The heartbeat of America

Eu costumo reclamar bastante da GM neste espaço. A empresa tem feito uns movimentos bem burros no mercado que têm custado a liderança do segmento. Pois agora chegou o momento de elogiar.

Em primeiro, um meio-elogio. Está em vias de chegar entre nós o Vectra GT, na verdade o Astra hatch alemão. Tenho ainda uma dúvida um tanto crucial – o carro vem na plataforma do Astra alemão ou é uma bolha sobre a plataforma modificada do Astra nacional, assim como o Vectra é na verdade o Astra sedã alemão na plataforma da Zafira nacional?

De qualquer maneira, as estruturas não mudam muito. A suspensão, em ambos os casos, é bastante tradicional – McPherson na frente e eixo de torção atrás – e a calibragem para as ruas absurdamente mal conservadas nas quais rodamos com certeza muda a dirigibilidade do carro independente da plataforma.

O carro é MUITO bonito. A GM do Brasil fez o favor de mexer pouco no design, o que eleva o Vectra GT junto com o 307 em termos de beleza e atualidade. Com certeza envelhecerá Stilo, Focus e até o Golf 4,5.

Por dentro, o carro deve seguir o Vectra nacional, ou seja, ho-hum. Existem qualidades, como o tecido dos bancos, os painés das portas, os mostradores e botões, a manopla do câmbio manual, e existem defeitos, como o excesso de apoio lombar, peças que não se encaixam direito e o excesso de uso de peças de outros carros, como as saídas de ar de Meriva.

Infelizmente a GM perderá a chance de equipar esta plataforma que, se não é a mais avançada do mundo, pelo menos está à altura da concorrência, com um motor mais desenvolvido tecnologicamente e mais condizente com o século 21. É uma pena que ele venha com o 2.0 de Monza e o 2.4 de Blazer.

Um outro senão é a permanência do Astra. A estratégia ideal seria banir o veterano e entrar com o pé no peito da concorrência: Vectra GT com o 1.8 de Corsa e Meriva a 41 mil reais. Uma estratégia híbrida seria colocar o Astra hatch Advantage a preço de Focus, 41 mil reais. Pode ser esse o caminho. Mas, pelo visto, a GM manterá os preços do Astra e colocará o Vectra hatch realmente como um primo sem porta-malas saliente do Vectra sedã, ou seja, brigando na faixa acima de 55 mil. Complicado isso. Nomes como 307 e Civic são muito atraentes neste espaço.

O outro elogio, com a única condição de “que demora”, vai para Corsa e Montana 1.4. O Econoflex do Prisma foi retrabalhado (já?) para 99 e 105 cv com gasolina e álcool. A potência a gasolina soa quase irreal dada a pequena cilindrada e a alta taxa de compressão. Mais fácil considerar como motor a álcool que pode rodar às vezes com gasolina.

A Montana ganha uma opção de entrada para competir com as Strada vendidas visando o trabalho, e o Corsa tem finalmente uma alternativa viável ao 1.0 VHC que demonstra há tempos ser bem insuficiente para o peso dos carros e, não só isso, estraga uma experiência que poderia ser muito boa – os Corsas ainda seguem bastante o projeto alemão, com um ótimo acerto de suspensão e acabamento acima da média. Nesta configuração, são uma excelente opção aos até então reis do segmento, Palio e Siena 1.4, com a vantagem do maior espaço interno e melhor dirigibilidade – em que pese o novo design dos Fiat.

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