Teste: Ford Focus hatch GLX 1.6 16v flex
O M4R traz, com EXCLUSIVIDADE na blogosfera, o teste do Focus 1.6!
Questionada recentemente sobre o fato do ar-condicionado ser opcional no CrossFox, carro cujo preço inicial é de R$ 42 mil, a Volkswagen respondeu à imprensa que “a culpa” é dos moradores da Região Sul, que não fazem questão do equipamento por morarem um lugar de clima ameno. Seguindo esta linha de raciocínio, a Ford lançou o Focus movido somente a gasolina para agradar os habitantes da Região Norte, onde o preço do álcool é elevado devido ao custo dos transportes das regiões produtoras até ali.
Representando São Paulo, a cidade e o estado mais populosos do País, digo que quero meu carro com ar-condicionado e flex, por favor. O resfriador o Focus sempre teve. A capacidade de rodar com álcool, no entanto, só chegou agora para o modelo novo. E, contrariando todas as expectativas, veio juntamente com um novo motor, o 1.6 16v Sigma, do qual já falamos aqui.
É difícil para um médio estabelecer boas vendas sem uma versão de entrada, invariavelmente com um motor menor. Quem foge à regra é o Astra, graças ao custo baixíssimo para se produzir seu motor 2.0, originário do Monza – lembrando que, no lançamento da atual geração do Astra no final do século passado, havia um Astra 1.8, assim como o Stilo 1.8 era inferior ao Stilo 1.8 16v. 307, C4, Mégane e Golf têm uma versão de entrada com um motor 1.6.
Na Europa, médios com motorização 2.0 são raros, ainda mais de descontarmos os movidos a diesel. Aqui, talvez para compensar a defasagem de muitos desses carros em relação ao que se vende por lá – com no mínimo air bag duplo e ABS em todas as versões –, a motorização é mais forte. É importante sabermos de cara que estes médios foram projetados, na origem, para funcionarem bem até com motores 1.4. Não ficam lerdíssimos, embora não sejam líderes de desempenho. O Golf 1.6, com seus parcos 104 cv, sofre especialmente. Para obter um desempenho melhor, seu câmbio foi encurtado em demasia – a 120 km/h, o motor grita a quase 4 mil giros, o que definitivamente não combina com um refinado carro médio.
Como isso ficaria no pesado Focus? Um motor multiválvulas teria deixado o carro especialmente lerdo? E o câmbio longo, tradicional do modelo, teria sido abandonado?
Por fora, a versão GLX do Focus 1.6 diferencia-se da 2.0 apenas pela ausência de referências ao motor na tampa traseira e o discreto adesivo "Flex". Até as roda de liga lve, de aro 16”, são iguais. Está presente toda a modernidade do desenho do carro, especialmente na dianteira. É igualzinho ao vendido na Europa, com direito inclusive aos piscas nos retrovisores.
Por dentro, a impressão não é tão boa. O acabamento do Focus chega a empolgar com o plástico emborrachado que cobre o painel e os apliques em prata no console central, mas a porta é uma decepção só, com plásticos duros e a maçaneta preta imersa num mar de preto. Lembrando que até o Celta pode vir com maçanetas pintadas. O tecido dos bancos e das portas é apenas razoável.
O painel é muito bonito, com o charme dos ponteiros dos marcadores de combustível e temperatura instalados no topo dos mostradores. A iluminação é padrão Audi, branca com os ponteiros e o console central em vermelho. Muito elegante. Como de praxe no modelo, a ergonomia é excelente e todos os comandos estão à mão. Os bancos, ao contrário da versão anterior, apoiam bem o corpo. A posição dos pedais também agrada (a embreagem é leve, ao contrário do tijolo das versões 2.0), assim como a pega do volante, agora com revestimento em couro em todas as versões.
O espaço interno não é tão bom quanto se esperaria de um carro com 2,6m de entreeixos. Os bancos são bem grandes e roubam espaço. Lateralmente a situação é melhor, assim como para as cabeças. O porta-malas é de bom tamanho para um hatch, com 328 litros, e possui fácil acesso.
A melhorar, os faróis, que poderiam ser elipsoidais como na Argentina e na Europa; a ausência das unidades de neblina dianteiras; a única luz de ré na traseira segue sendo inadequada e figurativa: não ilumina o que está atrás e não indica aos outros motoristas que aquele carro está manobrando; e a ausência de retrovisor fotocrômico e do teto solar, que poderiam ao menos ser encomendados como opcionais nesta versão.
E o grande ponto positivo, sem dúvida alguma, é o novo motor. O pesado Focus corria um sério risco de ficar lerdo com um motor 1.6, o que prejudicaria demais a melhor qualidade do carro, o comportamento dinâmico. E isso não aconteceu. O Focus 2.0 tem um desempenho exuberante, maravilhoso. O 1.6 é mais comedido, mas nunca lerdo. O Sigma comporta-se muito bem em baixas rotações e inclusive permite que o Focus mantenha seu conhecido câmbio de relações abertas, com apenas 2700 rpm a 100 km/h, uma delícia na estrada e garantia de economia de combustível. Também é um motor isento de vibrações e tem um ronco delicioso em alta, lembrando um pouco o saudoso Fiat 1.6 16v. Apesar do cabeçote multiválvulas, não há um “surto” de potência em altas rotações; o motor é extremamente linear, o que comprova sua calibração voltada para mais torque.
Vendido apenas na versão hatch (mais leve) e com câmbio manual (que favorece o desempenho), o Focus 1.6 não é um canhão, mas possui uma reserva de potência para ultrapassagens e acelerações mais bruscas, o que já não se pode dizer do Golf 1.6. E isso vem acompanhado do comportamento impecável: o carro ignora imperfeições no piso, ao mesmo tempo em que é extremamente estável e previsível. O Focus sai de frente, mas somente em velocidades muito estúpidas. Até lá, gruda no chão. Você pode exigir tudo do motor, pois a suspensão acompanha. É bem diferente de um Palio 1.8, por exemplo, com um motorzão para as retas e total insegurança nas curvas.
Além do ronco delicioso e do banco com bons apoios, contribuem decisivamente para o prazer em dirigir deste carro o câmbio de engates precisos e curtos – se fossem um pouco mais leves, colocariam o Focus no panteão dos melhores câmbios manuais nacionais, ao lado da MQ-200 da VW e as da Honda – e os pedais de acionamento preciso, com uma embreagem de peso ideal.
Vendido a R$ 53 mil, o Focus é sem dúvida a melhor compra para quem curte o prazer em dirigir. Ainda que sem a exuberância do 2.0, o motor 1.6 é valente e girador, além de bem mais econômico. Pelo mesmo valor, o Fit é um bom concorrente, mas com outra proposta (menos espaço, menos desempenho, mais praticidade). De resto, os únicos médios que se atrevem a ombrear com o Focus são os primos 307 e C4, o primeiro com um pacote de opcionais muito agressivo (Presence Pack) e o melhor acabamento da categoria, e o segundo com uma proposta de tecnologia e design muito diferenciada.
O que eu acho? Eu gosto de dirigir, eu gosto de comportamento, eu gosto de carros com bastante engenharia. Eu vou de Focus.
Estilo 8 – Não sei se gosto da traseira. Mesmo a do Focus anterior demorou para me agradar. Mas a lateral é bonita, e a frente, maravilhosa.
Imagem – Quem anda de Focus gosta de carro. Não vem com a cara de “custo-benefício” do Astra ou de “minha época já foi” do Golf. Com as mulheres pode não fazer muito sucesso, mas quem entende respeita. É jovem (30-45 anos), e masculino.
Acabamento 9 – Ah, a porta. Que vergonha aquela porta. De resto, muito bom gosto, inclusive no volante com couro. O acionamento dos botões e alavancas é primososo, e o controle do ar-condicionado, como no Focus antigo, é emborrachado. Típico detalhe que dá orgulho.
Posição de dirigir 10 – O banco do motorista é regulável em altura, e o volante em altura e profundidade. A acomodação é perfeita, os pedais estão alinhados, tudo está à mão. Belo cockpit.
Instrumentos 8 – Painel completo e lindamente iluminado. Perde pontos pelo computador de bordo, muito simples, e pela escala do velocímetro, que poderia ser mais ampla em menores velocidades, como nos VW mais recentes.
Itens de conveniência 7 – Fica devendo alguns itens que já chegaram até em categorias inferiores, como ar-condicionado automático, retrovisor fotocrômico, sensores de chuva, luz e estacionamento. Do mais trivial, tem tudo.
Espaço interno 6 – Decepcionante pelos 2,6m de entreeixos. Ocupantes mais altos vão sofrer com o espaço para as pernas atrás, embora fiquem bem acomodados em termos de altura e largura. Na frente, o espaço é muito bom.
Porta-malas 10 – Bonito, bem-acabado, amplo e de fácil acesso. Com 328 litros, é bom para a categoria.
Motor 9 – A Ford seguiu a filosofia torque. Os números de potência são baixos, mas a dirigibilidade é boa. Não há vibrações. E o ronco é delicioso.
Desempenho 7 – Longe de ser um canhão, mas adequado e suficiente para todas as necessidades. Lembrando que desempenho não é só aceleração, mas também comportamento em velocidade, e nisso o Focus representa.
Câmbio 9 – Faltou um pouco mais de leveza nos engates, que são curtos, precisos e deliciosos. A manopla tem uma pegada perfeita e a alavanca é muito bonita.
Freios 10 – Na unidade avaliada, discos ventilados à frente e atrás, com ABS. O Focus não freia, ele joga uma âncora. Vale ter cuidado com quem está atrás... As unidades sem ABS, com tambores atrás, não devem ser tão boas.
Suspensão 10 – Quero dar nota 11. Abaixo de 80 mil reais, é a melhor suspensão do mercado, e digo que o comportamento está no mesmo nível de Fusion e Jetta, dois outros carros muito bons de comportamento. É confortável sem ser molenga, é esportivo sem ser duro. Recomendo andar num trecho de asfalto ruim com o Focus e logo depois com o Vectra GT. Uma aula de, respectivamente, como se fazer e como não se fazer uma suspensão.
Estabilidade 10 – Tirar a frente do Focus da trajetória é coisa de quem passou muito, mas muito da velocidade permitida. Numa ampla curva de acesso com velocidade máxima de 60 km/h, o Focus permanecia imperturbável a 110 km/h.
Segurança passiva 6 – Duplo airbag e ABS não revolucionam o segmento, mas ao mesmo tempo não podem faltar. Parabéns à Ford por incluir as bolsas em todas as versões (deveriam fazer o mesmo com o ABS). Falta, em todas as versões do Focus, a opção de bolsas laterais e de cortina, disponíveis na Europa.
Custo-benefício 10 – Comportamento exemplar, um motor delicioso, um excelente conjunto. As pequenas falhas do Focus (irritantemente fáceis de corrigir, né dona Ford?) não eclipsam o que é este modelo: o melhor médio da categoria. Com o motor 1.6, o prazer ficou mais acessível.
Representando São Paulo, a cidade e o estado mais populosos do País, digo que quero meu carro com ar-condicionado e flex, por favor. O resfriador o Focus sempre teve. A capacidade de rodar com álcool, no entanto, só chegou agora para o modelo novo. E, contrariando todas as expectativas, veio juntamente com um novo motor, o 1.6 16v Sigma, do qual já falamos aqui.
É difícil para um médio estabelecer boas vendas sem uma versão de entrada, invariavelmente com um motor menor. Quem foge à regra é o Astra, graças ao custo baixíssimo para se produzir seu motor 2.0, originário do Monza – lembrando que, no lançamento da atual geração do Astra no final do século passado, havia um Astra 1.8, assim como o Stilo 1.8 era inferior ao Stilo 1.8 16v. 307, C4, Mégane e Golf têm uma versão de entrada com um motor 1.6.
Na Europa, médios com motorização 2.0 são raros, ainda mais de descontarmos os movidos a diesel. Aqui, talvez para compensar a defasagem de muitos desses carros em relação ao que se vende por lá – com no mínimo air bag duplo e ABS em todas as versões –, a motorização é mais forte. É importante sabermos de cara que estes médios foram projetados, na origem, para funcionarem bem até com motores 1.4. Não ficam lerdíssimos, embora não sejam líderes de desempenho. O Golf 1.6, com seus parcos 104 cv, sofre especialmente. Para obter um desempenho melhor, seu câmbio foi encurtado em demasia – a 120 km/h, o motor grita a quase 4 mil giros, o que definitivamente não combina com um refinado carro médio.
Como isso ficaria no pesado Focus? Um motor multiválvulas teria deixado o carro especialmente lerdo? E o câmbio longo, tradicional do modelo, teria sido abandonado?
Por fora, a versão GLX do Focus 1.6 diferencia-se da 2.0 apenas pela ausência de referências ao motor na tampa traseira e o discreto adesivo "Flex". Até as roda de liga lve, de aro 16”, são iguais. Está presente toda a modernidade do desenho do carro, especialmente na dianteira. É igualzinho ao vendido na Europa, com direito inclusive aos piscas nos retrovisores.
Por dentro, a impressão não é tão boa. O acabamento do Focus chega a empolgar com o plástico emborrachado que cobre o painel e os apliques em prata no console central, mas a porta é uma decepção só, com plásticos duros e a maçaneta preta imersa num mar de preto. Lembrando que até o Celta pode vir com maçanetas pintadas. O tecido dos bancos e das portas é apenas razoável.
O painel é muito bonito, com o charme dos ponteiros dos marcadores de combustível e temperatura instalados no topo dos mostradores. A iluminação é padrão Audi, branca com os ponteiros e o console central em vermelho. Muito elegante. Como de praxe no modelo, a ergonomia é excelente e todos os comandos estão à mão. Os bancos, ao contrário da versão anterior, apoiam bem o corpo. A posição dos pedais também agrada (a embreagem é leve, ao contrário do tijolo das versões 2.0), assim como a pega do volante, agora com revestimento em couro em todas as versões.
O espaço interno não é tão bom quanto se esperaria de um carro com 2,6m de entreeixos. Os bancos são bem grandes e roubam espaço. Lateralmente a situação é melhor, assim como para as cabeças. O porta-malas é de bom tamanho para um hatch, com 328 litros, e possui fácil acesso.
A melhorar, os faróis, que poderiam ser elipsoidais como na Argentina e na Europa; a ausência das unidades de neblina dianteiras; a única luz de ré na traseira segue sendo inadequada e figurativa: não ilumina o que está atrás e não indica aos outros motoristas que aquele carro está manobrando; e a ausência de retrovisor fotocrômico e do teto solar, que poderiam ao menos ser encomendados como opcionais nesta versão.
E o grande ponto positivo, sem dúvida alguma, é o novo motor. O pesado Focus corria um sério risco de ficar lerdo com um motor 1.6, o que prejudicaria demais a melhor qualidade do carro, o comportamento dinâmico. E isso não aconteceu. O Focus 2.0 tem um desempenho exuberante, maravilhoso. O 1.6 é mais comedido, mas nunca lerdo. O Sigma comporta-se muito bem em baixas rotações e inclusive permite que o Focus mantenha seu conhecido câmbio de relações abertas, com apenas 2700 rpm a 100 km/h, uma delícia na estrada e garantia de economia de combustível. Também é um motor isento de vibrações e tem um ronco delicioso em alta, lembrando um pouco o saudoso Fiat 1.6 16v. Apesar do cabeçote multiválvulas, não há um “surto” de potência em altas rotações; o motor é extremamente linear, o que comprova sua calibração voltada para mais torque.
Vendido apenas na versão hatch (mais leve) e com câmbio manual (que favorece o desempenho), o Focus 1.6 não é um canhão, mas possui uma reserva de potência para ultrapassagens e acelerações mais bruscas, o que já não se pode dizer do Golf 1.6. E isso vem acompanhado do comportamento impecável: o carro ignora imperfeições no piso, ao mesmo tempo em que é extremamente estável e previsível. O Focus sai de frente, mas somente em velocidades muito estúpidas. Até lá, gruda no chão. Você pode exigir tudo do motor, pois a suspensão acompanha. É bem diferente de um Palio 1.8, por exemplo, com um motorzão para as retas e total insegurança nas curvas.
Além do ronco delicioso e do banco com bons apoios, contribuem decisivamente para o prazer em dirigir deste carro o câmbio de engates precisos e curtos – se fossem um pouco mais leves, colocariam o Focus no panteão dos melhores câmbios manuais nacionais, ao lado da MQ-200 da VW e as da Honda – e os pedais de acionamento preciso, com uma embreagem de peso ideal.
Vendido a R$ 53 mil, o Focus é sem dúvida a melhor compra para quem curte o prazer em dirigir. Ainda que sem a exuberância do 2.0, o motor 1.6 é valente e girador, além de bem mais econômico. Pelo mesmo valor, o Fit é um bom concorrente, mas com outra proposta (menos espaço, menos desempenho, mais praticidade). De resto, os únicos médios que se atrevem a ombrear com o Focus são os primos 307 e C4, o primeiro com um pacote de opcionais muito agressivo (Presence Pack) e o melhor acabamento da categoria, e o segundo com uma proposta de tecnologia e design muito diferenciada.
O que eu acho? Eu gosto de dirigir, eu gosto de comportamento, eu gosto de carros com bastante engenharia. Eu vou de Focus.
Estilo 8 – Não sei se gosto da traseira. Mesmo a do Focus anterior demorou para me agradar. Mas a lateral é bonita, e a frente, maravilhosa.
Imagem – Quem anda de Focus gosta de carro. Não vem com a cara de “custo-benefício” do Astra ou de “minha época já foi” do Golf. Com as mulheres pode não fazer muito sucesso, mas quem entende respeita. É jovem (30-45 anos), e masculino.
Acabamento 9 – Ah, a porta. Que vergonha aquela porta. De resto, muito bom gosto, inclusive no volante com couro. O acionamento dos botões e alavancas é primososo, e o controle do ar-condicionado, como no Focus antigo, é emborrachado. Típico detalhe que dá orgulho.
Posição de dirigir 10 – O banco do motorista é regulável em altura, e o volante em altura e profundidade. A acomodação é perfeita, os pedais estão alinhados, tudo está à mão. Belo cockpit.
Instrumentos 8 – Painel completo e lindamente iluminado. Perde pontos pelo computador de bordo, muito simples, e pela escala do velocímetro, que poderia ser mais ampla em menores velocidades, como nos VW mais recentes.
Itens de conveniência 7 – Fica devendo alguns itens que já chegaram até em categorias inferiores, como ar-condicionado automático, retrovisor fotocrômico, sensores de chuva, luz e estacionamento. Do mais trivial, tem tudo.
Espaço interno 6 – Decepcionante pelos 2,6m de entreeixos. Ocupantes mais altos vão sofrer com o espaço para as pernas atrás, embora fiquem bem acomodados em termos de altura e largura. Na frente, o espaço é muito bom.
Porta-malas 10 – Bonito, bem-acabado, amplo e de fácil acesso. Com 328 litros, é bom para a categoria.
Motor 9 – A Ford seguiu a filosofia torque. Os números de potência são baixos, mas a dirigibilidade é boa. Não há vibrações. E o ronco é delicioso.
Desempenho 7 – Longe de ser um canhão, mas adequado e suficiente para todas as necessidades. Lembrando que desempenho não é só aceleração, mas também comportamento em velocidade, e nisso o Focus representa.
Câmbio 9 – Faltou um pouco mais de leveza nos engates, que são curtos, precisos e deliciosos. A manopla tem uma pegada perfeita e a alavanca é muito bonita.
Freios 10 – Na unidade avaliada, discos ventilados à frente e atrás, com ABS. O Focus não freia, ele joga uma âncora. Vale ter cuidado com quem está atrás... As unidades sem ABS, com tambores atrás, não devem ser tão boas.
Suspensão 10 – Quero dar nota 11. Abaixo de 80 mil reais, é a melhor suspensão do mercado, e digo que o comportamento está no mesmo nível de Fusion e Jetta, dois outros carros muito bons de comportamento. É confortável sem ser molenga, é esportivo sem ser duro. Recomendo andar num trecho de asfalto ruim com o Focus e logo depois com o Vectra GT. Uma aula de, respectivamente, como se fazer e como não se fazer uma suspensão.
Estabilidade 10 – Tirar a frente do Focus da trajetória é coisa de quem passou muito, mas muito da velocidade permitida. Numa ampla curva de acesso com velocidade máxima de 60 km/h, o Focus permanecia imperturbável a 110 km/h.
Segurança passiva 6 – Duplo airbag e ABS não revolucionam o segmento, mas ao mesmo tempo não podem faltar. Parabéns à Ford por incluir as bolsas em todas as versões (deveriam fazer o mesmo com o ABS). Falta, em todas as versões do Focus, a opção de bolsas laterais e de cortina, disponíveis na Europa.
Custo-benefício 10 – Comportamento exemplar, um motor delicioso, um excelente conjunto. As pequenas falhas do Focus (irritantemente fáceis de corrigir, né dona Ford?) não eclipsam o que é este modelo: o melhor médio da categoria. Com o motor 1.6, o prazer ficou mais acessível.
Comentários
Aqui em Curitiba o ar-condicionado só não é exigido por quem compra carro 1.0 pelado. Eu dúvido que alguém aqui compre um Crossfox sem o resfriador. Esta VW não sabe fazer pesquisa com clientes. Ela só arrumou o interior do Fox porque as revistas detonavam o antigo...
abs,
Focus,o carro mais querido dos especialista. Mais que não desperta paixões nas vedas. Porque será? A, já sei, o brasileiro é burro. Sem essa.
Comprei um GLX 1.6 16v e estava procurando por informações mais detalhadas sobre o carro e adorei todos os comentários.