O iluminado

Essa nova lei que regulamenta o uso do Xenon em carros é um dos poucos lapsos de brilhantismo (sem trocadilhos) que ainda temos neste país. É inadmissível o sujeito colocar uma luz fortíssima que ofusca todo mundo só porque o mancebo motorista quer ter uma iluminação discutivelmente melhor no carro dele – pois um xenon mal regulado não é melhor que uma lâmpada correta original de fábrica. Pior ainda quando o objetivo é puramente estético, "o carro fica lindo de luz azul". E tome xenon de 12.000K, aquela luz violeta que mais escurece do que ilumina (para quem não sabe, a medição de temperatura em Kelvin tem a ver com a temperatura da cor e não a iluminação. Um carro com lâmpadas comuns gera uma luz amarelada de mais ou menos 3000K. A iluminação branca vai até uns 6000K. A partir disso, a coisa fica cada vez mais azul e depois violeta. E uma iluminação de 6000K não é mais forte que uma de 4000K).

Além disso, não importa se é um kit de qualidade ou um kit porcaria: os faróis dos carros se desregulam ao rodar em nosso asfalto esburacado, ou em estradas de terra. Isso é um fato. E pouquíssimos se preocupam em manter a regulagem do farol na altura correta, independente do carro ter ajuste elétrico do facho ou não (lembrando que esse ajuste elétrico é para adequar a iluminação quando há peso elevado na traseira, e não para regular Xenon). Por isso que e lei pede regulagem elétrica AUTOMÁTICA, assim o farol se mantém sempre na altura correta. Complementando, o Xenon precisa ser instalado em faróis elipsoidais para ter precisão no facho, e não em faróis de superfície complexa como a grande maioria dos carros vendidos aqui.

Só espero que essa lei pegue, já que a fiscalização é fácil. Estou cansado de ser ofuscado por esses boys ignorantes por aí.

Comentários

Anônimo disse…
A ideia é iluminada mesmo. Mas o mal do Brasil não são, quase sempre, as leis. O problema é a fiscalização - ou falta dela. E olha que nem menciono corrupção e coisas do tipo...

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