Carro é coisa de mulherzinha
Há pouco mais de um ano, a Abril rodou uma pesquisa no site de quatro revistas do grupo a respeito de carros. O objetivo foi levantar tendências de consumo para alavancar anunciantes nas publicações. Ali, no entanto, pode-se tirar algumas coisas interessantes, especialmente no que se refere ao padrão de consumo automobilístico de homens e mulheres.
A primeira coisa que chama a atenção é que a GM não tem apelo para as mulheres. Enquanto Chevrolets disputam a preferência do público masculino, as mulheres valorizam Fords e Volkswagens, marcas mais antenadas com o público feminino. De fato, enquanto nenhum carro GM é particularmente atraente para as mulheres (talvez o Celta e, em menor escala, Corsa hatch e Meriva), a VW e a Ford oferecem verdadeiros sucessos femininos, como Fox (e derivados, SpaceFox e CrossFox), Polo – menos, Golf, Fiesta e EcoSport.
A relação entre Eco e mulheres merece um parágrafo. A própria pesquisa da Abril demonstra que, enquanto homens preocupam-se com preço e desempenho ao comprar um carro, mulheres votam no design. Mas não é qualquer design. Mulheres gostam justamente de carros fortes, que transmitam solidez, que sejam altos no trânsito, tudo para protegê-las nesse ambiente inóspito para as mulheres que é o trânsito. O EcoSport traduziu como nada esses anseios. O desempenho, embora até adequado, nitidamente não é argumento de vendas no Eco 1.6 (tinha até Eco supercharger, lembra?). Nem o interior, pobre que só. Mas o carro conversa como ninguém com as mulheres – é alto, bonito, sólido, tem cara de jipe, moderno. Quase todas as mulheres com quem converso, de todas as faixas etárias, classe AB, adorariam ter um Eco. É impressionante.
Voltando. Mulheres comprar carro zero, homens compram usados. Essa é fácil, óbvia e todo mundo sabe. Ver se o carro está em dia, suspensão, pneus, correia, óleo, interior, é coisa de homem. Mulher prefere pagar mais caro e pegar um auto com cheiro de novo, que tem o design atualizado e não dará problemas mecânicos por algum tempo. Já homem gosta de motor, trocar óleo, conhece oficina, discute preço de peças, portanto até curte o momento da revisão. Mulher, se pudesse, comprava o carro e nem colocava gasolina.
Outro fator que chamou a atenção, e nesse podemos discorrer um pouco mais, é a alta presença de carros com câmbio automático entre o público feminino. Enquanto perfazem menos de 10% dos carros dos homens, atingem já quase um terço das mulheres pesquisadas. Sem dúvida, uma possível popularização do câmbio automático (liderada pelo Fit, e ampliada pelo recente 206 automático) encontrará muito apelo no público feminino, que troca desempenho e consumo pelo conforto de não precisar mudar marchas.
É contraditório, portanto, que o segmento com a maior presença de carros com câmbio automático seja a dos sedãs médios e grandes – Bora, Focus, 307, Vectra, Sentra, Corolla, Civic, Fusion, Jetta -, justamente voltados ao segmento masculino. O carro é uma porcaria, mas a Chevrolet resvalou num segmento significativo com o Vectra GT: mulheres de alto poder aquisitivo mas que não gostam ou precisam de sedãs. Existe um vácuo no mercado, de compactos premium automáticos acima do Fit 1.5 – preços de 60 a 80 mil, com porte ligeiramente superior ao do diminuto Honda. As opções são bem menos numerosas que os sedãs (Golf, Focus, 307, Vectra GT, Tiida) e nenhum deles é verdadeiramente um ótimo produto. Falta um carro supra-sumo nessa categoria.
O segmento feminino representa muito, já, no mercado automotivo e precisa ser muito bem tratado. Homens e mulheres procuram coisas diferentes em automóveis; é preciso segmentar para atender a todos.
A primeira coisa que chama a atenção é que a GM não tem apelo para as mulheres. Enquanto Chevrolets disputam a preferência do público masculino, as mulheres valorizam Fords e Volkswagens, marcas mais antenadas com o público feminino. De fato, enquanto nenhum carro GM é particularmente atraente para as mulheres (talvez o Celta e, em menor escala, Corsa hatch e Meriva), a VW e a Ford oferecem verdadeiros sucessos femininos, como Fox (e derivados, SpaceFox e CrossFox), Polo – menos, Golf, Fiesta e EcoSport.
A relação entre Eco e mulheres merece um parágrafo. A própria pesquisa da Abril demonstra que, enquanto homens preocupam-se com preço e desempenho ao comprar um carro, mulheres votam no design. Mas não é qualquer design. Mulheres gostam justamente de carros fortes, que transmitam solidez, que sejam altos no trânsito, tudo para protegê-las nesse ambiente inóspito para as mulheres que é o trânsito. O EcoSport traduziu como nada esses anseios. O desempenho, embora até adequado, nitidamente não é argumento de vendas no Eco 1.6 (tinha até Eco supercharger, lembra?). Nem o interior, pobre que só. Mas o carro conversa como ninguém com as mulheres – é alto, bonito, sólido, tem cara de jipe, moderno. Quase todas as mulheres com quem converso, de todas as faixas etárias, classe AB, adorariam ter um Eco. É impressionante.
Voltando. Mulheres comprar carro zero, homens compram usados. Essa é fácil, óbvia e todo mundo sabe. Ver se o carro está em dia, suspensão, pneus, correia, óleo, interior, é coisa de homem. Mulher prefere pagar mais caro e pegar um auto com cheiro de novo, que tem o design atualizado e não dará problemas mecânicos por algum tempo. Já homem gosta de motor, trocar óleo, conhece oficina, discute preço de peças, portanto até curte o momento da revisão. Mulher, se pudesse, comprava o carro e nem colocava gasolina.
Outro fator que chamou a atenção, e nesse podemos discorrer um pouco mais, é a alta presença de carros com câmbio automático entre o público feminino. Enquanto perfazem menos de 10% dos carros dos homens, atingem já quase um terço das mulheres pesquisadas. Sem dúvida, uma possível popularização do câmbio automático (liderada pelo Fit, e ampliada pelo recente 206 automático) encontrará muito apelo no público feminino, que troca desempenho e consumo pelo conforto de não precisar mudar marchas.
É contraditório, portanto, que o segmento com a maior presença de carros com câmbio automático seja a dos sedãs médios e grandes – Bora, Focus, 307, Vectra, Sentra, Corolla, Civic, Fusion, Jetta -, justamente voltados ao segmento masculino. O carro é uma porcaria, mas a Chevrolet resvalou num segmento significativo com o Vectra GT: mulheres de alto poder aquisitivo mas que não gostam ou precisam de sedãs. Existe um vácuo no mercado, de compactos premium automáticos acima do Fit 1.5 – preços de 60 a 80 mil, com porte ligeiramente superior ao do diminuto Honda. As opções são bem menos numerosas que os sedãs (Golf, Focus, 307, Vectra GT, Tiida) e nenhum deles é verdadeiramente um ótimo produto. Falta um carro supra-sumo nessa categoria.
O segmento feminino representa muito, já, no mercado automotivo e precisa ser muito bem tratado. Homens e mulheres procuram coisas diferentes em automóveis; é preciso segmentar para atender a todos.
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