Town Car

Desculpem a demora, pessoal. Viagem é fogo.

Assim como Bob Sharp, gosto de reparar no trânsito das cidades e países que visito. E desta vez foi Nova York, Estados Unidos.

A filosofia norte-americana de transporte terrestre difere bastante da européia, que por sua vez se assemelha mais à brasileira. Talvez pelo estilo de colonização ou mesmo o tamanho dos territórios, o fato é que muitos americanos pegam duas horas de estrada, todos os dias, para ir trabalhar, enquanto europeus tendem a fazer tudo na mesma cidade.

O resultado (ou a causa) disso é uma malha muito extensa de rodovias, que me surpreendeu ao observar um mapa de NY. Mesmo em São Paulo, o estado mais desenvolvido da federação neste aspecto, existem grandes áreas desprovidas de cidades e estradas, enquanto o estado inteiro de Nova York parece um tabuleiro de xadrez.

Se, com isso, há mais tráfego nas highways, por outro lado existem mais highways, o que alivia o tráfego. Segundo um motorista de lá, a maioria das estradas é tranqüila, mas congestionamentos são freqüentes nas saídas para as cidades.

As estradas que peguei eram ótimas. Muito sinalizadas, asfalto liso o tempo todo, nenhum pedágio. Defeitos apenas o limite de velocidade muito baixo (55 milhas, ou menos de 90 km/h) e os caminhões, que sempre trafegam na pista do meio. Direita só fica quem vai sair da estrada.

Falar do trânsito em Manhattan é falar de um mundo à parte. Manhattan é aquele 1% dos EUA onde não vale a pena ter um carro, num país que idolatra a máquina. Os prédios não têm garagem, todos estacionam na rua, o trânsito, mesmo quando flui, é constantemente interrompido pelos sinais de trânsito e muitas vezes é preciso dobrar uma esquina no farol vermelho devido à intensa quantidade de pedestres (que sempre têm a preferência). Vale notar ainda a grande quantidade de gente buzinando, algo que não se espera de um lugar supostamente civilizado.

E os carros? Todos automáticos e grandes, muito grandes. O Corolla de lá, que é igual ao vendido aqui, passa a impressão de carro compacto. Golf e Bora, então, são o Celta local. Os SUVs são mais de 40% da frota e vi muito poucos híbridos. Talvez uns dois Prius e um pouco mais de Ford Escapes, o pai do nosso EcoSport.

Curiosidades: não existe muita variação nas cores externas, mas os interiores dos carros podem vir em preto, cinza, caramelo, grafite e até vinho. Gasolina continua mais barata que no Brasil (2,34 dólares o galão). Velhos hábitos não mudam: os taxistas continuam acelerando forte nas saídas de sinais para frearem em seguida. E tome barcas Crown Victoria bebendo gasolina. A maioria dos carros está bem suja e amassada, numa proporção muito maior que no Brasil. Praticamente todos os táxis têm algum amassado, o que é raro de se ver ao menos em São Paulo.

Mas o pior, o pior mesmo são os preços. Golf, Focus e Corolla por lá partem da faixa de 15 mil dólares. Ford Fusion é carro de entrada. Cada carro tem várias opções de motorização e acabamento. O dinheiro que compra uma série 3 aqui, talvez uma série 5, lá compra um Corvette (vi uma meia dúzia). Mercedes série E e Audi 6 tem em casa esquina. E nós? Nós vamos de Prisma!

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