Bandeira zero
Sou fã de Roberto Nasser desde que o conheci, através de sua primeira coluna no BCWS, há muito tempo atrás. Acredito que ele seja um jornalista sensato, imparcial, que tem excelentes fontes no mercado e não hesita em antecipar informações, além de possuir um estilo de escrita próprio e muito interessante.
Na última publicação, Nasser passeia por toda a inadequação de diversos veículos que rodam no Brasil, como Vectras automáticos para a polícia (difícil pensar em algo mais sujeito a quebras), ambulâncias a diesel (mais de uma vez andei mais rápido que uma ambulância de sirene ligada apenas mantendo-me à velocidade máxima permitida; essas vans demoram para acelerar e não podem usar o embalo na cidade) e carros de táxi a gás.
Não questiono o modus operandi da categoria. A gasolina é sim absurdamente cara e, para eles e para o meio ambiente, a conversão a gás é mais do que uma opção, é uma necessidade. Infelizmente.
A corrida de táxi em São Paulo é um assalto a mão armada legalizado. Em nenhum lugar da América do Sul a bandeirada e o km rodado são tão caros, ainda mais se considerarmos a renda média da população e o tamanho da cidade. Conheço muita gente, inclusive eu, que utilizaria o táxi em uma série de situações às quais é forçado a usar o carro por uma questão de preço. Para a maioria das pessoas, táxi em SP é um luxo que faz sentido quando não há nenhum outro meio de transporte disponível.
Ao invés de baratearem os custos e levarem mais passageiros, aumentando a receita, eles preferem assaltar um coitado por dia e viver daquele dinheiro, sem precisar ficar dirigindo por aí. É um pensamento que infelizmente chegou até o governo, autor de uma reforma tributária absolutamente INCONSEQÜENTE que vai mergulhar o País na maior recessão de todos os tempos.
Bem, além do preço, as freqüentes conversões para o gás limitaram o porta-malas de muitos carros de praça, a não ser os realmente grandes como Omega e Suprema. Mesmo Santanas e Vectras têm o espaço para bagagem seriamente comprometido. Muitas vezes as malas têm de viajar junto com os passageiros, tratados como carga. Ok, reconheço que não é a pior situação do mundo, mas pelo preço que se paga, o serviço deveria ser bem melhor.
Um efeito totalmente colateral de andar de táxi, e que me incomoda profundamente, é como o taxista dirige. Justiça seja feita: nas duas últimas vezes que precisei utilizar o serviço encontrei bons motoristas, atentos e ágeis no trânsito (embora um deles fosse extremamente mal-humorado). Mas quando eu pego um daqueles que põem o banco a 10 cm do volante, começo a ficar nervoso e preocupado. Até fecho os olhos em algumas situações críticas. Dá vontade de dizer que ele não tem a menor capacidade de dirigir, mas nunca faria isso - afinal, é o sustento do rapaz.

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