Palavras sábias
“Quem tem R$ 22 mil para gastar em um carro não vai comprar um Gol. Ele compra um Fiesta ou um 206.” A frase não é de nenhum analista da indústria, e sim do próprio presidente da Volkswagen do Brasil, o engenheiro inglês Paul Fleming, em entrevista concedida à Folha de São Paulo no último domingo.
Na gíria, Fleming chegou causando. Sua missão era (ainda é) transformar uma empresa que já deteve mais de 70% do mercado e que amarga o 3º lugar em vendas em um bólido ágil e com produtos atraentes. Na mesma entrevista ele expõe uma certeza: “Em dezembro a VW será líder de mercado.”
Todos os ovos da VW apostam em uma única cesta, o Fox. Não é uma cesta que me inspira confiança. Foi como Bob Sharp indiretamente apontou na sua matéria de apresentação do Fox para o BCWS: “tem o símbolo da VW.” É de se pensar; se o Gol é líder absoluto em vendas, um projeto moderno como o Fox, adornado da aura VW, tem grandes possibilidades, e tem mesmo. Mas a ponto da VW apostar todas as suas fichas?
O Gol tem carisma, é um projeto nacional, consolidado, com anos de mercado mostrando sempre as mesmas qualidades e defeitos. Um porto seguro. O Fox ainda me parece estranho. Alguns projetos novos, quando estavam na fase de pré-produção como é o caso do Fox hoje, atraíram completamente minha atenção: o Corsa, em 94, o Golf em 98, o EcoSport esse ano. O Fox não. Não que isso signifique muito (o Stilo eu nunca gostei e ele tem patamares sólidos de vendas), mas pode ser um sinal.

Salão de Frankfurt
É de doer. Astra e Golf totalmente reformulados, belos, agressivos, competentes, numa briga de dois pesos-pesados que... não têm previsão de produção aqui, conforme GM e VW informaram aos correspondentes brasileiros no Salão. Durante a bolha de consumo do início do Plano Real, as montadoras se apressaram em trazer para cá seus carros tal e qual eram vendidos na Europa, inclusive as primeiras gerações de Astra e Golf a aportar por aqui, em 95 - quem teve se lembra de como era comum raspar a parte inferior destes automóveis nas valetas e lombadas. Será que a atual crise no mercado fará com que voltemos a com viver com versões toscamente reformuladas de carros antigos?

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