Estive pensando umas bobagens por aí

A Hyundai, ou melhor, a Caoa acaba de anunicar que fará o ix35 na fábrica de Goiânia, nacionalizando o modelo. Assim como no resto do mundo, a grande vantagem dos carros da Hyundai no Brasil é o preço: eles trazem porte, acabamento, opcionais e motorização superiores aos concorrentes. A vantagem do Veracruz e do Santa Fé (especialmente esta nova versão com 285 cv, é um motor muito forte) sobre a concorrência é impressionante, não tem como comparar o Santa Fé com um Toyota RAV4, por exemplo.

Com a nacionalização, será que esta política de preços vai se manter ou a Caoa/Hyundai vai simplesmente aproveitar e planar nas margens de lucro grosseiras que nossa indústria automotiva pratica? O i30 vem à mente, pois já não é um carro muito mais barato que os concorrentes; pode ser mais equipado que um Focus do mesmo preço, porém com falhas, como só aceitar gasolina, ou o câmbio defasado de 4 marchas, ou o rodar extremamente duro. A Tucson, que já não é nenhum primor de acabamento ou de desempenho com o motor de 4 cilindros, também já começa a ser questionada.

O pior é que no Brasil a Hyundai tenta desesperadamente conseguir a imagem de marca “Premium”, coisa que nem sonha em ser lá fora, e se realmente ter um Hyundai passar a ser um símbolo de status no Brasil, eles poderão cobrar mais caro pelos produtos, e aí sim nosso mercado automobilístico perderá definitivamente a esperança de uma marca agressiva em preços e com produtos de qualidade, que possa provocar um tumulto no mercado como um todo, como a Hyundai vem fazendo. Não tenham dúvidas que a melhoria dos equipamentos do Focus para 2011, a atualidade do C4 e até a possível vinda do Golf 7 para cá têm muito a ver com o sucesso do i30.

Outra bobagem que estive pensando é que os carros estão cada vez mais iguais. O Top Gear acaba de lamentar isso, ao comentar sobre a morte da indústria britânica, especialmente os roadsters pequenos e ágeis, grandes nomes como Triumph, Jensen e mesmo Lotus.

Isso é verdade. Os carros têm ficado cada vez mais iguais. Coisas impensáveis antes, como GM e Ford colaborando para fazer um câmbio, hoje em dia são lugar comum. Um Jaguar com peças Ford, um Porsche com peças VW, Hyundai e Kia que são praticamente a mesma coisa. O Alfa MiTo é um Punto com o cuore sportivo, assim como o A3 é um Golf metido.

Em breve vamos dirigir um carro com a mesma plataforma, mesma suspensão, mesmos freios, mesmo câmbio, até mesmo motor, e de duas marcas diferentes. Para quem aprecia a variedade de sabores, será um terror. Tração traseira ou dianteira, suspensão McPherson, ou multilink, ou braços sobrepostos, motor aspirado ou turbo, câmbio manual, automático ou de dupla embreagem, um buffet maravilhoso que não pode acabar.

Comentários

Anônimo disse…
Não é A Tucson e sim O Tucson. O SUV Tucson. Ou O crossover Tucson.
Automóvel é masculino. Tem algumas exceções: a perua (ou a station wagon) Palio Weekend, a Parati, a Caravan.
E claro, A Ferrari.
Mas nunca diga ou escreva a Mercedes ou a BMW quando se referir aos automóveis. Apenas quando se referir à fábrica é que se usa o feminino.
Dubstyle disse…
Nossa, quanta bobagem.
Vinnas disse…
Gosto muito de suas resenhas e gostaria de saber que carros o sr. tece nos ultimos 15 anos. Um abs, Vinnas (marcusvinas@gmail.com)

Postagens mais visitadas deste blog

Comparativo: Celta Life 1.0 VHC x Palio 1.0 Fire

Teste: Nissan Livina S 1.8 automática

Gol G4 com interior de G3