Primeiras impressões: Jeep Renegade



É um bibelô.

Pense num MINI. É um carro pequeno, para duas pessoas e um banco traseiro fictício (estamos falando do MINI com a concepção original, não essas trapizongas de Countryman e quetais). É um carro que tem diversos detalhes que remetem ao original ou então que se esforçam para agregar exclusividade, charme, para justificar o preço diante de atributos mecânicos nem sempre adequados – sabia que o MINI tem ou pelo menos teve versões com motor 1,6 aspirado de menos de 100 cv? Pois é.

Agora pegue tudo isso e coloque num carro que, ao invés de ter como diferencial a dirigibilidade próxima a um kart, como é o MINI, tem como diferencial a altura do solo e a robustez. É um Renegade.

O mais atraente no Renegade é seu design e o grande esforço empreendido pela equipe da Jeep nos detalhes. Itens como o “since 1941”, as lanternas traseiras remetendo aos galões de gasolina dos Jeeps antigos, os pequenos desenhos de Jeep espalhados pelo acabamento, os selos “trail rated” e “original edition”, a manopla do câmbio manual em formato de bola de alumínio, tudo isso é uma graça.

Outra boa surpresa foi a qualidade de montagem. Tínhamos cinco pés atrás a respeito de como seria a montagem de um carro de projeto novo (primeiro problema), numa fábrica nova (segundo problema), numa região sem mão-de-obra especializada (terceiro problema), de uma marca que há décadas não montava no Brasil (quarto problema), com padrão de qualidade Fiat (quinto problema).

E o carro está bem montadinho. Pelo menos nas unidades que observamos, tudo no lugar, sem rebarbas, sem falhas de encaixe, com tudo abrindo e fechando adequadamente.

Agora, como carro, itens críticos ficam a desejar. Destacamos um que vimos: o espaço interno não é grande coisa para quem vai atrás, e o porta-malas está mais para porta-lenços. E outro que não vimos: esse motor 1,8 está bastante subdimensionado para o peso e tamanho do carro. Vai faltar. Claro que o diesel é outra coisa, e arriscamos dizer que seu mix de vendas deve estar até superior ao esperado pela Jeep.

Por isso a associação com o MINI. Carro simpático, com alta ênfase no design, e menos na praticidade. Como único carro da casa, somente para solteiros ou casais sem filhos, que no final das contas é o público-alvo mesmo.


Vale ainda ressaltar que nas visitas que fizemos, as concessionárias estavam abarrotadas de carros. É bem possível ser bastante agressivo na negociação e conseguir ótimos descontos, pelo menos nas versões flex. 

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