Comprando um carro premium

Acompanhamos um amigo próximo do M4R na sua compra do primeiro carro premium. O tema é muito interessante a nosso ver, dado que a distância entre os veículos topo de linha das marcas generalistas e os de entrada das marcas top está cada vez menor. Por um lado, temos carros como Corolla Altis, Civic EXR, Focus e Fusion Titanium e Jetta Highline com preços próximos ou mesmo superiores a R$ 100 mil. Com pouco além disso, marcas de renome, conhecidas como “premium”, também oferecem opções. No caso que vamos relatar aqui, vamos trabalhar com as opções consideradas pelo amigo em questão: Mercedes-Benz A200, BMW 320i e Audi A3 e A4 Sedans.

A primeira visita foi numa concessionária Mercedes. Fomos prontamente atendidos pelo vendedor, que logo explicou não ter o carro em concessionária, somente uma unidade do ano anterior já vendida. Fomos companha-lo até uma garagem apertada na qual não mais do que 10 centímetros separavam os carros. Lugar escuro, claramente inadequado ainda mais para mostrar Mercedes. Não havia carros para test drive e nem tabela de preços atualizada. A coisa toda não levou 20 minutos. Ficou claro o tédio do vendedor em apresentar um carro “de entrada” da marca, e uma certa empáfia.

Depois fomos na BMW. Fomos atendidos por uma vendedora com pouco mais de 20 anos, que por várias vezes ficava olhando o Whatsapp enquanto falávamos do carro. A impressão inicial era que claramente não queria atender. No entanto, a concessionária tinha vários 320i expostos e fomos levados a eles. As explicações técnicas eram terríveis, mas com isto já estamos acostumados. Ela se atrapalhou até para explicar os pacotes de opcionais disponíveis (realmente muito complexo: “teto solar”). Mas pudemos ver os carros e entender por conta própria. Test drive não foi oferecido, mas pedimos e fizemos. Era com outra pessoa, aí sim um consultor que entendia do carro. Na volta, a vendedora se redimiu parcialmente ao explicar as condições de pagamento, pois o fez muito bem.

Por fim, visitamos a Audi. O ambiente era mais amigável que o da Mercedes, mas a empáfia da vendedora não. Claramente incomodada por fazer aquele atendimento, mostrou os carros no show room de forma obrigatória, como se estivesse lendo a brochura técnica. Pelo menos os carros estavam em exposição na concessionária e esta vendedora chamou a atenção para uma promoção tentadora do A4. Test drive nem em sonho.

Sabemos que uma visita não é parâmetro para se julgar nada. Isto posto, ficou clara nossa decepção com o atendimento. Talvez sejam vendedores (ou melhor, “tiradores de pedidos”) que esperem clientes que entrem na concessionária com um caminhão de dinheiro dispostos a comprar um carro e sair embora em menos de 10 minutos e aí já garantem a comissão deles.

A realidade é que cada vez mais pessoas poderão ter seu primeiro carro premium e a natureza desse atendimento vai mudar. Assim como o vendedor na Volkswagen vende 20 Gol para cada Passat, quem trabalha nessas alemãs precisa estar preparado para exatamente este tipo de cliente, e que já vem informado e com a pesquisa de preços feita em casa. E vamos além: as comissões deles são gordas o suficiente para que se demande um bom nível de atendimento. Concessionária Mercedes não é balcão do Detran.


Então vamos trabalhar pessoal.

Comentários

Anônimo disse…
Isso que dá uma empresa onde o dono não fica. E pior, é que quem vive de vendas são esses safados desses vendedores e não o contrário. Imagina agora se comprar um desses carros e quando voltar para fazer uma manutenção simples sem os empurra-empurra que gostam de fazer?
ChAndré disse…
Até no balcão do Detran merecemos ser bem atendidos, numa concessionária, onde o salário do tirador de pedido depende disto deveríamos ser ainda melhor tratados.

A empáfia das concessionárias Honda não fica atrás.

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