Comentando o comentário 2

Bom dia! Me chamo Paulo Souza e fui eu quem escreveu o comentário mencionado no texto. Que aliás não foi intencionalmente anônimo, já que usei a credencial do Google para comentar. Não sei o que aconteceu. Coisas da tecnologia.

Prazer Paulo!

Em primeiro lugar, depois de reler o que havia escrito, achei que fui infeliz dando a impressão de estar chamando de velho quem escreveu o post, ou até o comentarista anterior. Não foi essa a intenção. Foi apenas uma reflexão, pensando mais em mim do que em vocês.

Sem ofensas percebidas.

Sobre o texto, acredito que não discordamos fundamentalmente em nada. Todas as questões levantadas são válidas e parte dessa discussão ainda é um exercício de futurologia. Ainda assim, há alguns pontos que eu gostaria de adicionar:

Está claro que ainda existem problemas em relação às baterias, apesar da evolução notável alcançada nos últimos anos. O principal problema é que os métodos atuais de produção e descarte (além do tempo de vida) praticamente invalidam o argumento do uso da energia elétrica a favor do meio ambiente. O mesmo vale para a geração da energia. A alternativa solar está aí e a Tesla (além de outros) está desenvolvendo tecnologia para que as residências possam gerar e armazenar energia suficiente para seu próprio consumo e abastecimento do veículo. Acontece que produzir e depois reciclar ou descartar os componentes necessários (painéis solares, baterias), com a tecnologia atual, prejudica o meio ambiente tanto quanto outras tecnologias de geração convencionais. Esses problemas serão resolvidos, mas pode demorar. Ainda assim, acredito que a eletrificação dos carros vai ocorrer independente disso, apesar da contradição.

É um obstáculo considerável. Tecnologia de baterias está estagnada há algum tempo, embora nada impeça um salto com muitas pesquisas sendo realizadas dessa área. Chama atenção o fato do hidrogênio ser cada vez mais provável como fonte de energia, e as baterias ainda sem grandes evoluções. Por outro lado, temos motores a combustão cada vez mais eficientes, extração de petróleo mais tecnológica como fracking afastando o medo do “peak oil”, e redução cada vez maior das emissões.

A nosso ver, o que talvez seja o fator mais importante no avanço dos elétricos foi a adoção pela indústria automobilística da eletrificação como uma maneira de conquistar novos consumidores, especialmente os com maior consciência ecológica, do que por uma genuína preocupação com o ambiente.

Sobre a adoção voluntária a carros elétricos, a Tesla tem atualmente 500.000 pedidos, só do Model 3, esperando para serem atendidos. Isso equivale a 25% de todos os carros vendidos no Brasil em 2016. Quem entrar na fila agora, só deve receber seu Model 3 no final de 2018. Então penso que não seja o caso das pessoas não estarem dispostas a comprar, mas sim de conseguir produzir um volume desses atualmente. Claro que, pensando em Brasil, a adoção vai demorar mais.

Esse número de pedidos equivale a 2,85% dos  17,5 milhões de carros vendidos nos EUA em 2016 (de acordo com o LA Times). A Tesla é um fenômeno de marketing, porém vendas do Chevrolet Bolt têm sido decepcionantes. Ainda vemos com muita reticência a real vontade dos consumidores em comprar um elétrico dadas suas limitações atuais de autonomia e carregamento. Por isso apostamos mais nos híbridos.

Concordo com a opnião sobre os modelos híbridos. É só ver os anúncios recentes de que a partir de 2019 Aston Martin e Volvo só produzirão veículos híbridos ou elétricos, influenciadas pelas novas regulamentações que começam a surgir nos países europeus.

A Volvo desistiu dos entusiastas há algum tempo, então faz sentido adotar esta postura. Para a Aston, pode ser um tiro pela culatra. O tempo dirá...

Concordo também sobre as montadoras terem algum modelo para entusiastas. O exemplo do Gol citado é particularmente interessante, porque além de tudo seria um carro relativamente acessível. Muito diferente por exemplo da Honda, que está pensando em trazer o Civic Type-R para o Brasil em 2018, um carro que pouquíssima gente poderá comprar. Aí não adianta muito...

Concordamos. Existem carros entusiastas, porém a partir de 150 mil reais. Quem quer algo mais acessível, recorre às oficinas de preparação, porque de fábrica só o Sandero RS. Talvez as fabricantes tenham se acomodado: “não vou oferecer um carro esportivo, quem quiser compra um normal e bota um turbão treiskilimei na oficina”.

Fico na torcida para que o M4R possa nos presentear com o review de um elétrico ou híbrido em um futuro próximo.

Tentamos já o Prius e o Fusion Hybrid, sem sucesso. Em breve conseguiremos.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Teste: Nissan Livina S 1.8 automática

Gol G4 com interior de G3

Comparativo: Celta Life 1.0 VHC x Palio 1.0 Fire