Comparativo Gol e Fox
Dossiê novo Gol parte 2: Novo Gol x Fox
Em 2003, o Fox fazia muito sentido na linha VW. Havia um espaço muito grande entre o Polo, que mantinha suas qualidades de carro europeu, e aquela lástima chamada Gol G4. O Fox atendeu às necessidades do cliente que tinha pouco dinheiro, mas gostaria de optar por algo mais moderno que o Gol. A sacada do espaço interno foi genial; sabendo que os carros compactos no Brasil fazem o papel de carro da família para viajar, a Volks embutiu o maior espaço possível na plataforma PQ24, do Polo, conhecida por suas qualidades. Com isso, cirou um compacto gostoso de guiar e espaçoso.
Poderia, de verdade, ter feito um ótimo carro. Não sei se é a incompetência dos engenheiros ou talvez o departaemnto de custos, mas a verdade é que o Fox precisou pecar em outros aspectos para fazer vingar a proposta de carro espaçoso e compacto. E lá se foi o acabamento e o conforto, já que a Volkswagen endureceu a suspensão do carro para lidar com o centro de gravidade alto, ao invés de evoluir a suspensão.
Embora seu preço esteja acima do que deveria, o Fox se tornou um sucesso de vendas nas grandes cidades, onde a fama de robustez do Gol já não importa tanto. Foi o carro mais vendido em São Paulo por um bom tempo. A simples existência do Gol G4 – e o fato dele compartilhar os efeitos do Fox, como o painel ridículo - fazia com que o Fox fosse um bom salto evolutivo na linha VW e, embora fosse inferior aos concorrentes em uma série de quesitos, o Fox tinha suas qualidades.
No entanto, o upgrade do Gol para a mesma plataforma matou a maior qualidade do Fox em relação ao Gol G4, que era a dirigibilidade. Hojs os dois hatches dividem exatamente o mesmo conjunto mecânico e motorização. Existe algum real diferencial entre eles? O Fox ainda faz sentido? O que a VW vai fazer? É o que tentaremos descobrir em seguida.
Estilo
Feio mesmo o Fox não é. Causou estranheza no começo pelo teto muito alto, mas hoje é tão comum na paisagem que essa impressão se neutralizou – coisa que não acontece com o 307, por exemplo, que ainda parece alto demais. Comparando, o Gol é inovador e sem dúvida mais moderno, mas não dá pra dizer que ele é o mais bonito. Entre os dois, fico com o Polo hatch, de longe.
Imagem
O Fox se consolidou como carro feminino e urbano. A imagem jovem do início dos anos foi sendo diluída aos poucos pelo próprio perfil dos compradores. Para desespero do marketing da Volks, faz mais sentido hoje um Fox feminino, “O Boticário”, do que o Fox Xtreme ou qualquer outra versão tunada.
Já o Gol é muito novo para ter imagem ainda.
Acabamento
Aqui o novo Gol tem praticamente a mesma vantagem que tinha diante do G4. O Fox é absolutamente pavoroso: plásticos duros, painés de porta totalmente de plástico, painel sem graça. E me impressiona como o Gol G4 conseguia ser pior que ele. Com a recente reformulação no acabamento das linhas Celta e Fiesta, não é exagero dizer que o Fox é hoje um dos piores nacionais nesse quesito, ligeiramente acima de Uno e praticamente empatado com o Ka. E eu que achava que nada poderia ser pior que o Celta nesse termo...
Realmente a Volks poderia ter caprichado um pouco mais no Fox nesse ponto. Vê-se que as reclamações foram atendidas: o novo Gol tem um porta-luvas de verdade, tecido nas portas – embora opcional – e um acabamento melhor nos botões. Interessante notar que o acionamento dos botões e alavancas, que melhorou muito no Gol, já era uma qualidade do Fox.
Também é interessante notar que o Fox foi o primeiro VW a quebrar o paradigma do acionamento dos faróis na alavanca da seta – como é em todos os Fiat. Os brasileiros tiveram de provar aos alemães que o acionamento ali é ergonômico e menos custoso, pois não se precisa colocar um botão no painel e economiza-se em fios. Então, orgulhoso dono de Fox e novo Gol, toda as vezes em que você acender as luzes, sinta a VW te chamando de pobre sobre seu ombro.
Posição de dirigir
É onde as semelhanças de plataforma se fazem notar. Ambos são idênticos em volante, acionamento dos pedais – deslocados um pouco para a direita, coisa que não se repete no Polo -, ergonomia, formato dos bancos. O Fox é mais alto, o que pode agradar quem gosta dessa sensação. Já o Gol, mais baixo, transmite uma sensação ligeiramente esportiva. Vale lembrar que a regulagem de altura e profundidade do volante é opcional nos dois. Já o ajuste de altura do banco do motorista é de série.
Instrumentos
Uhu! Outra surra do novo Gol no Fox. Eu juro que não entendo como uma monstruosidade como o painel do Fox foi aprovado dentro da Volks. Sério, é necessária muita incompetência, falta de noção, sei lá o quê. O velocímetro e o marcador de combustível vão bem, mas aquele conta-giros minúsculo não tem condições. Ele tem uma vantagem em relação ao painel do Gol novo: a versão sem conta-giros ao menos é discreta, ao contrário do improviso que a Volks fez com o marcador de combustível. Mas não dá pra se basear no fato de que um é melhor que o outro na versão mais porca. E isso sem contar que painel sem conta-giros é coisa do passado, economia besta. Vários pontos negativos pra Volks por não ter tornado o conta-giros de série no novo Gol.
De qualquer jeito, o Gol leva ampla vantagem aqui, com a presença do marcador analógico de temperatura (que um CrossFox de R$ 60 mil não tem) e a iluminação em azul que o retorna à família VW, além de velocímetro e conta-giros no tamanho correto.
Itens de conveniência
O pelado versus o pelado. Os dois são absolutamente desprovidos de itens de série, e até o ar quente é opcional. Claro que dá pra brincar bastante nas listas de equipamentos, mas aí o preço rapidamente fica proibitivo. Fica difícil justificar o preço R$ 1 mil mais caro do Fox na versão de entrada, se ambos são igualmente mal servidos de equipamentos.
Espaço interno
Finalmente aqui o Fox vai dar o troco. Mas não é uma sova não. O fato do Fox ser mais alto se traduz mesmo em mais espaço para as cabeças, mas não tanto, dado que os assentos também são altos. O Fox, no entanto, pode ser equipado com o assento traseiro regulável longitudinalmente, item interessantíssimo e que deveria ser de série em todos os hatches. Você regula conforme precise de mais espaço interno ou porta-malas; e mesmo com o assento totalmente recuado, o porta-malas ainda comporta razoáveis 260 litros, apenas 25 a menos que o Gol.
No caso do banco fixo, no entanto, o espaço traseiro é apenas ligeiramente maior no Fox, por conta da maior altura dos bancos. E vale sempre lembrar que espaço interno é relativo: quantas vezes você anda com cinco adultos no carro?
Porta-malas
Com os bancos fixos do Fox de entrada, temos uma vantagem de 25 litros para o Gol, praticamente um empate técnico. O Fox ganha, no entanto, na facilidade de acesso, pois a tampa é bem mais larga.
Motor
É igual nos dois carros. Aqui temos um novo Gol que se assemelha ao Fox em comportamento – desempenho apenas em altas rotações no caso dos 1.0 -, diante de um Gol antigo com muito mais empuxo em médios giros. Uma perda para o novo Gol.
Desempenho
O novo Gol é 27 kg mais leve que o Fox, diferença pouco significativa (961 x 934 kg). Na prática, ambos são muito parecidos: requerem altos giros para um desempenho razoável. Ao menos o motor Volkswagen 1.0 VHT gosta de girar. Mais uma vez aqui a Volks se ressente de não oferecer a unidade 1.4, que tornaria os carros bem mais agradáveis. Se possível, vale comprar a 1.6, sempre, que além de tudo é mais econômica.
Câmbio
Igual nos dois, o que é uma qualidade – aqui, o Gol G4 perde feio com aquele câmbio duro e impreciso. Uma pena as relações curtas demais no 1.0 (a 5ª poderia ser mais longa sem grandes prejuízoss ao desempenho) e inclusive nos 1.6. A Volks faria bem em estender o câmbio mais longo do Polo VHT a esses compactos.
Freios
O novo Gol deixou o sistema binário para trás e adotou uma progressividade modular já existente no Fox. São equivalentes.
Suspensão
Seguindo a linha da economia porca, a Volks endireceu molas e amortecedores do Fox para manter o carro estável mesmo com a altura elevada. Uma solução mais elegante poderia ter sido atingida mesmo sem mudar o esquema de suspensão, mas pelo visto a Volks trilhou o caminho mais fácil. Some-se a isso as rodas grandes e pneus de perfil baixo que regularmente equipam o Fox e tem-se aí um dos carros mais duros do mercado. Para deixá-lo minimamente razoável é importante insistir nas rodas de aro 14, para colocar um pouco de borracha extra entre a sua bunda e a rua.
O Gol é bem melhor nesse ponto, embora a solução frankenstein de manter a suspensão traseira do G4 e trazer a dianteira da nova plataforma PQ25 não tenha dito a que veio – já que o Polo tem comportamento melhor sem nada disso. No final, o Gol ficou um pouco mais duro do que deveria, mas sem se comparar à rigidez do Fox.
Estabilidade
O preço que as suspensões duras cobram em conforto é recompensado aqui, em estabilidade. Ambos dão confiança nas curvas mais rápidas – o que é surpreendente no caso do Fox – mas o limite do Gol chega mais tarde. Será que não seria o caso da Volks assumir o perfil familiar do Fox e amolecer essa suspensão? Afinal, um carro cujo mote promocional é o espaço interno para a família poderia ser mais confortável do que esportivo, não?
Segurança passiva
Air bags e ABS opcionais. De resto, que vergonha.
Custo-benefício
A remodelação do Gol expôs o Fox como ele é: Um compacto com qualidades, anuladas pelo preço alto demais. O Gol é consistentemente melhor e custa menos, embora a diferença seja ridúcula e provavelmente seja mais fácil e barato hoje tirar um Fox do que um Gol.
A primeira liçaão que podemos tirar é que a Volks poderia ter feito o Fox bem melhor, se quisesse. Mas lançou uma porcaria em vários aspectos e ainda por cima o otário consumidor brasileiro engoliu. Agora a própria Volks oferece um compacto melhor de dirigir, por sua suspensão mais bem acertada, perdendo apenas no espaço interno, ainda assim algo relativo.
Aqui não restam dúvidas: compre o Gol, e fim de papo. O Fox perdeu o sentido.
Comentários
A relação do diferencial do gol é + longa e não curta (3,182:1)
fonte site Autoestrada e Rev. Autoesporte, diferente do Polo e Fox 1.6 que são mais curtos (4,188 : 1)
claudio PR
Obrigado pela visita e pelos toques.
O diferencial do Gol 1.6 VHT é o mesmo do Fox e Polo 1.6 VHT: 4,188.
Fonte: www.bcws.com.br
Quanto ao mostrador de temperatura do motor, nunca vi em Fox. Vou checar. De qualquer modo, imagino que não substitua o marcador analógico tradicional em eficiência.
Não digo coisas sem citar fontes... ok...
Li o teste no best cars mas somente eles afirmam igualdade na relação de marcha....
claudio pr
quanto a essa galera otaria q entra no SEU blog p contestar sua opnião manda tudo tomar no cú, se eles ja tem a porra do fox estão vendo o comparativo pra q? ja gastou o dinheiro... ou troca ou assume q gosta!opnião cada um tem a sua dinheiro pra trok e que e relativo kkkkkk não sei qual carro vc tem,+ eu tinha um importado e agora quero um vw....
Chegando, afinal, no comparativo entre Gol e Fox, afirmo: ao rodar, o gol é muito mais confortável. No entanto, os bandos dianteiros do Fox são infinitamente superiores aos do Gol/Voyage!
Só compraria um Fox por parecer uma pequena bolha em forma de carro: alto, para-brisas dianteiro enorme, posição de dirigir alta, muita área envidraçada, reduzidíssimo diâmetro de giro - o que se reflete em agilidade -; além do banco confortável, claro!
No mais, Gol ganha em tudo!
Só não tem a brutalidade do parrudo G4 em médias rotações; é necessário explorar as marchas por mais tempo, até altas rotações!
Encontrei dois carros um gol 1.0 2011 com 70 km custando 21.000 completo.
E um fox 1.6 2013 22.500 $ também completo com 25 km.( o fox é de um conhecido meu)
Dpois dos comentários acima e da análise dos carros qual a melhor opção de compra?