Escapando


Já li uns quatro ou cinco textos sobre a nova 206 SW Escapade. E quase todos faziam questão de frisar, de forma até irritante: a pronúncia correta do nome é Escapade, em português/francês, e não Escapeide como seria em inglês. Que preocupação, né? Lembra-me quando a Fiat lançou o Dobló, ressaltando que o nome é Doblô, com “o” fechado.

E o Passat? É Pássat ou Passát? O Voyage era Vôyage ou Voyáge? Engraçado como nomes que remetem ao inglês não causam dúvidas: Blazer sempre foi Blêizer, e nunca Blázer. O Porsche 911 aqui é novecentos-e-onze, enquanto na Inglaterra e nos EUA é nine-eleven. E a Ferrari 430, é quatrocentos-e-trinta ou quatro-três-zero? Peugeot trezentos-e-sete ou três-zero-sete? Pior ainda é a Lamborghini Murciélago, absolutamente impronunciável pelos ingleses e americanos (fica Murcielahgo).

Para mim, a questão mais interessante nas nomenclaturas de automóveis é o gênero. A Zafira, a Picasso, a Meriva, a Scénic – minivans, portanto no feminino (a minivan). O Astra, o Golf, o Focus – hatches e sedãs, masculinos). A Strada, a Saveiro, a Montana e... A picape Corsa ou Corsa picape, nunca só Corsa. Afinal, Corsa sozinho é o hatch/sedã, portanto masculino. Já o Palio é o hatch, e a Palio é a weekend. Mesma coisa com o Marea.

O BCWS tentou uma padronização pelo masculino – o carro. Acho que não deu muito certo. O Blazer, o s10, o Brasília. Na Itália e nos EUA, carros são femininos. La macchina e, em inglês, segue o exemplo dos barcos e navios, que são referidos no feminino, embora lá não se use artigo diferenciador de gênero – só referências em terceira pessoa. “Have you seen my new car? She’s on the garage”, embora a regra peça para se usar o “It”, tão assexuado quanto um puritano.

Dois exemplos de dúvidas me vêm à cabeça. Porsche e Corvette. Para mim, ambos masculinos, mas confesso que não acho a Porsche e a Corvette tão estranhos. Engraçado pensar que os carros-símbolo de masculinidade são, sem dúvida, masculinos. Vai chamar de uma Mustang pra você ver...

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