Motolândia
A capa do caderno mercado da Folha de S. Paulo de hoje fala do aumento dos casos de invalidez após acidentes no trânsito, que catapultaram de 31 mil para 152 mil por ano entre 2005 e 2010. Mais de 70% dos acidentados usavam motos. “Há trabalhadores que só contribuíram à Previdência por cinco anos, mas que vão receber aposentadoria por invalidez o resto da vida”, destacou o secretário de Políticas de Previdência na matéria.
A grande diferença entre o trânsito de um país desenvolvido e o de um subdesenvolvido é a quantidade de motos. Não é a civilidade, não é o congestionamento, não é a idade nem a qualidade da frota. A diferença mais brutal é a quantidade de carros. É possível passar um mês em Londres e ver menos motos do que em cinco minutos na avenida Rebouças, em São Paulo.
Os motivos para essa proliferação são conhecidos: transporte público precário e elevados congestionamentos. O cidadão opta pela moto porque é barata, econômica, ágil no trânsito pesado – tudo de bom. E aí se acidenta. Tem a fatia dos cachorros loucos que não têm a menor noção de civilização e merecem se acidentar mesmo, e tem a fatia dos motociclistas civilizados que se acidentam simplesmente porque moto é um negócio muito perigoso. Não dá pra andar num troço em que o seu corpo é o para-choque.
E o governo, esse tumor incompetente que os brasileiros têm de aguentar, evidentemente não faz nada, como é de costume. A situação arromba os cofres já arrombados da previdência e as motos continuam no mesmo preço. Essa divisão de contas é no mínimo injusta – não seria mais interessante motos pagarem mais DPVAT?
Claro que a solução é desafogar os grandes centros com ampliação de transporte público. Mas, até lá, a vietnamização do trânsito nas grandes cidades brasileiras já começou, e isso precisa ser combatido por meio de preparação melhor nas auto-escolas para motociclistas e motoristas, campanhas de conscientização e uma divisão mais justa dos custos causados pelos acidentes de moto.
A grande diferença entre o trânsito de um país desenvolvido e o de um subdesenvolvido é a quantidade de motos. Não é a civilidade, não é o congestionamento, não é a idade nem a qualidade da frota. A diferença mais brutal é a quantidade de carros. É possível passar um mês em Londres e ver menos motos do que em cinco minutos na avenida Rebouças, em São Paulo.
Os motivos para essa proliferação são conhecidos: transporte público precário e elevados congestionamentos. O cidadão opta pela moto porque é barata, econômica, ágil no trânsito pesado – tudo de bom. E aí se acidenta. Tem a fatia dos cachorros loucos que não têm a menor noção de civilização e merecem se acidentar mesmo, e tem a fatia dos motociclistas civilizados que se acidentam simplesmente porque moto é um negócio muito perigoso. Não dá pra andar num troço em que o seu corpo é o para-choque.
E o governo, esse tumor incompetente que os brasileiros têm de aguentar, evidentemente não faz nada, como é de costume. A situação arromba os cofres já arrombados da previdência e as motos continuam no mesmo preço. Essa divisão de contas é no mínimo injusta – não seria mais interessante motos pagarem mais DPVAT?
Claro que a solução é desafogar os grandes centros com ampliação de transporte público. Mas, até lá, a vietnamização do trânsito nas grandes cidades brasileiras já começou, e isso precisa ser combatido por meio de preparação melhor nas auto-escolas para motociclistas e motoristas, campanhas de conscientização e uma divisão mais justa dos custos causados pelos acidentes de moto.
Comentários
Não é o fato de sermos um país subdesenvolvido que leva ao aumento do número de motos na rua, e sim a situação do transito em nossas grandes cidades.
Não que isso seja necessariamente ruim, se formos fazer uma análise mais detalhada, vamos ver que não são só em cidades do sudeste asiático que veremos um enxame de motos no transito. Em cidades como Roma, por exempo, pode se encontrar mais motos em 1 dia que em uma semana em São Paulo... isso sem contar outros grandes centros na Itália e na França.
Portanto, o que seria necessário é a criação de uma política de trânsito voltada para os motociclistas; digo isso porque este fenômeno é irreversível, e poderia ficar horas falando sobre o assunto. Mas vejo isso não como um fenômeno do Brasil, mas como um fenômeno mundial, principalmente pela questão da mobilidade nos grandes centros.
Concordo com a educação, mas não com a questão dos poluentes, como exemplifica esta matéria:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/ambiente/ult10007u622875.shtml