Apaixonado por automóvel
Bob Sharp acaba de publicar uma coluna no BCWS a respeito da paixão do brasileiro por automóveis, e justamente questionando-a no sentido que brasileiros muitas vezes maltratam seus veículos. No fundo achei a crônica uma maneira de Bob Sharp extravasar tudo que lhe incomoda no trânsito, sem ponderar o que é errado ou não. Ele faz críticas veementes ao uso do engate (com as quais concordo) e ao Insulfilm (com as quais discordo, exceção feita aos muito escuros), entre outras. Na minha opinião, brasileiro é sim apaixonado por carro - não todos, mas boa parte - mas é ignorante sobre o assunto.

Daí podemos deduzir uma série de ações que vemos no dia-a-dia, que vão muito além do simples não ler o manual (para mim, aliás, é muito prazeroso ler o manual do seu carro novinho), como passar com uma roda de cada vez em lombadas e valetas, sendo que o certo é atravessá-las com as rodas paralelas, de maneira a evitar torções excessivas no monobloco. Ou ainda não estar ciente de que motores multiválvulas são melhores em altas rotações, ou mesmo a regulagem certa do encosto de cabeça. Isso é ignorância, não é falta de paixão, pois estas pessoas julgam estar fazendo o melhor para seus carros e julgam ser bem-informadas sobre o assunto.

O que realmente incomoda é quando o tal “senso comum” está tão enraizado que até as montadoras cedem e preparam seus carros à maneira - longe do ideal - que a maioria prefere. Aí voltamos à questão das marchas excessivamente curtas dos automóveis atuais, com todo aquele “arranque” em saídas e o consumo elevado e o barulho de um motor gritando a 4500 rpm a 120 km/h. Se em carros 1.0 a redução até encontra seu sentido, não há motivo para ela em motores torcudos como os 2.0 8v da GM e da VW que são submetidos a esses regimes.

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