Mi piace Alfa Romeo
De
arrepiar o ronco da nova Alfa Romeo Giulia, apresentado ao mundo ontem na comemoração
dos 105 anos da marca.
Falar
de Alfa Romeo é fazer o coração de qualquer entusiasta bater mais forte, pela
sua combinação de design, ronco de motores, personalidade e preço razoavelmente
acessível. Não é à toa que o Top Gear vaticinou: você não é um apaixonado por
carros se nunca tiver sido dono de um Alfa Romeo (algo que o próprio Top Gear
não cumpre dado que o Hammond nunca teve um, mas enfim fica a dica).
Nós,
brasileiros, recebemos somente a fase arroz com feijão de carros sem graça com
tração dianteira. Pode ser difícil identificar essa paixão toda,
compreensivelmente. No M4R fazemos votos que a Alfa volte logo ao Brasil, e com
preços competitivos.
O
slide de próximos modelos da marca, que chupiscamos do UOL Carros, dá dicas
interessantes sobre o futuro line up:
Sub
compactos: hoje a marca produz o MiTo, sobre a base do Punto. É uma afronta à
história da Alfa e só o compreendemos como um aparelho respiratório, algo que
manteve a Alfa viva, mais ou menos como os Mustang de 4 cilindros dos anos 80.
Note que não existem planos para o futuro nesta categoria.
Compactos:
o Giulieta é feito na base do Bravo, outra afronta. Para 2016-2018 a marca
promete dois modelos e são esses que mais aguçam nossa curiosidade. Um hatch,
Alfa, italiano, com tração traseira, disponível no Brasil na faixa de preços do
Golf GTI? Gostamos desde já. E vamos além: se a Fiat for realmente ousada, trará
as versões mais simples para combater de verdade no nicho de hatches médios,
dado que desde o Tipo ela não acerta mais e só se arrasta em vendas nessa
categoria. Isso vai esbarrar no problema de “todo Alfa será feito na Itália”,
mas honestamente não acreditamos que essa premissa seja factível no longo
prazo. Hoje provavelmente é mais para agradar o governo italiano.
Médios:
entenda-se do porte da BMW série 3. Já temos o Giulia, e novamente estamos com
o apetite aguçado; um Alfa precificado para combater com os alemães de entrada
será uma boa dose de design e esportividade num segmento cheio de carros muito
bons porém sem ousadia.
Grandes:
aqui estamos falando de BMW série 5, um filé mignon na Europa. Alfa
Quadrifoglio vs. M5? Gostamos.
UVs
são os jipes, e evidentemente o exemplo do Macan e do Cayenne fala bem alto em
termos de saúde financeira. Não vamos lutar contra; que existam e sejam interessantes.
Levem o “flair” Alfa Romeo para os grandões.
Specialty
são os de pequeno volume e normalmente alto desempenho. O interessante 4C
enquadra aqui, e teremos algo novo no futuro. Note como colocaram o ícone numa
nova linha, e não como continuidade / substituto do 4C. Ou seja, devemos esperar
algo mais potente, mas ainda abaixo das Ferraris de entrada, considerando ainda
que a Maserati não terá representante no segmento. Carro de sonho, para
pendurar o pôster no quarto.
Nossa
leitura em retrospecto é a de que a Alfa era cozinhada em banho maria até que a
Fiat tomasse uma decisão sobre o que fazer com a marca. Provavelmente presa em
intermináveis discussões sobre se a linha Fiat ou Lancia deveria assumir seu
lugar, e qual seria o investimento necessário para renová-la. Aparentemente a
compra da Chrysler deu à liderança a visão sobre uma gama completa de produtos
e evidenciou uma lacuna para carros mais luxuosos e esportivos que não podem
ser preenchidos pelo line up atual, com Chrysler, Jeep, Fiat, Lancia, Maserati,
Ferrari e outros que podemos ter esquecido.
Uma
Alfa Romeo forte e com bons produtos é algo que todo entusiasta vê com bons
olhos. Que tenha ótima recuperação e venha logo para o Brasil!
Comentários
abraços
Cassiano.