Os destaques de 2010
O final de um ano costuma trazer aquele clima nostálgico de revisão do que aconteceu nos últimos doze meses. Aqui vai então a avaliação do M4R sobre o 2010 automotivo, dividido da mesma forma que damos as notas em nossas avaliações.
Estilo – Bastante disputada a categoria e estilo. Imediatamente vêm a cabeça o novo SUV da Hyundai, o ix35, o novo Fiesta sedã, e o novo médio da Fiat, o Bravo. Embora bonito, o coreano peca pelas linhas sem personalidade, que não se impõem e logo são esquecidas. Não há um traço marcante. Então, embora sem o ar de novidade – culpa do Punto – o destaque de estilo de 2010 vai para o sucessor do Stilo (que aliás não tem estilo nenhum) e para o novo sedã compacto da Ford. Por fim, impossível não mencionar o Uno que, embora não seja bonito aos olhos de todos, tem o enorme mérito de pensar diferente.
Imagem – Fusion híbrido. Pagar 140 mil reais num carro só para mostrar a redução no uso de combustível é realmente se preocupar demais com a imagem, não?
Acabamento – Neste item as coisas estão feias. A piora no acabamento do novo Jetta, aliada ao acabamento nada maravilhoso do Focus e do Fusion, mostra que alguns modelos realmente esqueceram como fazer um belo interior. O Fluence, por sua vez, mostra bom aspecto, embora ainda aquém dos concorrentes japoneses.
Posição de dirigir – Faz muita falta em nosso mercado um cupê esportivo, com uma posição de dirigir perfeita, um volante delicioso e um câmbio curto e preciso. O mais próximo que temos disso é o Fiat Punto. Méritos para a Fiat por honrar sua tradição italiana e oferecer não só isso, mas também versões esportivas de seu compacto e de seu médio. Não seria maravilhoso se Punto e Bravo T-Jet tivessem a concorrência de Polo e Golf GTI, Fiesta e Focus ST, Corsa e Astra SS?
Instrumentos – O Fiat Bravo ganha mais um destaque aqui, ao oferecer tela multimídia com navegador num carro de preço mais acessível. É prudente lembrarmos também que em 2010 os carros importados começaram a ter navegadores adaptados para o Brasil, falha antes inimaginável. Por fim, numa escala mais mundana, méritos para a VW por permitir que todos os carros de sua linha tenham um computador de bordo dos mais completos.
Itens de conveniência – Aqui é difícil não lembrar do novo Fiesta sedã, que oferece configurações bem completas a bom preço – sempre é bom lembrar que o Fiesta mais completo é mais barato que o City mais barato. Ford, POR FAVOR, coloque um automático logo nesse carro. Vai fazer como o Focus que ficou sem motor flex por dois anos e aí fica difícil de emplacar, né?
Espaço Interno – É até um pouco covardia, pois o carro foi feito pensando no espaço interno. O Peugeot 3008 aloja cinco pessoas confortavelmente e ainda traz uma série de porta-trecos para as mais variadas utilizações. É um habitáculo com uma sensação de espaço incrível.
Porta-malas – Aspecto apenas mediano do 3008, com 432 litros (mesmo tamanho de um Polo sedã). Quem leva aqui é o novo Fluence, com seus cavernosos 530 litros. O Jetta também vem com muito espaço nesse item.
Motor – Há muito, muito tempo que não tínhamos tantos lançamentos de destaque num só ano. O 1.6 16v da Ford, o 1.6 16v e o 1.8 16v da Fiat, e o 1.6 16v turbo da Peugeot. Todos unidades bem modernas, de ótimo rendimento, boa entrega de potência e torque (em especial no último). Incrível estes motores conviverem no mesmo mercado que idiotices como os 2.0 da GM e da VW.
Desempenho – E aqui somos obrigados a dar o braço a torcer para a GM. Tudo bem que são caros, mas, em suas faixas de preço, o Camaro de 406 cv e o Omega Fittipaldi de 292 cv são os carros de maior potência. E ambos com história: o Camaro é um clássico da melhor época automotiva dos EUA, enquanto o Omega é um australiano com um histórico de alto desempenho, e que fez bonito nos Estados Unidos, como Pontiac GTO, e na Inglaterra, como Vauxhall VXR. Ambos também ajudam a nos lembrar que existe vida além dos quatro cilindros, e esta vida tende a vir acompanhada de um ronco de motor magnífico. Para citar algo mais acessível, muito interessante a proposta de um Punto 1.8 16v com 132 cv.
Câmbio – A R$ 90 mil, o Audi A1 traz a caixa de dupla embreagem para os carros abaixo de R$ 100 mil. E é como a maioria das caixas serão no futuro: suaves, compactas, com acionamento instantâneo no modo manual e muita fluidez no automático. Além dele, destaque para o Fluence: a Renault Nissan esfrega mais uma vez na cara da Honda que câmbio CVT e motores flex andam junto, sim senhor.
Freios – Difícil destacar um modelo por seus freios. Aqui vale a pena citar a popularização cada vez maior do ABS, que salva vidas e tira muitos motoristas de enrascadas. E um certo mérito para a Fiat, que está abandonando os freios binários que travam só de olhar.
Suspensão – Novo Jetta, eixo de torção. Fluence, eixo de torção. Bravo, eixo de torção. NÃO AGUENTO MAIS EIXO DE TORÇÃO. O Focus usa multilink desde a década de 90 e nem assim as montadoras se tocam?
Estabilidade – Não testamos o carro para garantir seu sucesso, mas mesmo a ideia vale o destaque: a Fiat endureceu e modificou a suspensão do Bravo para a versão T-Jet. Faz tempo que não víamos uma versão esportiva com uma suspensão diferente, mesmo que somente na calibração. Pontos para a Fiat por acreditar na esportividade.
Segurança passiva – O primeiro carro a trazer sete airbags para o Brasil a um preço pagável. Muitas palmas, em pé, para o novo Fiesta. Mas que deveria ter ao menos as bolsas frontais de série, isso deveria.
Custo-benefício – Quem se destaca nessa história de custo-benefício é o Tiida Sedã, mas não dá pra recomendar um carro feio daquele jeito. Então fiquemos com outro na linha Nissan: a Livina, muito honesta, agradável e a um preço que não mata ninguém do coração.
Este post encerra as atividades do M4R em 2010. Nos vemos em 2011, até lá!
Estilo – Bastante disputada a categoria e estilo. Imediatamente vêm a cabeça o novo SUV da Hyundai, o ix35, o novo Fiesta sedã, e o novo médio da Fiat, o Bravo. Embora bonito, o coreano peca pelas linhas sem personalidade, que não se impõem e logo são esquecidas. Não há um traço marcante. Então, embora sem o ar de novidade – culpa do Punto – o destaque de estilo de 2010 vai para o sucessor do Stilo (que aliás não tem estilo nenhum) e para o novo sedã compacto da Ford. Por fim, impossível não mencionar o Uno que, embora não seja bonito aos olhos de todos, tem o enorme mérito de pensar diferente.
Imagem – Fusion híbrido. Pagar 140 mil reais num carro só para mostrar a redução no uso de combustível é realmente se preocupar demais com a imagem, não?
Acabamento – Neste item as coisas estão feias. A piora no acabamento do novo Jetta, aliada ao acabamento nada maravilhoso do Focus e do Fusion, mostra que alguns modelos realmente esqueceram como fazer um belo interior. O Fluence, por sua vez, mostra bom aspecto, embora ainda aquém dos concorrentes japoneses.
Posição de dirigir – Faz muita falta em nosso mercado um cupê esportivo, com uma posição de dirigir perfeita, um volante delicioso e um câmbio curto e preciso. O mais próximo que temos disso é o Fiat Punto. Méritos para a Fiat por honrar sua tradição italiana e oferecer não só isso, mas também versões esportivas de seu compacto e de seu médio. Não seria maravilhoso se Punto e Bravo T-Jet tivessem a concorrência de Polo e Golf GTI, Fiesta e Focus ST, Corsa e Astra SS?
Instrumentos – O Fiat Bravo ganha mais um destaque aqui, ao oferecer tela multimídia com navegador num carro de preço mais acessível. É prudente lembrarmos também que em 2010 os carros importados começaram a ter navegadores adaptados para o Brasil, falha antes inimaginável. Por fim, numa escala mais mundana, méritos para a VW por permitir que todos os carros de sua linha tenham um computador de bordo dos mais completos.
Itens de conveniência – Aqui é difícil não lembrar do novo Fiesta sedã, que oferece configurações bem completas a bom preço – sempre é bom lembrar que o Fiesta mais completo é mais barato que o City mais barato. Ford, POR FAVOR, coloque um automático logo nesse carro. Vai fazer como o Focus que ficou sem motor flex por dois anos e aí fica difícil de emplacar, né?
Espaço Interno – É até um pouco covardia, pois o carro foi feito pensando no espaço interno. O Peugeot 3008 aloja cinco pessoas confortavelmente e ainda traz uma série de porta-trecos para as mais variadas utilizações. É um habitáculo com uma sensação de espaço incrível.
Porta-malas – Aspecto apenas mediano do 3008, com 432 litros (mesmo tamanho de um Polo sedã). Quem leva aqui é o novo Fluence, com seus cavernosos 530 litros. O Jetta também vem com muito espaço nesse item.
Motor – Há muito, muito tempo que não tínhamos tantos lançamentos de destaque num só ano. O 1.6 16v da Ford, o 1.6 16v e o 1.8 16v da Fiat, e o 1.6 16v turbo da Peugeot. Todos unidades bem modernas, de ótimo rendimento, boa entrega de potência e torque (em especial no último). Incrível estes motores conviverem no mesmo mercado que idiotices como os 2.0 da GM e da VW.
Desempenho – E aqui somos obrigados a dar o braço a torcer para a GM. Tudo bem que são caros, mas, em suas faixas de preço, o Camaro de 406 cv e o Omega Fittipaldi de 292 cv são os carros de maior potência. E ambos com história: o Camaro é um clássico da melhor época automotiva dos EUA, enquanto o Omega é um australiano com um histórico de alto desempenho, e que fez bonito nos Estados Unidos, como Pontiac GTO, e na Inglaterra, como Vauxhall VXR. Ambos também ajudam a nos lembrar que existe vida além dos quatro cilindros, e esta vida tende a vir acompanhada de um ronco de motor magnífico. Para citar algo mais acessível, muito interessante a proposta de um Punto 1.8 16v com 132 cv.
Câmbio – A R$ 90 mil, o Audi A1 traz a caixa de dupla embreagem para os carros abaixo de R$ 100 mil. E é como a maioria das caixas serão no futuro: suaves, compactas, com acionamento instantâneo no modo manual e muita fluidez no automático. Além dele, destaque para o Fluence: a Renault Nissan esfrega mais uma vez na cara da Honda que câmbio CVT e motores flex andam junto, sim senhor.
Freios – Difícil destacar um modelo por seus freios. Aqui vale a pena citar a popularização cada vez maior do ABS, que salva vidas e tira muitos motoristas de enrascadas. E um certo mérito para a Fiat, que está abandonando os freios binários que travam só de olhar.
Suspensão – Novo Jetta, eixo de torção. Fluence, eixo de torção. Bravo, eixo de torção. NÃO AGUENTO MAIS EIXO DE TORÇÃO. O Focus usa multilink desde a década de 90 e nem assim as montadoras se tocam?
Estabilidade – Não testamos o carro para garantir seu sucesso, mas mesmo a ideia vale o destaque: a Fiat endureceu e modificou a suspensão do Bravo para a versão T-Jet. Faz tempo que não víamos uma versão esportiva com uma suspensão diferente, mesmo que somente na calibração. Pontos para a Fiat por acreditar na esportividade.
Segurança passiva – O primeiro carro a trazer sete airbags para o Brasil a um preço pagável. Muitas palmas, em pé, para o novo Fiesta. Mas que deveria ter ao menos as bolsas frontais de série, isso deveria.
Custo-benefício – Quem se destaca nessa história de custo-benefício é o Tiida Sedã, mas não dá pra recomendar um carro feio daquele jeito. Então fiquemos com outro na linha Nissan: a Livina, muito honesta, agradável e a um preço que não mata ninguém do coração.
Este post encerra as atividades do M4R em 2010. Nos vemos em 2011, até lá!
Comentários
Abraços!