O que é belo?



A nova Ferrari V12 de motor dianteiro é um assombro, superando a já respeitável 599. São 730 cv de uma unidade naturalmente aspirada, mantendo-se firmemente do outro lado da tendência do downsizing, os motores de menor cilindrada e com alimentação forçada de ar, com turbos ou compressores. Alguns mitos, como a M5, já cederam a esta nova tentação. Lamborghini, Ferrari e Aston Martin, ainda não.

Aliás, um parênteses para falar dos italianos. A F12 parece desenhada sob medida para superar o Aventador. Ambas com um V12 aspirado, mas a Ferrari desenvolvendo 30 cv a mais. O que na verdade é mérito da Lamborghini, que voltou a ser levada a sério pela Ferrari após muitos anos requentando projetos maravilhosos, porém envelhecidos, como a Countach e a Diablo.

Voltando ao cerne da questão, ninguém é besta de discutir o quão maravilhosa deve ser esta Ferrari nova em termos dinâmicos. Seguramente um assombro. A pergunta que cabe é: é bonita?

Para citar o Top Gear de novo, no lançamento da 458 o Jeremy Clarkson comentou que aquela era a primeira Ferrari verdadeiramente bonita desde a 308 de 1975.



Não concordamos – a opinião do M4R é que 348, 355 e 360 eram, e ainda são, maravilhosas, entre outras. As coisas deram errado com a 430. E a 458, bonita, conquista mesmo pela capacidade e não pelo desenho. É como aquela menina que você nunca deu bola até que sentou pra conversar e ficou embasbacado pelo alto nível do papo.

A F12 aparenta ser uma versão piorada. Extremamente competente, mas bonita... não. Alguns votam na F12 como moderna, uma líder em design, que os outros carros vão copiar em 20 anos. Discordo. 20 anos, em termos de design, é muita coisa – em 1994 estávamos todos babando no Corsa ovinho. E, se for para prever o design dos próximos carros, fará bem aos olhos que a influência seja não a F12, mas um carro muito pior em desempenho e capacidade, mas muito mais belo: Aston Martin DBS.

Antes de encerrar, um aviso: design é extremamente pessoal. E gosto não se discute.

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