Transporte chinês, paixão europeia
Eu me lembro de ter comentado no blog, já faz algum tempo, sobre um episódio de uma série do Jeremy Clarkson na qual ele destrói um Perodua Kelisa, o carro mais barato do Reino Unido na época, produzido na Malásia. As acusações são simples: é um carro sem alma, produzido não por um homem que gostaria de fazer um excelente carro, mas por uma corporação preocupada somente com os números.
O vídeo é esse aqui: http://www.youtube.com/watch?v=wI2MpcIiO6A&feature=related
Lembrei disto ao ler uma reportagem no iG sobre o crescente número de carros chineses à venda no Brasil. Nenhum deles é apaixonante. Eu tive a oportunidade de ver um top de linha de perto, o novo MG feito na China. É até legal, mas não é apaixonante. Todo carro chinês tem apelo no baixo custo, inclusive este MG, que será vendido teoricamente a R$ 90 mil. É algo que reduz, de certa forma, o apelo de se comprar um Hyundai.
No entanto, culpar genericamente as montadoras por esse tipo de atitude é errado. O valor está justamente em termos diversos estilos de carros à venda, para diversos estilos de compradores. O M4R defende os entusiastas, os que curtem carro, os que vêem prazer numa troca de marcha, no ronco do motor, na resposta da suspensão, na ergonomia, no acabamento, no design. Quem valoriza esse tipo de automóvel não pode mesmo, nunca, se render a um carro pensado em ser barato e transportar pessoas de A a B.
Muita gente, no entanto, valoriza isso e compra carros assim. A elas, os chineses e coreanos. Para quem vê no carro mais do que um monte de metal e vidro, fiquemos com a paixão italiana da Alfa Romeo, a precisão alemã da Mercedes, o acabamento da Audi, o comportamento da BMW, e todas as outras grandes que nos ajudam a lembrar, todos os dias, que dirigir pode ser um prazer.
O vídeo é esse aqui: http://www.youtube.com/watch?v=wI2MpcIiO6A&feature=related
Lembrei disto ao ler uma reportagem no iG sobre o crescente número de carros chineses à venda no Brasil. Nenhum deles é apaixonante. Eu tive a oportunidade de ver um top de linha de perto, o novo MG feito na China. É até legal, mas não é apaixonante. Todo carro chinês tem apelo no baixo custo, inclusive este MG, que será vendido teoricamente a R$ 90 mil. É algo que reduz, de certa forma, o apelo de se comprar um Hyundai.
No entanto, culpar genericamente as montadoras por esse tipo de atitude é errado. O valor está justamente em termos diversos estilos de carros à venda, para diversos estilos de compradores. O M4R defende os entusiastas, os que curtem carro, os que vêem prazer numa troca de marcha, no ronco do motor, na resposta da suspensão, na ergonomia, no acabamento, no design. Quem valoriza esse tipo de automóvel não pode mesmo, nunca, se render a um carro pensado em ser barato e transportar pessoas de A a B.
Muita gente, no entanto, valoriza isso e compra carros assim. A elas, os chineses e coreanos. Para quem vê no carro mais do que um monte de metal e vidro, fiquemos com a paixão italiana da Alfa Romeo, a precisão alemã da Mercedes, o acabamento da Audi, o comportamento da BMW, e todas as outras grandes que nos ajudam a lembrar, todos os dias, que dirigir pode ser um prazer.
Comentários
É óbvio que há uma aura de precisão suíça em marcas como Audi, BMW e Mercedez, por exemplo, mas a própria imagem que elas vendem é de exclusividade para poucos e bons que podem pagar por ela. Para nós mortais - e aqui entra o mercado brasileiro como exemplo de algo surreal com relação aos preços cobrados - fica difícil não apelar para algo mais comunzão mesmo, ou "sem alma" como foi dito.
Ambos eram referencia e nunca fizeram sucesso.
Ai cai no dilema da Tostines.
Rafael tem razão também. Aí acho que vai um pouco da maturidade do mercado. Hoje o brasileiro médio está preocupado em ter o carro e conseguir pagar, pouco importando se tem volante torto, pedais duros, etc. Com o mercado mais saturado, poderemos ver a diversidade que há na Europa, para se escolher interiores, motores, câmbios, etc. Mas isso, claro, é só uma teoria.
Quanto ao lance da preocupação em pagar, concordo. Também, com esses valores altíssimos, juros mortais... é complicado mesmo. O sujeito se dá por satisfeito em ter um carro zero, seja qual for.
Penso da mesma forma: a indústria coreana ainda é mais voltada para meios de transporte de A até B.
Ainda que toda marca esteja preocupada com números, existem umas - ou alguns modelos, em outras - que fogem a regra e mostram que foram feitos para quem gosta de dirigir.