Quando é preciso ser racional. Ou não.
Recentemente tivemos dois comparativos entre sedãs pequenos nas revistas Quatro Rodas (4R) e Car and Driver (C/D). Na primeira, o Logan ganhou o embate contra Fiesta, Voyage, Siena e Prisma, na ordem. Na segunda, o Voyage 1.6 ganhou de Logan 1.6 e de Fiesta 1.6.
Peguei-me concordando com o resultado de ambos os comparativos, o que é insólito, pois Logan, Voyage e Fiesta estiveram em ambos, mas com posicionamentos diferentes. O que acontece?
É tudo uma questão de lidar com a expectativa do consumidor. No caso do comparativo da 4R, de sedãs 1.0, motorização e dirigibilidade estão realmente abaixo da média em todos os carros, e quem busca um carro nessa categoria não está preocupado com esses quesitos – ou até está, mas a situação financeira ou a necessidade de espaço não permitem outra compra.
Isto posto, a compra de um sedã 1.0 é racional por opção. “Não tenho mais dinheiro para um sedã 1.4”; “a família cresceu e preciso trocar motorização por espaço”; “não ligo para desempenho, quero economia”, todos são argumentos válidos aqui, e têm prioridade sobre o “prazer em dirigir”. Na mesma faixa de preço é possível levar um Ka 1.6, que é bem prazeroso em conduzir, mas não entrega nenhuma das afirmativas.
Então, se é preciso ser racional, que sejamos racionais de tudo e levemos o Logan, carro racional por excelência. Tem de longe o maior espaço interno e um porta-malas de grande monta, embora mais feio do que bater na mãe, e ainda entrega desempenho similar aos concorrentes. Tanto Fiesta quanto Voyage seguem a mesma proposta, mas entregam mais prazer em dirigir e melhor acabamento, em troca de um espaço interno consideravelmente menor.
O Siena é um caso curioso, pois tem mimos como computador de bordo e porta-óculos, num carro apertado pra caramba (taxistas deveriam ser proibidos de usá-lo, inclusive). Não entendo qual a necessidade de comprar um sedã 1.0 com esses acessórios e que não cabe ninguém atrás. Ou você fica com um Palio, que tem o mesmo espaço interno e desempenho melhor, ou migra para um sedã de verdade, como os da concorrência.
(Aliás, deixo claro desde já: eu nunca teria um Logan. Se precisasse de um carro nessa categoria, iria de Voyage ou Fiesta sem pestanejar. E aperto a família. Coloco o espaço interno e a racionalidade atrás da feiúra abissal e do fato do Logan ser um carro projetado para ser barato, idéia da qual discordo radicalmente).
Já no caso dos sedãs com motor 1.6, a coisa muda de figura. Preço não é tanto um problema, e o prazer em dirigir precisa falar alto. Juntou prazer em dirigir com estética e todos os outros fatores passionais que envolvem a compra de um carro, e o Logan cai fora. Ainda digo que a C/D errou ao colocar o Logan à frente do Fiesta, que prefito muito mais e que ainda é bastante competitivo em relação ao Voyage, provavelmente o melhor dos três.
Peguei-me concordando com o resultado de ambos os comparativos, o que é insólito, pois Logan, Voyage e Fiesta estiveram em ambos, mas com posicionamentos diferentes. O que acontece?
É tudo uma questão de lidar com a expectativa do consumidor. No caso do comparativo da 4R, de sedãs 1.0, motorização e dirigibilidade estão realmente abaixo da média em todos os carros, e quem busca um carro nessa categoria não está preocupado com esses quesitos – ou até está, mas a situação financeira ou a necessidade de espaço não permitem outra compra.
Isto posto, a compra de um sedã 1.0 é racional por opção. “Não tenho mais dinheiro para um sedã 1.4”; “a família cresceu e preciso trocar motorização por espaço”; “não ligo para desempenho, quero economia”, todos são argumentos válidos aqui, e têm prioridade sobre o “prazer em dirigir”. Na mesma faixa de preço é possível levar um Ka 1.6, que é bem prazeroso em conduzir, mas não entrega nenhuma das afirmativas.
Então, se é preciso ser racional, que sejamos racionais de tudo e levemos o Logan, carro racional por excelência. Tem de longe o maior espaço interno e um porta-malas de grande monta, embora mais feio do que bater na mãe, e ainda entrega desempenho similar aos concorrentes. Tanto Fiesta quanto Voyage seguem a mesma proposta, mas entregam mais prazer em dirigir e melhor acabamento, em troca de um espaço interno consideravelmente menor.
O Siena é um caso curioso, pois tem mimos como computador de bordo e porta-óculos, num carro apertado pra caramba (taxistas deveriam ser proibidos de usá-lo, inclusive). Não entendo qual a necessidade de comprar um sedã 1.0 com esses acessórios e que não cabe ninguém atrás. Ou você fica com um Palio, que tem o mesmo espaço interno e desempenho melhor, ou migra para um sedã de verdade, como os da concorrência.
(Aliás, deixo claro desde já: eu nunca teria um Logan. Se precisasse de um carro nessa categoria, iria de Voyage ou Fiesta sem pestanejar. E aperto a família. Coloco o espaço interno e a racionalidade atrás da feiúra abissal e do fato do Logan ser um carro projetado para ser barato, idéia da qual discordo radicalmente).
Já no caso dos sedãs com motor 1.6, a coisa muda de figura. Preço não é tanto um problema, e o prazer em dirigir precisa falar alto. Juntou prazer em dirigir com estética e todos os outros fatores passionais que envolvem a compra de um carro, e o Logan cai fora. Ainda digo que a C/D errou ao colocar o Logan à frente do Fiesta, que prefito muito mais e que ainda é bastante competitivo em relação ao Voyage, provavelmente o melhor dos três.
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