Gentlemen, start your engines
É fácil superestimar e também subestimar a importância do motor num carro. Vai muito do modo de cada um dirigir; a formação do motorista brasileiro, em geral, passou pela convivência com Fuscas e Opalas – ambos carros que desencorajam a exploração de giros, pois atingem seu pico de potência em rotações relativamente baixas.
Esta experiência, aliada ao fato de que é mais agradável, sim, na cidade dirigir um carro com amplo torque em baixa rotação, direcionaram as montadoras para as unidades com duas válvulas por cilindro, configuração simples e voltada ao torque. Há dez anos atrás, os motores multiválvula pareciam tomar o mercado de assalto: Gol 16v e 16v Turbo, Palio 1.0 16v e 1.6 16v, Escort 1.8 16v, Corsa 1.0 16v e 1.6 16v. Reclamações de falta de desempenho no arranque retiraram absolutamente TODOS estes motores de linha – o 1.6 da Fiat sobrevive, em coma, no Marea.
Esse gosto da maioria, aliado a uma aversão irracional à manutenção, explicam o motivo de convivermos hoje em dia com motore projetados há mais de vinte anos. O melhor exemplo é o 2.0 da GM, que impulsiona um dos lançamentos mais importantes da história da montadora, o novo Vectra. Um carro teoricamente luxuoso, movido por um motor da década de 80, que já viveu dias gloriosos com os Monzas. É um motor que entrega o que o brasileiro médio quer – torque e flexibilidade em combustível -, não deixa a desejar em potência máxima (127 cv em um 2.0 8v é um número bem respeitável), e tem a manutenção simples e extremamente barata – roda com óleos absolutamente inadmissíveis em motores modernos. Sua inaptitude é mostrada pela falta de vontade com que sobe de giro e pelo consumo espantoso.
Então o que seria um motor ideal? Ampla potência e velocidade para subir de giros, para aceleração em ultrapassagens; muito torque para o dia-a-dia urbano; um funcionamento silencioso e liso, sem sinais de aspereza em giros mais altos, e um consumo de combustível comedido. Tudo numa mesma unidade é impossível, pois motores são feitos de compromissos – adicione aí os custos. Isto levado em conta, quais os melhores motores à disposição do comprador brasileiro hoje? Já aviso que vou ignorar unidades acima de 4 cilindros e vou ater-me à faixa mais ampla do mercado. Se você pode ter um V6, compre qualquer um, estará bem servido.
Ford Duratec 2.0 16v
É o melhor motor à disposição do brasileiro médio hoje. Transforma Focus hatch e sedã em carrões e faz o EcoSport parecer um verdadeiro SUV americano, equipado com V8 e tudo. Tem torque disponível numa ampla faixa de rotações, muita potência e o consumo de combustível, embora não seja pequeno, é totalmente adequado à potência e torque entregues. Seu maior defeito é não ser flexível em combustível.
GM 1.4 Flexpower
Este motor esfregou na cara a obsolescência de todos os outros 1.4 do mercado, ao atingir expressivos 105 cv de potência com álcool. É comedido no consumo de combustível e visivelmente mais torcudo que os 1.0. Seu maior defeito está na incerteza da durabilidade: o VHC não tem um histórico respeitável, e o 1.4 bebe da mesma fonte.
Peugeot / Citroën 1.6 16v Flex
É o herdeiro do excelente Fiat de mesma cilindrada e número de válvulas. Sobe de giro com gosto e é extremamente frugal no consumo de combustível. Pesam contra a falta de torque em baixas rotações e o custo de manutenção um tanto elevado.
Honda 1.5 16v
À época do seu lançamento, fontes na GM diziam que só a Honda conseguiria extrair 105 cv de um motor tão pequeno, e ainda por cima a gasolina. A verdade é que esta unidade tem ampla potência e torque para o carro que puxa, aliados a um consumo ínfimo de combustível. Uma pena não ser flex (ainda) e que a Honda cobre tão caro pelo Fit com esse motor.
VW 1.0 8v e Ford Rocam 1.0
Não são brilhantes como nenhum desta lista, mas são os melhores motores 1.0 nacionais. O Ford tem a posição desde que lançado, sendo alcançado recentemente pelo VW, que vem em franca evolução. A competição é fraca: o 1.0 16v da Renault peca pelo fraco torque em baixa rotação; o VHC tem sérios problemas de durabilidade; e o Fire da Fiat, embora extremamente econômico, é anêmico em torque e potência. Mas não se iludam – Fiesta e Fox 1.0 seguem paralíticos; estes motores adequam-se apenas a Gol e Ka.
Menções honrosas
Honda 2.0 16v – Quase 200 cv, girando acima de 8 mil. Uma pena estar inacessível à maioria.
Ford 1.6 8v Flex – Excelente torque, potência e consumo. Transforma o Fiesta hatch num foguetinho.
Ford 2.3 Duratec 16v e VW 2.5 16v – Muita potência e torque, mas também limitados a carros caros.
Esta experiência, aliada ao fato de que é mais agradável, sim, na cidade dirigir um carro com amplo torque em baixa rotação, direcionaram as montadoras para as unidades com duas válvulas por cilindro, configuração simples e voltada ao torque. Há dez anos atrás, os motores multiválvula pareciam tomar o mercado de assalto: Gol 16v e 16v Turbo, Palio 1.0 16v e 1.6 16v, Escort 1.8 16v, Corsa 1.0 16v e 1.6 16v. Reclamações de falta de desempenho no arranque retiraram absolutamente TODOS estes motores de linha – o 1.6 da Fiat sobrevive, em coma, no Marea.
Esse gosto da maioria, aliado a uma aversão irracional à manutenção, explicam o motivo de convivermos hoje em dia com motore projetados há mais de vinte anos. O melhor exemplo é o 2.0 da GM, que impulsiona um dos lançamentos mais importantes da história da montadora, o novo Vectra. Um carro teoricamente luxuoso, movido por um motor da década de 80, que já viveu dias gloriosos com os Monzas. É um motor que entrega o que o brasileiro médio quer – torque e flexibilidade em combustível -, não deixa a desejar em potência máxima (127 cv em um 2.0 8v é um número bem respeitável), e tem a manutenção simples e extremamente barata – roda com óleos absolutamente inadmissíveis em motores modernos. Sua inaptitude é mostrada pela falta de vontade com que sobe de giro e pelo consumo espantoso.
Então o que seria um motor ideal? Ampla potência e velocidade para subir de giros, para aceleração em ultrapassagens; muito torque para o dia-a-dia urbano; um funcionamento silencioso e liso, sem sinais de aspereza em giros mais altos, e um consumo de combustível comedido. Tudo numa mesma unidade é impossível, pois motores são feitos de compromissos – adicione aí os custos. Isto levado em conta, quais os melhores motores à disposição do comprador brasileiro hoje? Já aviso que vou ignorar unidades acima de 4 cilindros e vou ater-me à faixa mais ampla do mercado. Se você pode ter um V6, compre qualquer um, estará bem servido.
Ford Duratec 2.0 16v
É o melhor motor à disposição do brasileiro médio hoje. Transforma Focus hatch e sedã em carrões e faz o EcoSport parecer um verdadeiro SUV americano, equipado com V8 e tudo. Tem torque disponível numa ampla faixa de rotações, muita potência e o consumo de combustível, embora não seja pequeno, é totalmente adequado à potência e torque entregues. Seu maior defeito é não ser flexível em combustível.
GM 1.4 Flexpower
Este motor esfregou na cara a obsolescência de todos os outros 1.4 do mercado, ao atingir expressivos 105 cv de potência com álcool. É comedido no consumo de combustível e visivelmente mais torcudo que os 1.0. Seu maior defeito está na incerteza da durabilidade: o VHC não tem um histórico respeitável, e o 1.4 bebe da mesma fonte.
Peugeot / Citroën 1.6 16v Flex
É o herdeiro do excelente Fiat de mesma cilindrada e número de válvulas. Sobe de giro com gosto e é extremamente frugal no consumo de combustível. Pesam contra a falta de torque em baixas rotações e o custo de manutenção um tanto elevado.
Honda 1.5 16v
À época do seu lançamento, fontes na GM diziam que só a Honda conseguiria extrair 105 cv de um motor tão pequeno, e ainda por cima a gasolina. A verdade é que esta unidade tem ampla potência e torque para o carro que puxa, aliados a um consumo ínfimo de combustível. Uma pena não ser flex (ainda) e que a Honda cobre tão caro pelo Fit com esse motor.
VW 1.0 8v e Ford Rocam 1.0
Não são brilhantes como nenhum desta lista, mas são os melhores motores 1.0 nacionais. O Ford tem a posição desde que lançado, sendo alcançado recentemente pelo VW, que vem em franca evolução. A competição é fraca: o 1.0 16v da Renault peca pelo fraco torque em baixa rotação; o VHC tem sérios problemas de durabilidade; e o Fire da Fiat, embora extremamente econômico, é anêmico em torque e potência. Mas não se iludam – Fiesta e Fox 1.0 seguem paralíticos; estes motores adequam-se apenas a Gol e Ka.
Menções honrosas
Honda 2.0 16v – Quase 200 cv, girando acima de 8 mil. Uma pena estar inacessível à maioria.
Ford 1.6 8v Flex – Excelente torque, potência e consumo. Transforma o Fiesta hatch num foguetinho.
Ford 2.3 Duratec 16v e VW 2.5 16v – Muita potência e torque, mas também limitados a carros caros.
Comentários
Vale lembrar que a decisão de utilizar motores com 2 valvulas por cilindfro foi muito mais financeira do que uma resposta ao mercado.
Ter 16v já foi argumento de venda, mas com a evolução dos motores 8v (com peças de baixa inércia, coletores de admissão variáveis, escapamentos tubulares, etc) os motores 8v atingiram (ou quase) os mesmos valores de desempenho que os 16v, só que com um custo bem menor de produção. Os 8v tem apenas 1 comando, 2 valvulas por cilindro(cabeçote bem menos complicado).
A grande mudança nesse segmento se deu com o lançamento do Rocan 1.0 que provou que poderia ter os mesmos numeros que os ate então imbatíveis VW 1.0 16v. E ai, o custo falou mais alto.
Os motores multi-valvulas de 4 cilindros estão fadados a extinção. A configuração mais acertada serão as 3 valvulas por cilindro (como usa a mercedes), deixando restrito apenas a versões esportivas os 16v.
Tanto é que a Fiat esta desenvolveno um 1.9 8v para o Linea com 130+cv
abs
T.