Estradas do sucesso
Pedimos licença aos amigos leitores dos diversos cantos do Brasil para um post sobre São Paulo – mas que pode ser útil caso seu governo esteja discutindo privatização de estradas.
As primeiras estradas privatizadas pelo governo de São Paulo o foram pelo PSDB. Não vamos aqui entrar no detalhe de cálculo de cobrança e remuneração das concessionárias, mas fato é que as estradas privatizadas nessa fase têm hoje os pedágios mais caros do País. Começando pelo sistema Anchieta-Imigrantes, que liga a capital ao litoral e seu pedágio acima dos 20 reais, e passando pela Anhanguera-Bandeirantes, que cruza o interior do estado por Campinas e Ribeirão Preto. Uma viagem de ida e volta até Campinas, não mais distante do que 100 km da capital, implica no desembolso de mais de 20 reais somente de pedágios.
O governo federal, petista, riu desses preços altos e bolou um sistema de privatização no qual os pedágios seriam muito inferiores. No papel, tudo muito bonito. A Régis Bittencourt, trecho da BR-116 que liga o Paraná à capital, e a Fernão Dias, que faz a conexão com Belo Horizonte, foram privatizadas dessa forma. O pedágio em ambas é absurdamente inferior: não passa de dois reais na maioria das praças de pedágio.
No entanto, como a lei de mercado sugere, o serviço melhor custa mais caro. A Bandeirantes é seguidamente eleita como a melhor estrada do Brasil. Raramente congestiona; o asfalto é liso em toda a sua extensão e é uma das poucas estradas do Brasil na qual os remendos no asfalto não são sentidos pelos motoristas, pois são nivelados adequadamente. A sinalização é impecável e de ótima visualização. Estrangeiros acostumados a ótimas autoestradas em seus países de origem são unânimes em elogiar a Bandeirantes como uma ótima estrada. E o mesmo pode ser dito da Anhanguera, Anchieta, Imigrantes, Dom Pedro e Castello Branco, todas de pedágios “caros”. Foi com o dinheiro destes pedágios que a concessionária responsável pela Imigrantes duplicou a estrada, projeto parado por mais de 30 anos nas mãos do governo.
A solução petista para um pedágio barato resultou nisso: um pedágio barato. E um péssimo nível de serviço. Com a exceção de uma ou outra placa ou passarela nova, a Régis Bittencourt e a Fernão Dias permanecem como eram quando estatais, com asfalto desnivelado e sofrível e sinalização precária. Quem frequenta as estradas mencionadas anteriormente e depois viaja por uma destas tem a nítida impressão de ter saído de um país desenvolvido e terminado no Congo.
São Paulo é a cidade com o maior PIB do País. São Paulo pode pagar um pedágio de seis reais. O que São Paulo não pode pagar é a incompetência de um governo que se acha o rei da Biafra e toma decisões idiotas por pura birra política com o partido rival.
Comentários
Devo esclarecer que não sou petista e nem pretendo ser um dia, no entanto, devo informar ao amigo que a Regis hoje com um pedágio barato está pelo menos 80% melhor do que era antes da privatização. A concessionária AutoPista está fazendo um bom trabalho de recuperação e não há "ondulações" como o amigo escreve no seu texto. Atualmente está havendo um processo de duplicação na Serra do Cafezal, que ainda é um gargalo, mas nada que prejudique a segurança da estrada.
Os 400 km que separam Curitiba de S.Paulo são percorridos por apenas R$ 16,00 de pedágio, uma das menores tarifas do Brasil, veja o site http://www.emsampa.com.br/pedtre.htm, quando viajo de Curitiba para S.Paulo tenho a impressão de que o Congo a que você se refere seja a partir da entrada de Taboão da Serra.
abs