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Pessoal, muito obrigado pelos comentários recentes.

Por ordem de chegada:

Tomas, divergência de opiniões colocada de forma respeitosa como foi falado será sempre bem-vinda. Nós não temos experiência de propriedade de Fox para opinar como ele fica após anos de uso. Não deveria ser um carro de problemas dado o tempo de produção, mas não duvidamos que a VW esteja “pegando atalhos” e reduzindo a qualidade de fabricação.

Anônimo, deixar de comprar carro 0km não é a solução. Basta ver o caso da Ford. As vendas caíram e a empresa simplesmente fecha as portas, fábricas, deixa trabalhadores e famílias desamparadas. É um mercado bizarro, no qual o consumidor parece não ter alternativa de melhorar sua posição na negociação. Se há alta demanda, fabricantes sobrem os preços e engordam a margem. Se há baixa demanda, demite-se, fecham-se fábricas, mas os preços não caem. No máximo mantêm o patamar e são lentamente corroídos pela inflação, com algum desconto aqui e acolá nas concessionárias.

É importante ressaltar aqui o impacto nocivo do dólar alto. Como empresas multinacionais, as fabricantes reportam seu resultado para a matriz em moeda estrangeira. Com o real valendo nada, por melhor que seja o resultado da filial brasileira, em dólares ou euros ele é pífio. Não faz diferença no resultado global. Então o Brasil acaba entrando numas de “outros mercados”, juntamente com Congo e Zâmbia, e é tratado de acordo. Talvez a melhor coisa que poderia acontecer para o entusiasta brasileiro seria um real forte.

Por fim, notemos que os presidentes das montadoras são estrangeiros. Não têm conexão com o mercado local; liderar o Brasil é um trampolim para outros mercados. Um cara que vê o Brasil como purgatório para poder assumir posições mais altas em outros países não vai mostrar compromisso com o Brasil. Se o presidente da Ford fosse o saudoso Maciel, ao inés de um americano, garantimos que a saída do país seria BEM diferente, ou talvez nem acontecesse.

Eduardo Henrique, a escalada de preços é real. São vários fatores: a exigência de segurança e tecnologia em todos os modelos, mesmo os de entrada. E não adianta dizer “ah mas eu queria um Uno quadrado sem equipamento nenhum” porque só de itens adicionais de segurança ele já ficaria bem mais caro. Some-se a isso a ganância das montadoras; o real fraco; e em alguns casos pagamos pela incompetência mesmo. Não tem motivo para a Ford perder 10 mil reais a cada carro vendido, como tem sido divulgado, que não seja incompetência das pessoas que trabalham lá nas posições de liderança.

Esses valores estão elevando o preço dos usados, consequência natural. Quem tem um usado seminovo, bem conservado, pouco rodado, está no direito de aproveitar o momento e fazer algum caixa caso não precise do carro. Claro que depois vêm os especuladores levantando o preço de umas carroças na sequência. O melhor que podemos fazer com consumidores é tentar ficar com os carros atuais mais tempo e esperar que os processos de fabricação globais voltem ao normal ao longo do ano com o fornecimento dos chips, e que o dólar abaixe um pouco.

GDVO, dá trabalho treinar mecânicos, arrumar gente com estudo técnico, e oferecer serviços mecânicos de verdade. Hoje é só passar o scanner, condenar peça e esperar 90 dias a peça chegar do estrangeiro. Pra isso você pode ter os “profissionais” mal treinados, pagando pouco, e fica aquela enganação toda. Aqui concordamos com o Bob Sharp: “trabalhar dá trabalho”. O empresário de concessionárias ainda não encontrou uma maneira de ganhar dinheiro com o pós-venda, e parece que ter oficina é uma obrigação, porque o que importa é o show room e a venda de novos.

Agora, vamos apontar dedo para um monte, mas um monte mesmo de consumidores que não valorizam o trabalho desses profissionais. A pessoa leva o carro no mecânico, ele faz um bom diagnóstico, apresenta uma conta alta, porém coerente com valor de peças e mão de obra, e o dono estúpido vai embora, xinga todo mundo, e larga o carro na oficina da quebrada que remenda tudo com fita isolante. Então vamos também valorizar as pessoas que fazem um bom trabalho e pagar o que é justo para recompensar o trabalho delas.

E serão cada vez mais raras: as futuras gerações só querem rebolar no TikTok, ficar famosas e ganhar dinheiro com merchandising e “publi”. Trabalhar, fazer curso técnico, serão poucos e raros. Uma mão de obra que só vai ficar mais cara.

ChAndré, sim. Note como o interior do Compass parece um Rolls Royce perto do Taos. A VW vai fazer água com esse carro sem graça com interior de plástico. Vejo em breve um futuro “promissor” sendo vendido com 20% de desconto para locadoras.

Anônimo, pelo menos a Toyota melhorou isso na linha 2021 do Corolla adotando o painel totalmente digital para o resto da linha.

ChAndré, é por isso que tem tanta gente ressuscitando Chevette, Gol quadrado, Opala, Del Rey pra andar e até usar como carro do dia a dia. São muito mais interessantes para o motorista do que qualquer carro moderno acessível de hoje, todos iguais e anônimos de guiar, sem graça nenhuma.

Esse modelo só se sustenta porque a maioria das pessoas realmente não gosta de carros, considera eles um mal necessário para se deslocar. Vide o sucesso do autopilot da Tesla e as pessoas arriscando a vida para não precisarem dirigir. Então faz-se carros horrorosos, sem graça, sem personalidade, para pessoas que não ligam mesmo. E quem liga? Ou junta dinheiro para um Porsche 911 ou vai pros antigos...

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