirigir e com o melhor acabamento da categoria. O que se perdeu nestes sete anos? O design já sente a idade, embora deva admitir que a reestilização chinesa foi boa (o carro é bem melhor ao vivo do que em fotos). Também é verdade que estou farto dessas reestilizações de frente e traseira.
O motor 2.0, se era aceitável em 2001, hoje já não é mais. Não só é extremamente defasado em potência, como não aceita álcool. Eu sempre fui fã da versão manual, mas uma automática de 6 marchas com Tiptronic é bem interessante. Vai o senão: a 6ª marcha mantém 3 mil rpm a 120 km/h? Pra quê, Volkswagen? É tão difícil assim fazer um produto DECENTE? Caramba, já tem 5 marchas pra encurtar, pra desempenho, deixem a 6ª longa...
Mas o que piorou mesmo foi o acabamento. Por um lado, houve a queda natural: hoja a concorrência já se aproximou do elevado padrão de acabamento de Golf e Bora, por uma questão de tempo. O 307 é até melhor. Mas a VW esforçou-se em piorar o carro.
- O melhor item interno da linha era o sensacional porta-copos embutido no painel. Virou exclusividade do Golf Comfortline – o Bora ganhou, em troca, um porta-copos único e tosco o lado do freio de mão.
- As alças de apoio do teto perderam o retorno suave. Hoje, ao soltá-las, elas voltam com força e batem no teto, como é em todos os outros carros. O objetivo da montadora não deveria ser DIFERENCIAR seu carro da concorrência?
- O volante não vem forrado de couro e nem tem isso como opcional. Nunca teve, é algo que poderia ser melhorado.
- Alguns concorrentes se encarregaram de trazer para a categoria alguns opcionais como sensor de chuva, de luminosidade e de estacionamento traseiro. O Polo tem esse último. O Bora...
São detalhes, sim. Mas saber deles me convence que o produto hoje é inferior ao ofertado há seis anos. E eu não quero saber disso todo dia ao olhar para meu carro.
Companhias gastam milhões de dólares em marketing para conseguir o que a VW tinha: um consumidor fã do carro por motivos irracionais, ou seja, que não era facilmente convencido por argumentos de venda e que compraria o produto sem discutir o preço em relação à concorrência. Além disso, um consumidor que gosta de carros, que fala com outras pessoas sobre isso, ora, o sujeito tem até um blog na Internet. E foram, paulatinamente, estragando o carro ao ponto de perderem esse ponto invejável em relação ao consumidor. Esse cliente abandonado e frustrado não volta fácil.
Sede bem-vindo, Civic.
Quando chegou ao país, em 2001, o Bora se propôs a ser um sedã relativamente compacto, discreto porém com um design atual e moderno, gostoso de dirigir e com o melhor acabamento da categoria. O que se perdeu nestes sete anos? O design já sente a idade, embora deva admitir que a reestilização chinesa foi boa (o carro é bem melhor ao vivo do que em fotos). Também é verdade que estou farto dessas reestilizações de frente e traseira.
O motor 2.0, se era aceitável em 2001, hoje já não é mais. Não só é extremamente defasado em potência, como não aceita álcool. Eu sempre fui fã da versão manual, mas uma automática de 6 marchas com Tiptronic é bem interessante. Vai o senão: a 6ª marcha mantém 3 mil rpm a 120 km/h? Pra quê, Volkswagen? É tão difícil assim fazer um produto DECENTE? Caramba, já tem 5 marchas pra encurtar, pra desempenho, deixem a 6ª longa...
Mas o que piorou mesmo foi o acabamento. Por um lado, houve a queda natural: hoja a concorrência já se aproximou do elevado padrão de acabamento de Golf e Bora, por uma questão de tempo. O 307 é até melhor. Mas a VW esforçou-se em piorar o carro.
- O melhor item interno da linha era o sensacional porta-copos embutido no painel. Virou exclusividade do Golf Comfortline – o Bora ganhou, em troca, um porta-copos único e tosco o lado do freio de mão.
- As alças de apoio do teto perderam o retorno suave. Hoje, ao soltá-las, elas voltam com força e batem no teto, como é em todos os outros carros. O objetivo da montadora não deveria ser DIFERENCIAR seu carro da concorrência?
- O volante não vem forrado de couro e nem tem isso como opcional. Nunca teve, é algo que poderia ser melhorado.
- Alguns concorrentes se encarregaram de trazer para a categoria alguns opcionais como sensor de chuva, de luminosidade e de estacionamento traseiro. O Polo tem esse último. O Bora...
São detalhes, sim. Mas saber deles me convence que o produto hoje é inferior ao ofertado há seis anos. E eu não quero saber disso todo dia ao olhar para meu carro.
Companhias gastam milhões de dólares em marketing para conseguir o que a VW tinha: um consumidor fã do carro por motivos irracionais, ou seja, que não era facilmente convencido por argumentos de venda e que compraria o produto sem discutir o preço em relação à concorrência. Além disso, um consumidor que gosta de carros, que fala com outras pessoas sobre isso, ora, o sujeito tem até um blog na Internet. E foram, paulatinamente, estragando o carro ao ponto de perderem esse ponto invejável em relação ao consumidor. Esse cliente abandonado e frustrado não volta fácil.
Sede bem-vindo, Civic.
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