VW Polo Sedan 1.6
Pude guiar recentemente um carro interessantíssimo e que chamou minha atenção desde que foi lançado: o Polo Sedan. É um carro que teoricamente aproveita um nicho muito interessante de mercado, oferecendo uma opção de sedã compacto diferenciado em relação a Siena, Clio e Corsa, mas ainda de menores dimensões e menor preço em relação a Astra e Focus. Na prática, os elevados preços dos sedãs compactos acabam aproximando-os demais de seus primos maiores: um Polo sedan 2.0 pode atingir os 42 mil reais, preço de um Focus sedan 1.8 completo.

O estilo do carrinho ficou harmonioso. O Polo não é um carro que cativa por um ângulo especial, mas agrada no conjunto. Discordo em relação ao destaque dado ao conjunto de faróis dianteiros, que para mim são muito pacíficos. Prefiro as lanternas traseiras que, sim, são iguais às do Corolla antigo, mas são bonitas.

A primeira impressão do interior difere se você está acostumado com Gol ou com Golf. Quem vem do primeiro tende a achar o Polo muito bem resolvido e moderno, com uma cara mais alemã. Quem vem do Golf acha o interior pobre e de revestimento áspero, ainda que precise dar o braço a torcer para alguns detalhes interessantes. Agradam as maçanetas das portas cromadas, o botão de travamento das portas junto a estas, o visual do painel de instrumentos, com uma linha circundando o conta-giros e o velocímetro, e o desenho dos retrovisores. É um carro que passa um ar de categoria superior em relação a Siena e especialmente Clio, pelo acabamento e também pela solidez de construção.

Em termos de opcionais – favor não confundir acabamento com opcionais, como faz a revista “Carro” – o carro é bem servido: neste caso, ar, vidros, travas, retrovisores e a sensacional direção eletro-hidráulica, muito leve em manobras e precisa em maiores velocidades; sem dúvida, um dos melhores conjuntos que dirigi nesse sentido, ao lado do C3. Direções hidráulicas comuns tendem a ser leves demais ou pesadas demais, apenas a adição de eletricidade ao conjunto parece resolver o problema.

É essa direção (o volante padece do mesmo mal do Golf, é muito fino), combinada com um câmbio sem rivais em termos de precisão e leveza , que fazem o guiar do Polo uma experiência extremamente agradável, combinada com a leveza dos pedais. No caso do carro que dirigi, apenas o freio mostrou uma certa lentidão nas respostas: era preciso passar da metade do curso do pedal para obter respostas significativas das pastilhas. A maciez do câmbio e da embreagem é muito bem-vinda num veículo que exige constante trocas de marcha, de relações muito curtas e próximas entre si. O carro ganha agilidade em saídas e o motor 1.6 não parece resfolegar tanto para mover o carro como faz no Golf. No entanto, a 80 km/h, fui instintivamente procurar uma sexta marcha pelo menos duas vezes. Em velocidades de viagem o alto ruído deve se tornar irritante, embora o motor 1.6 seja econômico na aspereza.

Destaques positivos para a solidez do carro e sua estabilidade: a carroceria inclina pouco e dá confiança. Muito bom também o conjunto de iluminação interior, com luzes de leitura separadas e temporizador. A chave traz o telecomando de abertura do porta-malas e realiza o fechamento automático dos vidros com um duplo clique, mais prático do que segurar a chave na fechadura, como pede o Golf. Destaque negativo para a visibilidade traseira, o vidro é muito alto e não passa a impressão do tamanho da traseira – estacionar pode ficar complicado.

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