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Novo Vectra a R$ 49.990. E ainda por cima automático. Tem mutreta aí, e tem mesmo. A primeira é que é a versão Expression, por si só uma mutreta das boas: a 4R não consegue vender o Elegance dela, pelo qual pagou mais de 71 mil reais, pois o preço justo de tabela atingiria o patamar de um Expression zero. Aposto que os donos da versão Elegance estão muito felizes com isso.
Além disso, é uma versão com “táxi” all over it. É como comprar um Classic – se prepare para as pessoas fazerem sinal para você na rua.
Qualidades do carro à parte, a sacanagem da promoção está na forma de pagamento: totalmente financiado em 60 vezes, com juros de 1.8% ao mês. Uma concessionária GM colou o esquema de uma grande rede Ford, que dá 10% de desconto em toda a linha para as compras financiadas em prazos longos – menos para o Fusion, esse sim a 82 mil, sem chororô.
Financiar 100% de um carro é pedir pra comprar um pelo preço de três. Financiar uma parte é até justo, e tem sido responsável pelo boom do mercado interno. Mas tudo? É aí que as concessionárias e a montadora ganham. Eu já ouvi da boca de um vendedor que não era interessante para ele vender à vista – com financiamentos, o retorno dele é melhor.
Isso destrói a margem de negociação do consumidor. Antes, tinha-se a opção de juntar a grana toda, sentar na revenda e negociar loucamente, argumentando que ia pagar tudo de uma batelada só. Hoje, não: o vendedor quer mais é que você dê um real de entrada e parcele todo o resto, com as taxas de juros inflexíveis tabeladas pelos bancos das montadoras.
Um amigo que acaba de trocar o carro acredita piamente que os vendedores voltaram à fase de “o cliente que se foda”. Acho exagerado, mas no cenário de aquecimento do mercado interno, ele tem um pouco de razão. O vendedor se livra do comprador consciente, negociador, e se diverte com o próximo deslumbrado, que vai comprar um carro superior ao que o bolso dele permite através de um financiamento que vai atravessar duas copas do mundo.
Além disso, é uma versão com “táxi” all over it. É como comprar um Classic – se prepare para as pessoas fazerem sinal para você na rua.
Qualidades do carro à parte, a sacanagem da promoção está na forma de pagamento: totalmente financiado em 60 vezes, com juros de 1.8% ao mês. Uma concessionária GM colou o esquema de uma grande rede Ford, que dá 10% de desconto em toda a linha para as compras financiadas em prazos longos – menos para o Fusion, esse sim a 82 mil, sem chororô.
Financiar 100% de um carro é pedir pra comprar um pelo preço de três. Financiar uma parte é até justo, e tem sido responsável pelo boom do mercado interno. Mas tudo? É aí que as concessionárias e a montadora ganham. Eu já ouvi da boca de um vendedor que não era interessante para ele vender à vista – com financiamentos, o retorno dele é melhor.
Isso destrói a margem de negociação do consumidor. Antes, tinha-se a opção de juntar a grana toda, sentar na revenda e negociar loucamente, argumentando que ia pagar tudo de uma batelada só. Hoje, não: o vendedor quer mais é que você dê um real de entrada e parcele todo o resto, com as taxas de juros inflexíveis tabeladas pelos bancos das montadoras.
Um amigo que acaba de trocar o carro acredita piamente que os vendedores voltaram à fase de “o cliente que se foda”. Acho exagerado, mas no cenário de aquecimento do mercado interno, ele tem um pouco de razão. O vendedor se livra do comprador consciente, negociador, e se diverte com o próximo deslumbrado, que vai comprar um carro superior ao que o bolso dele permite através de um financiamento que vai atravessar duas copas do mundo.
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