Chevrolet Prisma

Vamos juntar os dados:

1. O segmento dos sedãs compactos cresce a rodo. Faz sentido, numa terra de achatamento de salários, mas com necessidade de transportar a família.
2. O corsa “novo” não pegou. Seja pela plataforma sem grandes atributos, pelo posicionamento de mercado ou pela falta de um motor intermediário.
3. O Renault Logan vem aí, olê olê olá.

É importante não subestimar a influência do Logan no projeto do Prisma. A GMB está há tempos de olhos muito abertos para esse carro e ficaria sem pai nem mãe (assim como as outras montadoras) se o produto chegasse aqui a R$ 23 mil completo, como seria esperado. No entanto, aparentemente, e por razões que me fogem, a Renault vai depenar o Clio para mantê-lo na entrada da linha e o Logan virá num segmento superior. Entende-se ao considerar que o custo de produção do Clio está amortizado e que o carro goza de uma reputação bem razoável. Mas duvido que se aproxime do Mille em preço e só isto já transtorna a estratégia.

Numa conta de padaria, quais seriam as vantagens do Logan? Espaço interno, porta-malas, acabamento e preço. As desvantagens, o desenho no mínimo estranho, a dirigibilidade (um carro com uma alavanca de marchas daquele tamanho não tem como ser bom de dirigir) e talvez a motorização, posto que a Renault Brasileira pula do 1.0 16v para o 1.6 16v. O 1.4 Flex da Peugeot pode ser uma ótima aposta.

A GM apostou que o Logan sofrerá o mesmo processo do Celta: chegará caro demais. E contrapôs justamente o ponto mais fraco do Logan ao ponto mais forte do Prisma: o desenho externo. Bateu forte também na motorização, desenvolvendo um 1.4 flexível de impressionantes 97 cv com álcool. Difícil não imaginar a gasolina detonando antes com tal taxa de compressão, mas até agora isso é só uma suspeita.

Imaginando um embate entre o Prisma e um hipotético Logan com o 1.4 do Pug 206, a briga é boa. Com preços parecidos, o Logan oferecerá mais espaço interno e melhor acabamento. O Prisma, desenho várias vezes mais bonito e melhor desempenho. Infelizmente, os carros nos quais se baseiam (Clio e Celta) não permitem antever dirigibilidade agradável em nenhum deles. No Clio é quase tudo culpa do câmbio impreciso e cheio de vibrações. No Celta, é um mix entre o câmbio de relações estupidamente curtas e o volante torto para a direita.

No mercado hoje, o segmento apresenta um concorrente forte em desenho e em porta-malas; sofrível em espaço interno e em desempenho, que é o Siena 1.4. Um outro de dirigibilidade e desempenho excelentes, bom espaço, bom porta-malas, e acabamento sofrível, que é o Fiesta Sedan. E, por fim, um carro de desenho estranho, caro, mas de desempenho muito acima da média, espaço interno bom e um porta-malas latifundiário, que é o Clio Sedan. Na categoria, minha preferência pessoal é pelo Fiesta, mesmo com Prisma e Logan.

PS: Estarei fora por um tempo, mas volto com novidades.

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