A morte de um carro
Quem decretou sua morte foi a Car and Driver, em comparativo com o Punto 1.6 e o Focus de mesma cilindrada. Coisa rara em sua carreira, o VW Polo terminou em último no comparativo.
A rigor, a morte do Polo veio é tarde demais, reflexo do marasmo que vivemos em termos automobilísticos neste país entre 2002 e 2009. Inclusive na Europa o Polo teve uma vida extensa demais, tendo sido substituído por lá somente ao final de 2009, após oito anos de seu lançamento.
Um produto muito bom, por anos foi o que de melhor a VW tinha a oferecer. Inaugurou o segmento dos “compactos Premium”, do qual Corsa e Fiesta chegaram a fazer parte, embora sem o “premium” que justificasse esta classificação. Hoje o mercado seguiu esta tendência e compactos como o C3 e o Punto rivalizam muito bem com o Polo pela primazia da categoria.
Espantoso, aliás, foi o Punto não ter desbancado o Polo logo em seu lançamento – produto mais novo, muito bonito e bem cuidado, legítimo representante desta nova fase da Fiat demosntrando que ela não esqueceu como se faz bons carros. A culpa ficou com o letárgico motor 1.4 ou com o asperento 1.8.
Hoje, com os novos motores da Tritec, esta deficiência acabou. O Punto finalmente expõe uma boa vantagem sobre o alemão, que de quebra ainda compete, graças a seus altíssimos preços, como modelos médios como o Focus, esse que coloca Punto e Polo no porta-luvas sem grandes dificuldades.
Não que o Polo tenha caído sem lutas. Foi dos poucos carros que foi constantemente atualizado em toda sua vida útil, e o Polo 2009 é significativamente melhor que o Polo 2002 (não se pode falar isso de um Golf ou de um Fiesta, por exemplo). O câmbio, grande fonte de reclamações devido às marchas curtíssimas, foi sucessivamente alongado até o patamar atual, inclusive mais longo do que a média hoje. O acabamento, sempre elogiado, manteve-se intacto (ou quase; as luzes de cortesia nas portas foram eliminadas logo no primeiro ano). A motorização evoluiu, com o uso do VHT e de 2.0 flex. A lista de equipamentos é completa e inclui itens pouco comuns mesmo em carros mais caros, como retrovisor fotocrômico, sensor de estacionamento, computador de bordo, além de ar digital, air bags, ABS, sensor de chuva e de luminosidade.
Andei nesses dias num Polo hatch atual. Bancos revestidos de excelente couro, as maçanetas internas pintadas num tom de alumínio muito elegante, sensor de chuva e de luminosidade, air digital, espelhos iluminados nos para-sóis, revestimento do teto preto e até mesmo teto solar, que o carro sempre teve na Europa. Em si, um compacto muito interessante.
Mas existe a concorrência. O Punto traz um design novo, bonito, e agora motores muito interessantes: o 1.6 mesmo já tem mais de 10 cv de vantagem em relação ao 1.6 do Polo. O Focus, então, é um médio superior em todos os aspectos, perdendo somente na lista de equipamentos.
A esta altura do campeonato, o Polo já deveria ter seguido o caminho do Astra, com um preço bastante inferior. Mas esta não é a sina do Polo: o compacto esnobe segue agarrado à faixa de 45-60 mil e de lá não sairá até ser substituído ou eliminado na linha. E é assim, de nariz empinado, que um carro muito bom enfrenta a dura realidade de morrer diante da concorrência.
A rigor, a morte do Polo veio é tarde demais, reflexo do marasmo que vivemos em termos automobilísticos neste país entre 2002 e 2009. Inclusive na Europa o Polo teve uma vida extensa demais, tendo sido substituído por lá somente ao final de 2009, após oito anos de seu lançamento.
Um produto muito bom, por anos foi o que de melhor a VW tinha a oferecer. Inaugurou o segmento dos “compactos Premium”, do qual Corsa e Fiesta chegaram a fazer parte, embora sem o “premium” que justificasse esta classificação. Hoje o mercado seguiu esta tendência e compactos como o C3 e o Punto rivalizam muito bem com o Polo pela primazia da categoria.
Espantoso, aliás, foi o Punto não ter desbancado o Polo logo em seu lançamento – produto mais novo, muito bonito e bem cuidado, legítimo representante desta nova fase da Fiat demosntrando que ela não esqueceu como se faz bons carros. A culpa ficou com o letárgico motor 1.4 ou com o asperento 1.8.
Hoje, com os novos motores da Tritec, esta deficiência acabou. O Punto finalmente expõe uma boa vantagem sobre o alemão, que de quebra ainda compete, graças a seus altíssimos preços, como modelos médios como o Focus, esse que coloca Punto e Polo no porta-luvas sem grandes dificuldades.
Não que o Polo tenha caído sem lutas. Foi dos poucos carros que foi constantemente atualizado em toda sua vida útil, e o Polo 2009 é significativamente melhor que o Polo 2002 (não se pode falar isso de um Golf ou de um Fiesta, por exemplo). O câmbio, grande fonte de reclamações devido às marchas curtíssimas, foi sucessivamente alongado até o patamar atual, inclusive mais longo do que a média hoje. O acabamento, sempre elogiado, manteve-se intacto (ou quase; as luzes de cortesia nas portas foram eliminadas logo no primeiro ano). A motorização evoluiu, com o uso do VHT e de 2.0 flex. A lista de equipamentos é completa e inclui itens pouco comuns mesmo em carros mais caros, como retrovisor fotocrômico, sensor de estacionamento, computador de bordo, além de ar digital, air bags, ABS, sensor de chuva e de luminosidade.
Andei nesses dias num Polo hatch atual. Bancos revestidos de excelente couro, as maçanetas internas pintadas num tom de alumínio muito elegante, sensor de chuva e de luminosidade, air digital, espelhos iluminados nos para-sóis, revestimento do teto preto e até mesmo teto solar, que o carro sempre teve na Europa. Em si, um compacto muito interessante.
Mas existe a concorrência. O Punto traz um design novo, bonito, e agora motores muito interessantes: o 1.6 mesmo já tem mais de 10 cv de vantagem em relação ao 1.6 do Polo. O Focus, então, é um médio superior em todos os aspectos, perdendo somente na lista de equipamentos.
A esta altura do campeonato, o Polo já deveria ter seguido o caminho do Astra, com um preço bastante inferior. Mas esta não é a sina do Polo: o compacto esnobe segue agarrado à faixa de 45-60 mil e de lá não sairá até ser substituído ou eliminado na linha. E é assim, de nariz empinado, que um carro muito bom enfrenta a dura realidade de morrer diante da concorrência.
Comentários
Enfim, prefiro andar de Polo classic do que de Fiat Punto ou qualquer Fiat.