Golf x Focus
O lançamento do Golf 4,5 aparentemente tirou os Golfistas da caverna. Tenho visto muito barulho dos fãs do carro com essa reestilização e com alguns comparativos mal-ajambrados por aí. Pois bem: se existem dois carros que posso falar, esses são Golf e Focus. E sinto dizer, mas o Ford é melhor.
Agora, o conceito de melhor é relativo. O melhor é aquele que é especialista no que faz ou o que é generalista e faz tudo muito bem? Esse é o cerne do debate mais polêmico entre os carros. Qual tem a melhor suspensão e a melhor estabilidade?
Pois bem: o Golf é MUITO estável. Muito mesmo. Mas tanto quanto, digamos, um Astra com rodas grandes. O segredo da estabilidade do Golf não é segredo para ninguém: molas duras, pneus grandes.
O Focus também é muito estável. No limte, a carroceria do Ford rola um pouco mais – em compensação, os pneus do Golf “dobram” mais na medida de 15 polegadas (nem falo os de 14”). A diferença é que, no piso irregular, a suspensão do Focus se transforma como se fosse um Town Car 89: macio e muito confortável. Rodar na estrada com o Focus é sensivelmente mais prazeroso, justamente por este “relaxamento” da suspensão. O Golf está na mesma, todo duro.
Se fosse para dar notas, eu daria empate em estabilidade e um ponto a favor do Focus em suspensão.
A mesma pequena diferença, só que desta vez favorável ao VW, se dá em acabamento. A elegância e a qualidade dos materiais usados no Golf só foram ingualados na categoria pelo 307. O Focus não é, de manera alguma, mal acabado: as peças se encaixam bem, os plásticos são agradáveis ao toque, o carro não tem ruídos após um bom tempo de uso. Existem, inclusive, alguns detalhes nos quais o Ford é superior, como em ter os botões do ventilador, aquecimento e direcionamento do fluxo de ar emborrachados. O Golf também tem seus detalhes de vitória – maçanetas internas cromadas, alças de teto com retorno suave, mini pára-sol central, o melhor porta-copos do mercado e luzes de leitura em todas as versões – e, no aspecto geral, agrada mais internamente.
A disputa segue bem parelha por diversos critérios; o Golf tem um câmbio ligeiramente melhor, no que o Focus contra-ataca com uma ergonomia perfeita, em especial na pega do volante.
Uma pessoa que preze um carro estável e um bom acabamento estará decididamente bem atendida com qualquer um dos dois. As diferenças reais estão em outras partes.
O Focus tem um câmbio 4+E. A quarta marcha serve para velocidade máxima, e a 5ª para trafegar com economia – a 120 km/h, são 3 mil giros. O Golf tem um câmbio de cinco marchas close-ratio, ou seja, relações próximas entre si. A quinta chega a ser excessivamente curta, gerando mais de 3500 giros a 120 km/h e mais de 3 mil a 100 km/h. Isso torna o Golf, tanto 2.0 quanto 1.6, pouco econômicos na estrada. Já o Focus se revela nas autopistas, e médias acima dos 15 km/l com gasolina são comuns. Este fator, aliado à suspensão camaleão, tornam o Focus imbatível quando o assunto é estrada.
O Golf tem status. O Focus não. Um círculo de pessoas mais íntimas do mundo do carro sabe do refinamento do modelo da Ford, mas não o brasileiro em geral. Para muitos, “Golf é Golf”, quer se goste disso ou não. Portanto, se o seu objetivo é impressionar moços, moçoilas e manobristas no trânsito, vá de Golf sem pestanejar.
O Focus anda bem. O Golf se esforça. Não cabe aqui comparar o verdadeiro canhão que é o Focus 2.0 Duratec de 147 cv com o manco Golf 2.0 de 116 cv. Esse está mais para o Focus 1.6 Flex, de 113 cv, dez a mais que o Golf Flex.
Não me entendam mal; o motor EA-111 que equipa o Golf 1.6 é um dos melhores do Brasil em termos de suavidade e facilidade para subir de giro. Fica ótimo no Fox e no Polo. Mas se ressente quando o assunto é levar o Golf. Embora não afete a economia – é comum fazer 11 km/l na cidade, com gasolina – o carro desempenha mal. Numa hipotética cadeia alimentar, o Golf só fica acima dos 1.0, na mesma categoria que os 1.4. Já o Focus, mesmo com câmbio longo, desempenha como um 1.6 de verdade.
O Golf freia bem. O Focus se esforça. O Golf tem freio a disco nas rodas traseiras em todas as versões; para se ter esse equipamento no Focus, só com ABS e câmbio automático. Nas versões 1.6, a diferença é pequena, mas o Duratec GLX se ressente de ter mais capacidade de parar.
O Focus leva passageiros. O espaço interno do carro é excelente e, mesmo na versão hatch, o porta-malas dá conta do recado. Já o entreeixos do Golf é significamente mais curto, o que resulta em pouco espaço para as pernas de quem vai atrás. O teto baixo do VW também atrapalha a vida dos mais altos.
O Focus peca em alguns detalhes aos quais os projetistas da VW foram mais atenciosos. O limpador de pára-brisa do Ford deixa uma gotinha indesejável escorrer pelo vidro após o esquichamento. As alacancas de seta do Focus fazem um barulho de plástico, que contrasta com o barulho seco e elegante do Golf. O banco do Focus é bem desconfortável, em especial pela falta de apoio lombar e lateral. O banco do Golf, embora não seja ideal, é bem melhor.
O seguro do Focus é bem mais barato. O do Golf, mesmo com as tentativas patéticas da VW, não. Essa história de rastreador é balela – a última coisa que quero se roubarem meu carro com seguro é que o achem. Vale como argumento para afastar ladrões – e, nesse ponto, sou mais a simples falta de interesse dos amigos do alheio no Focus do outro.
Como tudo na vida, o favorito vai da opinião pessoal. O câmbio 4+E e a suspensão acertada para conforto e estabilidade me fazem um fã do Ford, embora o VW cative nas pequenas coisas, como os bancos e detalhes do acabamento. No contexto geral, o Focus é mais econômico, mais potente e mais agradável – é, portanto, melhor. Mas eu te entendo se você comprar um Golf.
Agora, o conceito de melhor é relativo. O melhor é aquele que é especialista no que faz ou o que é generalista e faz tudo muito bem? Esse é o cerne do debate mais polêmico entre os carros. Qual tem a melhor suspensão e a melhor estabilidade?
Pois bem: o Golf é MUITO estável. Muito mesmo. Mas tanto quanto, digamos, um Astra com rodas grandes. O segredo da estabilidade do Golf não é segredo para ninguém: molas duras, pneus grandes.
O Focus também é muito estável. No limte, a carroceria do Ford rola um pouco mais – em compensação, os pneus do Golf “dobram” mais na medida de 15 polegadas (nem falo os de 14”). A diferença é que, no piso irregular, a suspensão do Focus se transforma como se fosse um Town Car 89: macio e muito confortável. Rodar na estrada com o Focus é sensivelmente mais prazeroso, justamente por este “relaxamento” da suspensão. O Golf está na mesma, todo duro.
Se fosse para dar notas, eu daria empate em estabilidade e um ponto a favor do Focus em suspensão.
A mesma pequena diferença, só que desta vez favorável ao VW, se dá em acabamento. A elegância e a qualidade dos materiais usados no Golf só foram ingualados na categoria pelo 307. O Focus não é, de manera alguma, mal acabado: as peças se encaixam bem, os plásticos são agradáveis ao toque, o carro não tem ruídos após um bom tempo de uso. Existem, inclusive, alguns detalhes nos quais o Ford é superior, como em ter os botões do ventilador, aquecimento e direcionamento do fluxo de ar emborrachados. O Golf também tem seus detalhes de vitória – maçanetas internas cromadas, alças de teto com retorno suave, mini pára-sol central, o melhor porta-copos do mercado e luzes de leitura em todas as versões – e, no aspecto geral, agrada mais internamente.
A disputa segue bem parelha por diversos critérios; o Golf tem um câmbio ligeiramente melhor, no que o Focus contra-ataca com uma ergonomia perfeita, em especial na pega do volante.
Uma pessoa que preze um carro estável e um bom acabamento estará decididamente bem atendida com qualquer um dos dois. As diferenças reais estão em outras partes.
O Focus tem um câmbio 4+E. A quarta marcha serve para velocidade máxima, e a 5ª para trafegar com economia – a 120 km/h, são 3 mil giros. O Golf tem um câmbio de cinco marchas close-ratio, ou seja, relações próximas entre si. A quinta chega a ser excessivamente curta, gerando mais de 3500 giros a 120 km/h e mais de 3 mil a 100 km/h. Isso torna o Golf, tanto 2.0 quanto 1.6, pouco econômicos na estrada. Já o Focus se revela nas autopistas, e médias acima dos 15 km/l com gasolina são comuns. Este fator, aliado à suspensão camaleão, tornam o Focus imbatível quando o assunto é estrada.
O Golf tem status. O Focus não. Um círculo de pessoas mais íntimas do mundo do carro sabe do refinamento do modelo da Ford, mas não o brasileiro em geral. Para muitos, “Golf é Golf”, quer se goste disso ou não. Portanto, se o seu objetivo é impressionar moços, moçoilas e manobristas no trânsito, vá de Golf sem pestanejar.
O Focus anda bem. O Golf se esforça. Não cabe aqui comparar o verdadeiro canhão que é o Focus 2.0 Duratec de 147 cv com o manco Golf 2.0 de 116 cv. Esse está mais para o Focus 1.6 Flex, de 113 cv, dez a mais que o Golf Flex.
Não me entendam mal; o motor EA-111 que equipa o Golf 1.6 é um dos melhores do Brasil em termos de suavidade e facilidade para subir de giro. Fica ótimo no Fox e no Polo. Mas se ressente quando o assunto é levar o Golf. Embora não afete a economia – é comum fazer 11 km/l na cidade, com gasolina – o carro desempenha mal. Numa hipotética cadeia alimentar, o Golf só fica acima dos 1.0, na mesma categoria que os 1.4. Já o Focus, mesmo com câmbio longo, desempenha como um 1.6 de verdade.
O Golf freia bem. O Focus se esforça. O Golf tem freio a disco nas rodas traseiras em todas as versões; para se ter esse equipamento no Focus, só com ABS e câmbio automático. Nas versões 1.6, a diferença é pequena, mas o Duratec GLX se ressente de ter mais capacidade de parar.
O Focus leva passageiros. O espaço interno do carro é excelente e, mesmo na versão hatch, o porta-malas dá conta do recado. Já o entreeixos do Golf é significamente mais curto, o que resulta em pouco espaço para as pernas de quem vai atrás. O teto baixo do VW também atrapalha a vida dos mais altos.
O Focus peca em alguns detalhes aos quais os projetistas da VW foram mais atenciosos. O limpador de pára-brisa do Ford deixa uma gotinha indesejável escorrer pelo vidro após o esquichamento. As alacancas de seta do Focus fazem um barulho de plástico, que contrasta com o barulho seco e elegante do Golf. O banco do Focus é bem desconfortável, em especial pela falta de apoio lombar e lateral. O banco do Golf, embora não seja ideal, é bem melhor.
O seguro do Focus é bem mais barato. O do Golf, mesmo com as tentativas patéticas da VW, não. Essa história de rastreador é balela – a última coisa que quero se roubarem meu carro com seguro é que o achem. Vale como argumento para afastar ladrões – e, nesse ponto, sou mais a simples falta de interesse dos amigos do alheio no Focus do outro.
Como tudo na vida, o favorito vai da opinião pessoal. O câmbio 4+E e a suspensão acertada para conforto e estabilidade me fazem um fã do Ford, embora o VW cative nas pequenas coisas, como os bancos e detalhes do acabamento. No contexto geral, o Focus é mais econômico, mais potente e mais agradável – é, portanto, melhor. Mas eu te entendo se você comprar um Golf.
Comentários
Tive uma namorada que tinha Golf, já dirigi muito o Golf, de fato é uma excelente carro. Mas para meu uso prefiro o Focus, por isso comprei um Flex.
Definindo ambos:
O Golf é um Excelente carro.
O Focus é um AUTOMÓVEL!!!
Abraços
Narracao isenta, criteriosa e escrita de forma elegante.
Que bom que voce me entende. Concordo que o Focus no conjunto eh melhor. Mas ha uma fator de paixao a ser considerado. Vou comprar um Golf.
PS: Sou fanático pelas lanternas traseiras do Focus, mais ainda sim sou mais Golf.
Tenho um focus 1.6 flex. Dirijo-o com responsabilidade nas estradas, mas me sinto um piloto nelas! Não sinto diferença neste carro a 100, 120 ou 140 km/h, em ruidos internos e estabilidade. Ele simplesmente "cola" no asfalto e te convence de que voce está seguro nele! Nunca dirigi golf. Mas admiro-o pela robustez e beleza. Ele certamente leva a melhor em desempenho.
ford focus GLX 1,6 FLEX
fica a opção do consumidor comprar um mais esportivo o GTI que é o mais potente da categoria do golf.
A estabilidade desse carro é extraordinária!
Se o Focus ganha nas retas, o Golf o deixa p/ trás nas curvas!
Tenho um Voyage 2013 1.6 I-Trend (rodas 15" - 195/55). Arranca, desenvolve velocidade bem mais rapidamente que o Golf - talvez até mais que o 2.0, no entanto perde na velocidade máxima - , mas é na estrada que o Golf mostra a que veio: gruda no chão!! É mais pesado e não anda, em altas velocidades, saltitando como o Voyage em terrenos irregulares nem "querendo voar" em velocidades altas como este(140, 150)!
Se alguém pensa em comprar carros de excelente desempenho, baixo preço e bom consumo, sugiro-lhe Golf ou Voyage, nesta ordem!