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Mostrando postagens de outubro, 2006

O Salão em tópicos

- Muito fácil cobrir o salão como imprensa. Visitação exclusiva, toda a atenção do mundo, mimos e comodidades. A imprensa deveria visitar o salão como um pobre mortal, para ver o que é bom. Não adianta a marca com os melhores lançamentos ter um estande horrível. - Falou-se muito sobre Chris Bangle estragando as BMWs, mas eu acho que ele está agora é na Ferrari – ou na Pininfarina. A geração atual, embora moderna e bem melhor ao vivo do que em fotos, não chega nos dedos dos pés da 360, 575 e 456 anteriores. Sério. A frente da 599 e a traseira da 430 são dignas de montadora búlgara. Na época do comunismo. - Picapes da Mahindra, indiana, têm desenho interessante e interior condizente com a proposta e, principalmente, com o preço. Se forem resistentes, algo especialmente importante no segmento de picapes, podem fazer bonito. - BMW continua nojenta. Colocar uma 325 num pedestal é querer demais. Num estande muito maior e mais bonito, podia-se entrar em quase todas as Mercedes. E a BMW até se

Dois pensamentos randômicos

No mundo, quais montadoras constroem carros para os, digamos, seres normais? Ou seja, quais atuam nos segmentos de maior venda nos seus países? Bem, são várias: Chevrolet, Ford, Chrysler, Volkswagen, Citroën, Peugeot, Renault, Fiat, Lancia, Honda, Toyota, Nissan, Daihatsu, Mitsubishi, Subaru, Kia, Hyundai, lembrando de cabeça. Pois bem: e quantas almejam o segmento superior, chamado de “Premium”? Várias da lista acima, sem dúvida, mas vamos pegar quem ficou de fora: Bentley, Rolls-Royce, Maybach (representando a BMW e a Mercedes, respectivamente), Ferrari, Lamborghini (representando a Audi), Lexus, Infiniti, Acura, Cadillac, Jaguar, Aston Martin, Volvo. A lista de cima tem 17 marcas. A de baixo, 12. A lista de cima é responsável por mais de 90% do volume de carros vendidos. A fatia que sobra é pequena e muito, muito interessante. Como se diz, para rico não tem crise. ----- Andei nesses dias num Goleta G3. Pouco, menos de 3 km, e ainda por cima no banco do passageiro. Não bastasse, Gole

Movimentos Ousados

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"It's been really refreshing to have a vehicle like the Fusion in our showroom," said Rich Klaben, owner of Klaben Ford. "We've finally got a car that's selling because of the vehicle and not because of the price." David Cole, chairman, Center for Automotive Research, feels there aren't too many poorly executed products these days -- it's image and preconceived ideas that make the difference. "Most of the products on the market fair about the same in terms of quality, but there's a perceptual lag between consumers and what they think of American vehicles," Cole said. "It's one of those situations where you have to earn your way back into perception, which simply takes time, along with successful products." Putz, lá vem o chato com as citações de alguma revista gringa. Bom, é gringo sim, mas não é nenhuma revista – é o site da Ford americana. A campanha que aqui conhecemos como “Viva o Novo”, lá se chama Bold Moves. A i

Town Car

Desculpem a demora, pessoal. Viagem é fogo. Assim como Bob Sharp, gosto de reparar no trânsito das cidades e países que visito. E desta vez foi Nova York, Estados Unidos. A filosofia norte-americana de transporte terrestre difere bastante da européia, que por sua vez se assemelha mais à brasileira. Talvez pelo estilo de colonização ou mesmo o tamanho dos territórios, o fato é que muitos americanos pegam duas horas de estrada, todos os dias, para ir trabalhar, enquanto europeus tendem a fazer tudo na mesma cidade. O resultado (ou a causa) disso é uma malha muito extensa de rodovias, que me surpreendeu ao observar um mapa de NY. Mesmo em São Paulo, o estado mais desenvolvido da federação neste aspecto, existem grandes áreas desprovidas de cidades e estradas, enquanto o estado inteiro de Nova York parece um tabuleiro de xadrez. Se, com isso, há mais tráfego nas highways, por outro lado existem mais highways, o que alivia o tráfego. Segundo um motorista de lá, a maioria das estradas é tran

Chevrolet Prisma

Vamos juntar os dados: 1. O segmento dos sedãs compactos cresce a rodo. Faz sentido, numa terra de achatamento de salários, mas com necessidade de transportar a família. 2. O corsa “novo” não pegou. Seja pela plataforma sem grandes atributos, pelo posicionamento de mercado ou pela falta de um motor intermediário. 3. O Renault Logan vem aí, olê olê olá. É importante não subestimar a influência do Logan no projeto do Prisma. A GMB está há tempos de olhos muito abertos para esse carro e ficaria sem pai nem mãe (assim como as outras montadoras) se o produto chegasse aqui a R$ 23 mil completo, como seria esperado. No entanto, aparentemente, e por razões que me fogem, a Renault vai depenar o Clio para mantê-lo na entrada da linha e o Logan virá num segmento superior. Entende-se ao considerar que o custo de produção do Clio está amortizado e que o carro goza de uma reputação bem razoável. Mas duvido que se aproxime do Mille em preço e só isto já transtorna a estratégia. Numa conta de padaria,

A despedida do Schumacher?

Carsale – Pela primeira vez desde seu lançamento, há dez anos, o Fiat Palio liderou o ranking de vendas. O feito foi obtido em setembro, quando a montadora comercializou 14.635 unidades do modelo. A segunda posição ficou com o tradicional líder do ranking, o Volkswagen Gol, com 14.093 modelos vendidos. No acumulado do ano, todavia, o VW ainda é primeiro colocado: registrou emplacamentos de 134.384 unidades, ante 110.370 do Fiat. É uma notinha de rodapé sem importância dentro do Carsale, mas mostra o que pode ser o começo de uma virada histórica. Recentemente, participei de uma discussão na linha de “qual o motivo de alguns carros venderem tanto e outros, tão pouco?” Numa ponta você tem o Focus, um dos melhores conjuntos do mercado, e na outra modelos que vendem muito mais do que efetivamente oferecem, como EcoSport, Fox, Celta, Idea e... Gol. Como já disse aqui e aqui , o lançamento da família Gol, Parati e Saveiro G4 foi um tiro no pé. Se antes os carros tinham argumentos para conte

Escapando

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Já li uns quatro ou cinco textos sobre a nova 206 SW Escapade. E quase todos faziam questão de frisar, de forma até irritante: a pronúncia correta do nome é Escapade, em português/francês, e não Escapeide como seria em inglês. Que preocupação, né? Lembra-me quando a Fiat lançou o Dobló, ressaltando que o nome é Doblô, com “o” fechado. E o Passat? É Pássat ou Passát? O Voyage era Vôyage ou Voyáge? Engraçado como nomes que remetem ao inglês não causam dúvidas: Blazer sempre foi Blêizer, e nunca Blázer. O Porsche 911 aqui é novecentos-e-onze, enquanto na Inglaterra e nos EUA é nine-eleven. E a Ferrari 430, é quatrocentos-e-trinta ou quatro-três-zero? Peugeot trezentos-e-sete ou três-zero-sete? Pior ainda é a Lamborghini Murciélago, absolutamente impronunciável pelos ingleses e americanos (fica Murcielahgo). Para mim, a questão mais interessante nas nomenclaturas de automóveis é o gênero. A Zafira, a Picasso, a Meriva, a Scénic – minivans, portanto no feminino (a minivan). O Astra, o Golf,