Ferrari 269 GTB e o prazer em dirigir

Essa semana a Ferrari lançou a 296 GTB, sucessora da F8 Tributo e portanto com a importante missão de ser a Ferrari mais divertida de guiar – considerando que todas as outras são GTs ou carros para Nurburgring.

São 663 cv no V6 biturbo e que chegam a 820 cv e 85,6 m.kgf de torque com ajuda do motor elétrico. O peso é de 1470 kg com o pacote Asseto Fiorano de redução de peso, razoável para um carro híbrido.

Normalmente isso passaria batido aqui no M4R. Não damos muita bola para carros de sonho que serão comprados por xeiques e outros multimilionários.

Mas o que nos chamou a atenção é que a Ferrari diz que a 296 GTB redefine o conceito de “Fun to Drive”, ou Prazeroso de Dirigir. A Ferrari deve ter usado a palavra “redefinir” de propósito, literalmente significando “uma nova definição”.

Ou seja, caro entusiasta, esqueça o que você entende como satisfação ao dirigir: ronco do motor, vibração, entrega de potência, trabalho da suspensão, feedback dos pedais, do câmbio, do sistema de direção, toda aquela multitude de informações que tornam o ato de dirigir prazeroso. A Ferrari quer que você considere prazeroso o torque instantâneo do motor elétrico, o feedback artificial da direção, dos freios, da suspensão reforçada para lidar com baterias, o som de motor artificial emulado pelos alto-falantes. Não, a Ferrari não falou que a 296 GTB é assim, mas é possível de se imaginar. Até porque todos os carros estão ficando assim.

Nós dirigimos uma 458 Italia e foi uma experiência inesquecível. Não podemos deixar de imaginar como seria dirigir uma 288 GTO ou uma F40, que Jeremy Clarkson e Chris Harris consideram somente “o melhor carro de todos os tempos”. Só isso. Toda a comunicação mecânica ali, contribuindo para a experiência, câmbio manual, direção sem assistência e por aí vai.

Nosso sonho seria uma Baby Ferrari com 400 cv, sem sistema híbrido, tudo manual, para que o prazer ao dirigir não precise ser redefinido.

Ele já existe.

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