Em se plantando...
Como eu vivo falando mal da Volkswagen, não podia perder essa. Então a gigante recebeu um vultoso empréstimo camarada do BNDES para depois anunciar que vai demitir 6 mil funcionários e talvez fechar uma fábrica. É uma gerência de muita incompetência mesmo.
Eu sou contra, como mostrei no post da Varig, a qualquer ajuda governamental a qualquer empresa já estabelecida. Digamos, se a Airbus resolve construir uma nova fábrica e está em dúvida entre o Brasil e a China, concordo do governo atuar para trazer esse investimento a nossas terras. A VW goza de incentivos fiscais na sua fábrica do Paraná e teve um lucro tremendo no primeiro trimestre desse ano – globalmente; multinacionais dificilmente alardeiam os resultados das suas subsidiárias. Ela ainda precisa de um empréstimo para anunciar demissões?
Ah, então o real está forte e prejudica a VW nas suas exportações. Pois é, a Fiat, a GM e a Ford também. TE VIRA NEGÃO. Essa foi a política que o governo decidiu seguir e, esteja errada ou certa, o BNDES não está me ajudando.
É possível notar diversas atitudes erradas na postura da Volkswagen. Agora, o erro maior foi cometido pelo presidente que todos amam idolatrar, Juscelino Kubitschek, ao trazer indústrias automobilísticas de fora ao invés de fomentar a produção local.
Ao final da Segunda Guerra Mundial, os ingleses e americanos caíram como abutres no projeto dos aviões a jato da Luftwaffe, a força aérea nazista. Esses projetos – Heinkels He-163 e He-178 e notadamente o Messerschmitt Me-262 – foram a base dos primeiros aviões a jato da Inglaterra (Gloster Meteor, na verdade um projeto desenvolvido ainda no final da guerra) e dos EUA (F-80 Shooting Star).
A União Soviética teve, por sua vez, muitos problemas no desenvolvimento do seu avião a jato. O que fizeram? Através de espionagem industrial, copiaram o modelo de um dos melhores motores a jato projetados no pós-guerra (o Rolls Royce Nene) e lançaram o MiG-15 na Guerra da Coréia, antes mesmo dos americanos entregarem seus primeiros aviões a jato.
O que eu quero demonstrar com esses dois exemplos é muito claro. Imaginem se o governo inglês ia dar subsídios fiscais para a Messerschmitt se estabelecer em Birmingham para fazer aviões a jato. Ou se a Rolls Royce iria fornecer motores para os MiG soviéticos. A indústria automobilística pode até não ter status bélico (isso é questionável), mas é uma tecnologia que os países precisam dominar. O Brasil foi incompetente, no final da década de cinqüenta, de implantar sua própria fábrica de automóveis. Com as políticas governamentais certas, poderíamos ter hoje uma produção automobilística pujante como a da Coréia (embora, com o nosso governo, fosse mais provável termos algo obsoleto como os iranianos da Paykan ou um cabide de empregos como a Lada soviética).
E, graças a essa atitude subserviente, hoje uma filial de uma empresa alemã pode desmandar como quiser sobre o sustento de seis mil famílias – e o governo boliviano pode fazer a festa com o nosso fornecimento de gás.
Eu sou contra, como mostrei no post da Varig, a qualquer ajuda governamental a qualquer empresa já estabelecida. Digamos, se a Airbus resolve construir uma nova fábrica e está em dúvida entre o Brasil e a China, concordo do governo atuar para trazer esse investimento a nossas terras. A VW goza de incentivos fiscais na sua fábrica do Paraná e teve um lucro tremendo no primeiro trimestre desse ano – globalmente; multinacionais dificilmente alardeiam os resultados das suas subsidiárias. Ela ainda precisa de um empréstimo para anunciar demissões?
Ah, então o real está forte e prejudica a VW nas suas exportações. Pois é, a Fiat, a GM e a Ford também. TE VIRA NEGÃO. Essa foi a política que o governo decidiu seguir e, esteja errada ou certa, o BNDES não está me ajudando.
É possível notar diversas atitudes erradas na postura da Volkswagen. Agora, o erro maior foi cometido pelo presidente que todos amam idolatrar, Juscelino Kubitschek, ao trazer indústrias automobilísticas de fora ao invés de fomentar a produção local.
Ao final da Segunda Guerra Mundial, os ingleses e americanos caíram como abutres no projeto dos aviões a jato da Luftwaffe, a força aérea nazista. Esses projetos – Heinkels He-163 e He-178 e notadamente o Messerschmitt Me-262 – foram a base dos primeiros aviões a jato da Inglaterra (Gloster Meteor, na verdade um projeto desenvolvido ainda no final da guerra) e dos EUA (F-80 Shooting Star).
A União Soviética teve, por sua vez, muitos problemas no desenvolvimento do seu avião a jato. O que fizeram? Através de espionagem industrial, copiaram o modelo de um dos melhores motores a jato projetados no pós-guerra (o Rolls Royce Nene) e lançaram o MiG-15 na Guerra da Coréia, antes mesmo dos americanos entregarem seus primeiros aviões a jato.
O que eu quero demonstrar com esses dois exemplos é muito claro. Imaginem se o governo inglês ia dar subsídios fiscais para a Messerschmitt se estabelecer em Birmingham para fazer aviões a jato. Ou se a Rolls Royce iria fornecer motores para os MiG soviéticos. A indústria automobilística pode até não ter status bélico (isso é questionável), mas é uma tecnologia que os países precisam dominar. O Brasil foi incompetente, no final da década de cinqüenta, de implantar sua própria fábrica de automóveis. Com as políticas governamentais certas, poderíamos ter hoje uma produção automobilística pujante como a da Coréia (embora, com o nosso governo, fosse mais provável termos algo obsoleto como os iranianos da Paykan ou um cabide de empregos como a Lada soviética).
E, graças a essa atitude subserviente, hoje uma filial de uma empresa alemã pode desmandar como quiser sobre o sustento de seis mil famílias – e o governo boliviano pode fazer a festa com o nosso fornecimento de gás.
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