Óleo nos lucros
A revista eletrônica norte-americana Slate elaborou uma reportagem recente sobre três grandes vazamentos de petróleo que aconteceram na costa dos Estados Unidos. Em 1969, uma empresa chamada Union Oil Company extraía petróleo do fundo do mar numa área limite entre as águas territoriais da Califórnia e as águas sob responsabilidade do governo federal americano, que tinha regras mais brandas em relação à proteção do poço. O poço estourou e 100 mil barris de óleo foram para o mar. A partir de então, nenhuma plataforma de óleo nova foi instalada na costa californiana – e isso já dura 41 anos.
Quando o Exxon Valdez rompeu-se na costa do Alasca em 1989, as empresas petrolíferas vinham há dez anos combatendo uma norma que requeria petroleiros a terem uma espécie de casco duplo, que poderia ter limitado o vazamento do navio a 40% do que foi efetivamente derramado.
Já a plataforma da British Petroleum que ainda está vazando no Golfo do México não tem uma válvula de fechamento remoto que custa 500 mil dólares e é obrigatória nas plataformas do litoral brasileiro – uma grata surpresa.
Qualquer executivo da Union Oil, Exxon (vulgo Esso) e BP assumiria, após o acidente, que o investimento nestas melhorias teria sido muito bem pago com a ausência ou redução dos danos destas catástrofes. Mas, com a mentalidade capitalista burra dizendo que a economia é rei, resolveram cortar custos e pagaram caro por isso – embora a conta para o Planeta tenha sido mais cara ainda.
Tudo isso para dizer o seguinte: toda porca economizada, toda presilha de tapetes que não é instalada, todo cubo de roda feito de um material mais barato, toda essa economia pode resultar num desastre. Isso está ficando cada vez mais claro. Então, times de depenação e gerentes de projeto cuja vida é espremer custos, vamos pensar menos no bônus e mais em fazer bem-feito. Que o modelo de capitalismo yuppie dos anos 80 faliu.
Quando o Exxon Valdez rompeu-se na costa do Alasca em 1989, as empresas petrolíferas vinham há dez anos combatendo uma norma que requeria petroleiros a terem uma espécie de casco duplo, que poderia ter limitado o vazamento do navio a 40% do que foi efetivamente derramado.
Já a plataforma da British Petroleum que ainda está vazando no Golfo do México não tem uma válvula de fechamento remoto que custa 500 mil dólares e é obrigatória nas plataformas do litoral brasileiro – uma grata surpresa.
Qualquer executivo da Union Oil, Exxon (vulgo Esso) e BP assumiria, após o acidente, que o investimento nestas melhorias teria sido muito bem pago com a ausência ou redução dos danos destas catástrofes. Mas, com a mentalidade capitalista burra dizendo que a economia é rei, resolveram cortar custos e pagaram caro por isso – embora a conta para o Planeta tenha sido mais cara ainda.
Tudo isso para dizer o seguinte: toda porca economizada, toda presilha de tapetes que não é instalada, todo cubo de roda feito de um material mais barato, toda essa economia pode resultar num desastre. Isso está ficando cada vez mais claro. Então, times de depenação e gerentes de projeto cuja vida é espremer custos, vamos pensar menos no bônus e mais em fazer bem-feito. Que o modelo de capitalismo yuppie dos anos 80 faliu.
Comentários
Paulo, o que acho mais interessante é que hoje se vislumbra uma possibilidade mais ética que parecia não existir há pouco tempo. Não sei se vai vingar, mas estou fazendo meu trabalho de formiguinha. :-)